Amigos

3.7K 301 352
                                    

-Então, era verdade, Marinette? Aqueles rumores?- minha mãe tinha um semblante surpreso, mas meu pai não demonstrava emoção alguma.

Preciso admitir meus erros, por mais que saiba do castigo que vou tomar. Virei para Chat, ainda estávamos bem perto um do outro.

Limpei a garganta e me levantei, empurrando de leve o super-herói, que levava uma expressão confusa, mas sorria para meus pais, penso eu que em uma tentativa de deixa-los mais calmos, ou encanta-los com seu sorriso.

-Alguns deles, sim, mas tem alguns que são exagero.- mantenho minha cara séria.

Ambos os adultos se entreolharam, suspiraram por um breve segundo e voltaram a nos encarar. Parece que a pausa foi para pensar na cena que acabaram de presenciar.

Eles apenas se viraram e saíram, sem nem dizer uma palavra mais. Me senti culpada, causei um estresse tremendo nos meus pais, apenas pensei em mim mesma, ignorei as consequências.

Virei para Chat, com lágrimas querendo sair dos meus olhos, mas me contive. Ele estava ainda confuso, quem não estaria nessa situação?

-Acho melhor você ir, Chat Noir.- peguei uma almofada e me joguei na minha cama, abraçando o objeto fofinho.

Não escutei o herói sair, apenas me infiltrei em meus pensamentos, precisava de uma folga de tantos sentimentos confusos, e de uma folga de garotos, definitivamente.

Nem percebi que fui fechando os olhos aos poucos, até adormecer de vez.

.

Abri meus olhos e levantei, energética, tive um sonho em que acordava atrasada, corri para o relógio, 5:30 da manhã.

Tentei voltar a dormir, mas não consegui, então fui até a varanda, ainda estava uma Paris completamente escura, é uma tristeza não poder ver o nascer do Sol da minha varanda, mas o pôr já me contenta.

Resolvi me transformar em Ladybug e dar uma volta pela cidade, faziam séculos que eu não saía transformada apenas por diversão, normalmente eu estava me afogando em preocupações toda hora, e agora eu percebo que eu não deveria me preocupar tanto assim com meu dia, a vida é curta demais e ninguém quer morrer de preocupação.

Procurei Tikki pelo quarto, ela estava dormindo no canto do meu travesseiro, pensei se a minha vontade de passear por Paris era tão grande assim a ponto de eu acordar a coitada da Tikki, que dormia com um semblante pacífico e relaxado. Talvez eu não devesse fazer isso agora, olho de novo no relógio, que agora marcava 5:35, parece que o tempo anda como uma tartaruga.

Abro o alçapão com cuidado, estava tentando descer para preparar um café da manhã, geralmente mamãe acordava ás seis pra fazer o café, e acho que minha barriga não conseguiria esperar mais 25 minutos.

Eu acabei apenas tomando um copo de leite com nescau e um croissant que meu pai preparou ontem e sobrou da padaria. Ao chegar na cozinha, minha mãe se deparou comigo já acordada e suspeitou, meu histórico de atrasos já era do conhecimento de todos.

-Marinette?- ela esfregava os olhos, era engraçado ter a visão da mamãe acordando, seus cabelos bagunçados  e olhos sonolentos- Querida você está bem?

-Estou, mamãe, apenas não consegui mais dormir.- me levantei e coloquei o copo e o prato vazios na pia, comecei a lava-los, coisa que meus atrasos não davam espaço para eu fazer.-Você quer ajuda com o café?

Apenas Uma NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora