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  06:00 da manhã, eu podia dormir até tarde, mas eu acordei as 6 da manhã, eu simplesmente não consigo dormir, eu ouvi quando Victor disse que ia tirar um cochilo e ouvi quando toda a casa ficou em completo silencio, foi nessa hora que eu acordei. 

  Me sento na cama e me enrolo na coberta, fico encarando fixamente um ponto qualquer do quarto, eu preciso fazer alguma coisa, eu preciso dar um rumo pra minha vida, eu não posso deixar ela estar certa. Cassandra Miller não pode estar certa. Sinto como se algo estivesse se aproximando e eu conheço bem essa sensação, não posso deixar isso acontecer de novo, não dessa vez, eu prometi que iria ser a ultima. 

  Me levanto deixando a coberta na cama e vou até o banheiro, uso o mesmo e escovo meus dentes, olho meu reflexo no espelho, olheiras fundas, olhos verdes sem vida, meu cabelo tadinho, parece ser o único a ter o minimo de brilho e cuidado. Decido parar de me encara, é melhor não procurar defeito, "quem procura muito acha"  já dizia minha mãe, acho que é por isso que ela sempre achava as garrafas de bebidas. 

  Saio do banheiro e vou até o quarto me enrolando de novo na coberta, saio do quarto toda empacotada e vejo Gabriel todo largado em uma cadeira de frente para o computador aberto na pagina inicial do Youtube, analisando direito posso ver que ele está apenas com uma bermuda cinza, seu corpo é levemente malhado, poucos músculos aparentes, mas sei que eles estão ali. 

  — Bom dia. — Falo baixo com um sorriso tímido enquanto me aproximo devagar do mesmo. 

  — Bom dia. — Ele me responde com a voz baixa levemente rouca, sinto um arrepio gostoso passar por todo meu corpo, ele aperta um botão na câmera e me olha dando um sorriso fofo. — Não tá conseguindo dormir? — Ele arruma a postura na cadeira. 

  — Não, não sei exatamente o que é, mas tem algo me impedindo de descansar totalmente. — Explico e chego atrás da cadeira dele, ponho minhas mãos em seus ombros e percebo que ele se arrepia, o contraste entre nossas temperaturas é gritante, minhas mãos estão quentes enquanto seus ombros estão gelados. — Como ta indo o desafio? — Dou uma leve apertada e pode ser impressão minha, mas eu tenho quase certeza de que ele arfou. 

  — Entediante. — Ele fala depois de um longo suspiro. 

  — Eu ouvi quando o Victor? Eagle? — Faço uma cara confusa, mas ele sinaliza pra chamar do segundo nome. — Eagle foi dormir. — Solto uma leve risada ele sorri junto. 

  — Isso deve ter uma meia hora já. — Ele olha no relógio do computador e eu dou de ombros. 

  — Sei lá, to acordada a um bom tempinho. — Escuto seu estomago roncar e ele pega uma garrafa de frappuccino, mas parece desistir, deve ta vazia. — Você ta usando isso pra tampar a fome? — Pergunto apontando com uma mão para a garrafinha aparentemente vazia. 

  — E batatinha, mas elas acabaram primeiro. — Ele aponta pro saco de batatas amassado no canto da mesa. 

  — Meu deus Gabriel. — Reviro os olhos, mas logo me corrijo. — Neox, foi mal, to acostumando ainda. — Rio envergonhada, se tem apelido é pra ser chamado pelo apelido, pensa um pouco Tessa. — Vem, eu faço alguma coisa pra gente comer. — Desço minha mão pelo seu braço e seguro em sua mão fazendo menção de puxa-lo e ele logo se levanta pegando a câmera. 

  Descemos as escadas e fomos em direção a dispensa, ele obviamente reclamou quando eu pedi pra ele me ajudar, mas ainda assim pegou tudo o que eu precisava pra fazer panquecas pra todo mundo da casa. 

  Enquanto ele separava as coisas eu fui até o estúdio do Matheus e o vi deitado encolhido no sofá, ele parecia com frio e eu não julgo, realmente ta fazendo frio em orlando de noite, me desenrolo da coberta e ponho a mesma sobre ele que parece se aconchegar, deixo um beijo em sua testa antes de sair, fecho a porta com cuidado e vejo Gabriel me gravando. 

minha galáxia -NeoxOnde histórias criam vida. Descubra agora