Boa leitura🐍
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{Narrado por Shawn}
Onde diabos eu estou?
Eu levantei minha cabeça, e parecia que um pouco da pele na minha bochecha ficou no plástico grosso em que eu estava dormindo. Eu me apoiei em um cotovelo e olhei em volta. Eu estava em uma espécie de sala de espera, e parecia industrial. Mas eu não tinha ideia de onde eu estava ou como diabos tinha chegado aqui.
— Você está no Hospital Estadual Patton, — disse uma voz profunda nas proximidades.
Patton. Que porra eu estava fazendo em qualquer lugar perto deste lugar maldito? Segui a direção do som e encontrei um homem bem vestido sentado a algumas cadeiras de distância. Ele fechou o que parecia ser um gráfico em que estava trabalhando e cruzou as mãos no colo.
— Eu sou o Dr. Booth.
O nome tocou um sino, mas levei um segundo para descobrir o porquê sobre as batidas na minha cabeça. Sentei-me e percebi, pela primeira vez, que estava esparramado sobre algumas cadeiras dobráveis com fundos almofadados, cobertas de plástico.
Minha mão alcançou o lado da minha cabeça quando estava na posição vertical.
— Eu me machuquei?
— Não que eu saiba, além do que eu suspeito, que possa ser um pouco de intoxicação por álcool devido ao consumo excessivo.
Porra.Minha cabeça está realmente me matando. E o que diabos eu estava fazendo em Patton?
— Você sabe como eu cheguei aqui?
— O guarda perguntou isso quando você entrou. Você lhe disse de Uber.
Fui acenar com a cabeça, mas levantar a cabeça e abaixá-la doía demais. Eu torturei meu cérebro, tentando lembrar os eventos da noite passada. Lembrei-me de estar em um bar e lembrei-me de um cara me ajudando a entrar em um de carro depois que trancou a porta. Joe? Talvez o nome dele fosse Joe. Sim, era isso. Ele era o barman, e eu saí com ele na hora do fechamento. Porra... isso significa que eu bebi até as quatro da manhã. Não é à toa que não me lembro de nada.
— Nós nos encontramos antes? — Perguntei ao Dr. Booth.
Ele sorriu.
— Não. Esta é a primeira vez que nos encontramos. Você chegou às cinco e meia da manhã e pediu para ver um dos meus pacientes. Todas as visitas requerem a aprovação do psiquiatra do preso. Os guardas sabiam que você estava bêbado e te mandaram embora. Mas eles me chamaram para me deixar saber o que tinha acontecido, e pedi-lhes para deixar você dormir na sala de espera, pelo menos até o horário de visitas começar ao meio-dia. O hospital permite visitantes vinte e quatro horas por dia, mas a ala correcional segue o protocolo da prisão estadual quando se trata de deixar as pessoas entrarem.
— Que horas são?
Ele olhou para o relógio.
— Dez e quinze.
Passei a mão pelos cabelos. Mesmo tocar os fios doía.
— Presumo que você é o médico de Lily?
Ele assentiu.
— Eu sou. Lily tentou fazer com que você a visse nos primeiros quatro anos de sua admissão aqui. Você nunca respondeu nenhuma das minhas mensagens ou cartas dela. Então, eu estava curioso para saber o que fez você aparecer hoje. Mas quando cheguei aqui, você estava nocauteado.