Capítulo 2

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O dia estava lindo naquela manhã. Cristal como sempre se arrumou rapidamente. Após tomar seu café ela preparou suas coisas e foi trabalhar.

O movimento naquela manhã estava grande e Cristal estava bem ocupada.

A loja estava muito movimentada e muitas vezes Cristal ficava confusa, ela passava de lugar em lugar a procura de pessoas que precisassem de ajuda até que ela encostou-se em uma mesa.

E ouviu um comentário bem idiota que dizia que as mulheres permitiam que fossem estupradas e assediadas, que era tudo culpa delas, ela não poderia deixar aquilo passar então parou e falou para as pessoas que haviam feito o comentário de mal gosto que nenhuma mulher pede para ser estuprada ou que a roupa que ela usa é convite para os marmanjos.

Aqueles comentários acendeu nela uma raiva gigante. Ela se pôs na frente deles e começou a esboçar seu discurso em defesa das mulheres. Ela ainda não conseguia compreender porque apesar de toda luta ainda haviam homens escroto.

Quem eram eles para falar das mulheres assim?

Eles simplesmente trataram de lançar olhares extremamente perturbadores e intimidantes mas ela não se deixou intimidar ela sabia muito bem como lidar com pessoas assim.

Eles começaram a dizer que não era assunto dela e um até chegou a dizer que o que eles haviam dito era verdade, ela disse-lhe que não era e que se eles continuassem com essa mente machista acabariam por sucumbir às vontades da sociedade e nem teriam ideia própria pois iriam se basear na ideia que os outros têm deixando-se levar facilmente.

Cristal estava extremamente irritada.

— Porque vocês não param com suas baixarias? Vocês são piores que aquelas crianças chatas.

— O que você sabe da vida? Você é somente uma funcionária qualquer. Nós somos a elite das finanças

—Elite na casa de vocês porque com relação a mulheres vocês não tão nem no jardim de infância. Se enxerguem

Cristal decide sair da mesa porque senão iria atacar alguém e essa não seria a melhor postura. Então ela decide atender outras mesas, porém o olhar de Alberto fica firme na garota acompanhando cada passo dela.

Alberto gostava de desafios e esse tipo rude da garota o atraiu muito.

Ela sentia os olhos dele e sentia-se realmente incomodada, nunca gostou que as pessoas ficassem a reparar tanto assim nela, mas mesmo assim ela não perdia a faceta de durona, ela não se deixava intimidar e sempre que podia olhava para Alberto e ele nem se importava em desviar a atenção, O que o tornava bem irritante.

Alguns minutos depois ele e os seus amigos foram embora trazendo o alívio para ela, sendo que se eles voltassem a falar mal das mulheres e ela ouvisse não conseguiria se conter e acabaria por espancar um deles...

Cristal teve o dia cheio se trabalho e voltou para casa a noite. Ao entrar em casa viu o seu pai no hall em uma poltrona.

—Chegaste tarde mocinha.

— Eu tenho um trabalho para manter pai, tive que ficar até mais tarde porque tinha muita gente hoje, a loja estava muito movimentada.

—Sabes muito bem que lugar de uma mulher é em casa.

—Só para que saibas eu não sou como as outras mulheres que sufocam as suas opiniões e validam somente a dos homens, faça -me um favor e largue esses pensamentos no século passado que é onde pertencem— Cristal disse interrompendo o pai, ela sabia que se o deixasse falar seria bem pior a resposta que daria, ela não estava disposta a se estressar com ninguém, ela só queria dormir e ver-se livre nem que fosse por míseras horas dessa sociedade.

Cristal sai da sala e se dirige para seu quarto, no seu refúgio pessoal. Ela se senta na cama relembrando como foi seu dia. No criado mudo ela tinha vários livros alguns deles sobre leis. Ela pega aleatoriamente um deles e inicia a leitura. Ler era um hobby que sempre a acalmava outra coisa que adorava fazer era ouvir música sem ter um gênero específico ouvindo sempre o que dava vontade.

Em seu livro por coincidência ela abre na pagina que fala sobre os direitos das mulheres podendo enquadrar o ato do dia em assédio moral. Para quem não sabe assédio não é somente físico ele pode ser moral que é quando a vítima e assediada verbalmente. Esse tipo de assédio age no psicológico da pessoa e pode ser muito cruel.

Ela sem notar acabou adormecendo enquanto lia o livro, Kiene, uma das empregadas da casa acordou-a para que fosse jantar, uma vez que seu pai exigia a sua presença.

Cristal não desceu no intuito de provocar mesmo o rei, ela sabia muito bem que o deixaria magoado tal como ele deixou-a quando proferiu aquelas palavras que eram totalmente contra o que ela acreditava e ele tinha noção disso, ela preferiu dormir porque sabia muito bem que provavelmente teria mais um dia agitado e enquanto adormecia pedia para que no dia seguinte não encontrasse aqueles homens na loja.

CristalOnde histórias criam vida. Descubra agora