Capítulo 6

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Cristal se levantou num pulo. Ela havia chorado um pouco antes de cair no sono, porém ela é uma mulher forte, por isso nem mesmo as trevas a abalariam. Só ligar a TV ela vê as notícias sobre um assassino que esteve na cidade e fez muitas mortes, mas algo na TV chama sua atenção. Num dos locais que mostraram das vítimas ela notou um símbolo que lhe era bastante familiar.

"Então eles voltaram, espero que eu esteja errada e que nossos deuses nos protejam"

Cristal termina de comer e segue para seu trabalho bastante preocupada, pois ela não foi capaz de se proteger se eles voltaram como ela salvaria seu povo?

Imersa nos seus pensamentos, ela chegou ao local de trabalho e logo começou a coordenar algumas coisas, ela planejava encontrar o Alberto para agradecer-lhe por a ter salvo.

Passadas alguma horas, Alberto entrou na loja, ele estava a procura dela, mas disfarçava muito bem. Ele queria perguntar como ela estava, queria poder acariciar-lhe e consolar-lhe, ele notou que ela estava mais radiante que antes, estava sorridente como se nada tivesse acontecido com ela e isso deixava-o ansioso.

Ele via nela uma mulher forte, porém não esperava que ela se recuperasse tão rápido. A maioria das mulheres geralmente optava pelo silêncio é algumas até deixavam de interagir socialmente. Um ato daqueles mesmo que não tenha sido finalizado deixa profundas marcas, porém diferente do que esperava lá estava ela radiante como se nada tivesse ocorrido.

Cristal andava de um lado para o outro na loja. Claro que havia percebido a entrada de Alberto, mas segurava seu impulso de ir até ele. Ela não queria dar a impressão errada de ser uma mulher fácil.

Então ela decidiu não mais se importar, ela foi até Alberto e inspirou, um acto que a mantinha calma.

—Olá, eu gostaria de te agradecer...

—Por?—ele perguntou fingindo que não sabia

—Por me teres salvo, eu estou aqui para agradecer por teres arriscado a tua vida pela minha...

—Não é necessário agradeceres, é o meu dever proteger-te e faria de novo aquilo...— ele disse, mas estava receoso de perguntar se ela queria sair com ele, até que decidiu.

—Queres jantar comigo hoje a noite ?— ele não sabia qual seria a sua resposta, não conseguia ler a sua linguagem corporal e além disso, ela era bastante imprevisível deixando-o com medo da sua reação...

—Aceito—Cristal aceitou o convite com um sorriso no rosto, ela queria mostrar a sua gratidão e se para isso fosse necessário sair com ele, ela faria com muito prazer.

Ele estava espantado, ele não sabia como reagir àquele sim, nunca estivera ansioso.

No horário marcado Alberto aparece na porta da loja. Ele já havia deixado seu carro no estacionamento e aguardava a saída de Cristal. Ele sempre se sentiu poderoso, o forte dentre todos, mas aquela mulher estava trazendo nele sentimentos novos. Ele nunca foi de se apaixonar por ninguém, pelo contrário sempre gostou de usar as mulheres, mas algo nele estava mudando desde que conheceu a Cristal. Essa mulher causava nele uma atração forte que nem ele conseguia entender. Por algum motivo ele estava se tornando um homem diferente e o motivo era aquela bela mulher.

—Uau, estás bem arrumado...—a Cristal disse ao ver o Alberto— desculpa não estar tão arrumada assim, estava com a esperança de poder ir para casa, tomar um banho e depois preparar-me mas já vi que deu tudo errado...

—Não faz mal, eu não me importo, a tua companhia é mais importante do que a roupa que usas— ele disse rindo ligeiramente—agora vamos embora porque se chegarmos tarde acabaremos por perder a mesa...

Cristal andou lado a lado com o Alberto até chegarem ao lugar onde o carro estava estacionado. Foi uma viagem um tanto acolhedora, eles conversavam sobre coisas aleatórias e por vezes sobre a vida deles sem detalhar muita coisa.

Eles chegaram ao restaurante 20 minutos depois e dirigiram-se ao balcão para pedir pela sua mesa.

Alberto já acostumado com o local já pediu logo um vinho enquanto aguardava ela escolher o que ia comer.

—O salmão daqui é divino. Eu venho muito aqui. É meu restaurante predileto.

—Seguirei sua recomendação.

—Que bom. Você fez uma ótima escolha.

Os dois trocaram olhares. Era uma situação nova para Cristal. Apesar dela ter aceito o convite não se sentia muito à vontade ali.

Ele então foi procurando maneiras de a deixar confortável abordando sobre tudo o que estava a volta ou fora, uma vez que a mesa em que eles estavam dava para uma paisagem incrível,dava para um jardim repleto de flores de diferentes cores e tamanho, dando ao lugar um contraste bem diferente, esses foi com certeza um dos seus assuntos. Alberto tentou tudo para a manter relaxada e conseguiu, o esforço havia valido a pena, ela agora estava a sorrir abertamente enquanto estava bem atenta ao que eles falavam sem mostrar sequer aborrecimento, se estava a fingir? Ele não sabia, mas se estivesse era com certeza a pessoa que melhor interpreta na história do mundo.

Cristal olha para ele com a cara séria.

—Você sabia que as mulheres bem ganhando cada vez mais espaço na sociedade?

Alberto se sente um pouco desconfortável com o tema, mas finge não se importar.

—Claro, as mulheres são importantes, mas muitos coisas foram criações do homem.

—Então você acha os homens mais importantes?

—Eu não diria mais importantes, pois cada um tem seu papel, mas com certeza um grande pilar.

—Um pilar que não se sustenta sozinho.

—Pode não se sustentar sozinho, mas ainda é capaz de grandes feitos.

—Olha sem querer parecer deselegante, mas irei me retirar. Obrigado pelo jantar.

Cristal se levanta e sai sem maiores explicações. Alberto a segue, mas ao chegar na rua não encontra ninguém. Mentalmente ele faz uma anotação pessoal: jamais entre em determinados temas. Dessa vez ele a perdeu, mas amanhã tentaria novamente.

CristalOnde histórias criam vida. Descubra agora