Capítulo 12

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O dia amanhecia ensolarado e sem nuvens. Cristal e Alberto acordam juntos. A pousada tinha serviço de café da manhã, por isso os dois se dirigiram à mesa de refeição. Era uma cidade sem muitas indústrias e com poucos carros. Sorte que a tecnologia alcançava até os lugares mais remotos. Cristal conectou a Wifi e buscou notícias sobre a cidade onde seu pai estava. Estava bem destacado na coluna policial sobre o assassinato de várias pessoas. Cristal olhou com atenção para as fotos e vou para sua tristeza que conhecia as vítimas e isso a deixou um pouco apreensiva. Alberto fazia de tudo para a alegrar, mas a face dela estava abatida.

Cristal culpava-se pela morte daquelas pessoas, ela perguntava como seria se não tivesse fugido, se não seria melhor casar-se com Odum para evitar um assassinato em massa, ela chorava ao lembrar do rosto daquelas pessoas , doía imenso saber daquilo, ela não poderia estar indiferente, ela até chegou a cogitar aparecer para Odum, somente para que ele parasse de matar as pessoas da sua aldeia. Essa rivalidade entre caçadores e as pessoas da sua aldeia durava a muitos anos e ela realmente pensou que os caçadores tinham esquecido da existência deles...

Infelizmente para o clã os caçadores jamais os esqueceram. Acostumados a ter tudo que querem não seriam fáceis de vencer. Cristal sabe que talvez não poderia ter evitado o massacre, mas internamente se perguntava se tinha feito a melhor escolha. Alberto lembrou que ela mencionou que gostava da floresta e havia um parque na cidade. Ele a levou para lá e após alguns minutos respirando a ar puro ela se recompôs. Ela ainda estava muito triste, mas teria que pensar num plano e era isso que ela faria.

Ela não tinha muitas ideias mas tentava pensar em algo que realmente desse certo, algo que faria com que o povo estivesse a salvo e ao mesmo tempo fizesse com que esse casamento fosse anulado, ela continuava triste com aquela situação mas não poderia deixar transparecer para não deixar o Alberto preocupado.

Dentro dela havia um turbilhão de sentimentos, mas ela tentava deixar eles ocultos. Alberto também tinha suas preocupações porque não queria ter abandonado tudo. Ele se sentia outro homem desde que conheceu Cristal. Muitos dos conceitos antiquados que ele tinha ela os quebrou com sua sabedoria. Ele sabia que a teria qualquer custo, sempre soube. Felizmente depois de muita luta ele venceu. Antes era só um prêmio, mas com o tempo acabou evoluindo para mais do que isso.

Alberto e Cristal andavam tranquilamente pelas ruas. Ela tinha melhorado um pouco e estava mais animada. Alberto era um bom homem e lutava para fazer ela se sentir bem.

Os caçadores estavam fazendo buscas em vários lugares, mas felizmente não tinham achado nenhuma pista. Odum estava sentado em sua cadeira imponente e bastante ameaçador ele dificilmente se envolvia em todas as lutas. Lutava apenas nas que julgava serem úteis para ele. Como estava cansado da incompetência de seus servos começou a pensar que talvez devesse fazer essa busca pessoalmente assim distraíria um pouco seus pensamentos.

Ele estava a traçar planos e lugares onde poderia procurar, possíveis lugares para que Cristal pudesse se esconder e ele pensou em aldeias em que haviam pessoas que fazem parte do clã.

Ele foi para a primeira aldeia causando o terror nela e claro que voltou de mãos vazias, Cristal não estava lá, aquela aldeia serviu simplesmente para ele libertar parte da raiva que sentia, ele tinha torturado cada pessoa naquela aldeia a perguntar se sabiam alguma coisa de Cristal e todos aqueles que não sabiam onde estava Cristal foram mortos, no caso, toda aquela aldeia foi morta, morta pelas mãos cruéis de Odum, mortas pela fuga de Cristal, mortas porque não sabiam a resposta, mortas porque não deram respostas satisfatórias a Odum, mortas por Cristal não ter passado por lá, se foi mais uma parte do clã, mais sangue derramado por Odum.

Depois de um longo passeio Cristal e Alberto retornam para a pousada. O dia tinha sido maravilhoso. Aquela cidade tinha o poder de deixar Cristal mais tranquila e animada, pois trazia muitas lembranças de tempos antigos que ficaram no passado. Um tempo onde as preocupações não existiam e tudo era bem mais fácil. Ela quase não via o dono da pousada, mesmo assim todas as refeições sempre estavam preparadas. Ela sabia que ele era um homem ocupado, mas pelo visto estava mais ocupado que o normal. O casal jantou e decidiu se retirar para seu quarto onde ficaram conversando e assistiram TV até pegar no sono. Para eles tudo estava bem tranquilo, ao menos por enquanto.

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