Capítulo 7

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Normalmente naquele mesmo horário o despertador tocaria, mas não hoje. Era um dos poucos dias onde ela podia ficar mais tempo dormindo. Finais de semana são dias ótimos para a preguiça. O que devemos cuidar é para não deixar a preguiça vencer e perdermos o dia só deitados.

Cristal acordo e olha para o relógio ao lado da cama. Os ponteiros marcam 10 horas.

"Meu Deus não pode ser. Eu já devia ter levantado"

Cristal se arruma rapidamente e decide caminhar um pouco na Praça da cidade.

Ela andava perdida em seus pensamentos enquanto caminhava na Praça, ela estava a pensar no quão machista e imbecil foi aquela conversa de ontem com Alberto, ela realmente havia se sentido confortável mas depois de ele ter dito aquilo, ela não poderia mais continuar lá, ela sentia como se ele estivesse a tentar maximizar os homens e isso a irritava imenso, apesar de que ele era bastante atraente e tinha uma personalidade forte pelo o que ela observou.

Sua caminhada seguia tranquila. Era um de seus hobby sair e observar as paisagens, ainda mais nessa época onde tudo estava tão verde e florido. Parte dela odiava Alberto e seus modos, porém no fundo ela estava meio que começando a gostar dele. Ela acreditava que talvez no íntimo ele era um bom partido só precisava controlar seus defeitos.

Ela tinha uma máquina em suas mãos e tentava registrar cada parte daquela Praça, os canteiros, as crianças que por ali passavam ou brincavam, era uma mistura de coisas que davam em uma só, amor, é o que ela pensava, Cristal não demonstrava o que sente pois ela foi ensinada de que quando revelamos toda a verdade sobre os nossos sentimentos nos tornamos fracos, vulneráveis a tudo e ela não queria isso, ela não queria ver mais pessoas mortas.

Seu maior medo sempre foi amar alguém e ver essa pessoa morrer. Muitas famílias do clã já perderam quem amavam e isso foi muito duro de digerir. Ela como princesa tem uma responsabilidade com seu povo e não gostaria de falhar, por isso era melhor se fechar ao amor. Infelizmente para ela, pois ela queria apaixonar-se ao invés de ter que guardar tudo dentro dela, ela queria alguém com quem conversar.

Porém nem sempre sua vontade prevalecerá. Dessa vez ela deveria ouvir a razão como costumava fazer. Essa era a decisão certa. Amores vem e vão, mas

compromissos ficam para sempre.

Enquanto caminhava ela estava distraída com as paisagens e sem querer esbarrou num homem. Ao levantar o olhar para pedir desculpas teve uma surpresa, pois o homem no qual esbarrou era o próprio Alberto.

— Ahh tu não— ela disse o empurrando para ir embora mas ele agarrou o seu braço impedindo que ela continuasse.

— Desculpa ok— ele disse fazendo com que ela fique confusa, o que ele estava a dizer? Ela não sabia o porquê de ele estar a dizer aquilo mas decidiu ficar calada e ouvir— eu sei que eu tenho sido um perfeito idiota contigo, eu sei...— ele dizia com pausas pois sentia-se agoniado por estar a falar a verdade, ele não estava ali por acaso, ele a tinha seguido pela rua traseira, ele tinha perguntado para um dos moradores para onde ela estava a dirigir-se e o morador disse que ela ia sempre para a Praça aos fins de semana, então ele foi atrás dela, vou aproveitar que estamos os dois aqui e dizer a verdade, eu só te quero dizer que tu me pões louco com essa tua força e capacidade de se defender, és incrível e olha que estou a dizer isto honestamente, peço desculpas por todas as besteiras que falei e sei que para ti foram muitas...— Ele disse e depois largou o braço dela, ele queria que ela decidisse se ficava para conversar com ele ou se iria embora e por incrível que pareça ela ficou.

Cristal não sabia o que fazer, não sabia o que responder, estava em choque, estava estática perante aquilo...

Alberto estaria pela primeira vez sendo sincero ou esta seria uma brincadeira de mau gosto? Cristal estava confusa, pois nunca o tinha visto agir assim. Alberto que era sempre tão confiante estava trêmulo. Ele não queria afastar ela, mas também não queria parecer um louco perseguidor. Ele ficou ali diante dela aguardando uma reação por parte da moça que ainda se mantinha em silêncio.

— Eu preciso ir— ela disse dando as costas, estava atordoada por ter ouvido tais coisas a sairem da boca de Alberto, ela não sabia o que pensar e nem o que sentir, ela tinha a certeza de que não queria tentar nada porque não queria se apaixonar e depois sofrer de maneira horrenda, sempre que ela pensava em amor as mortes de seus amigos se repetiam na cabeça dela.

Alberto estava espantado, ele não esperava tal reação pois ela sempre foi tão expressiva e falava tudo o que lhe viesse a cabeça mas naquele momento ela não teve a reação que ele pensou, ele imaginava ela a dar na cara dele, a gritar com ele por dizer tal coisa, imaginava montes de coisa mas aquilo não estava incluído, ele não esperava que ela fosse embora, isso o deixava triste mas ele não iria desistir dela, ele a queria e faria de tudo para a ter.

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