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Depois que Daniel foi embora eu tomei um longo banho, o que me deu bastante tempo para pensar na burrada que eu havia feito. O que eu estava pensando? De todos os cara do mundo eu optei logo pelo que eu não devia, nada de novo sob o sol, afinal eu adoro fazer isso. Foi assim com, Jake no ensino médio, Kurt da faculdade, Joe da acadêmia, Steve do corpo de bombeiros, Mark do hospital, Jeff da patrulha e agora Daniel. Eu definitivamente não sei escolher. Terminei meu banho me vesti e passei o dia jogada no sofá pensando, comendo e assistindo filme clichês.

 Na manhã seguinte eu já estava me sentindo menos culpada, me arrumei e fui direto para o trabalho.

– Bom dia, Stelly!! – Papai disse assim que me viu, como estávamos apenas eu, ele e Harry na sala eu pude me permitir ser a filha dele.

– Bom dia pai!! – Eu respondi com um longo abraço. – Bom dia Harry!!

– Bom dia!! – Harry respondeu enquanto tomava café e lia o jornal. – Pronta para ficar presa em uma van comigo pelos próximos dias?

– Prontíssima. – Eu respondi rindo e sentando na mesa de Harry.

– Vou até minha sala resolver os últimos detalhes da operação, quando os outros chegarem me avisem. – Papai disse indo para a sala dele.

Enquanto isso eu e Harry nós conversávamos sobre o que iríamos fazer durante o dia e o tipo de porcaria que vamos levar para comer na van. O resto da equipe começou chegar aos poucos.

– Bom dia princesa!! – Ian disse me dando um beijo no topo da cabeça. – Bom dia sogrão.

– Bom dia!! – Eu respondi animada.

– Me chame de sogrão de novo e essas vão ser suas últimas palavras, cabeça de fogo. – Harry disse sério colocando a pistola em cima da mesa.

– Sim senhor. – Ian disse assustado e sentou de frente para o computador dele, bem longe da gente.

– Harry!! – Eu falei rindo baixinho.

– Eu preciso impor respeito. – Ele disse piscando pra mim.

– Justo!! – Eu pisquei de volta.

Eu estava rindo e conversando com Harry e Ian quando Daniel entrou na sala, ele estava lindo usando um terno preto, camisa bordô com os primeiros botões abertos e o cabelo muito bem penteado, um legítimo homem da máfia. Deus porque tão lindo.

– Bom dia pessoal. – Ele falou me encarando por um momento e indo sentar na mesa dele.

– Bom dia!! – Harry responde no automático, eu apenas sorri e acenei com a cabeça.

– Olá pessoas lindas!! – Tyler disse entrando na sala extremamente animado.

– Parece que alguém teve uma noite e tanto. – Eu Daniel respondeu rindo.

– Dormi feito uma pedra isso sim. – Ele respondeu sentando ao meu lado na mesa.

– Fico feliz que você tenha conseguido. – Eu falei deitando minha cabeça no ombro dele. Eu sei como tem sido difícil para ele dormir direito desde a morte da Jessie. Eu sei mais do que ninguém como é essa sensação.

– Bom pessoal já que estamos todos aqui vamos começar nossa reunião. – Meu pai falou saindo da sala dele e trazendo o quadro branco para o meio da sala.

– Sebastian e Amber ainda não chegaram sargento. – Tyler disse erguendo a mão.

– Eles sabem o horário que o turno começa, não vamos atrasar a operação porque eles não são pontuais. Alguém mais quer falar ou eu posso começar? – Papai nunca é assim tão rude, mas ele detesta atrasos.

– Não senhor, pode continuar. – Tyler disse baixinho.

Sebastian e Amber chegaram na metade da reunião, papai apenas fuzilou eles com o olhar e continuou o que estava falando.

– Daniel, um dos informantes do Tyler vai te colocar em contato com os Ferratini. Nós não vamos poder te ajudar muito quando você estiver lá dentro. – Papai disse sério.

– Isso não quer dizer que você não vai ter reforço, mas lá dentro vai ser só você para fazer eles acreditarem na sua história. – Harry disse enquanto terminava o café.

– Por enquanto é isso, alguma pergunta? – Meu pai perguntou arrastando o quadro para o lugar. Quando ele retornou Amber estava com a mão erguida. – Agente Layne, se a sua pergunta não for sobre pontualidade, eu acho que qualquer um dos colegas que chegou no horário vai saber lhe responder. Tyler e Daniel na minha sala, vamos discutir o encontro, Harry e Stella, vocês já podem ir para o ponto de encontro. O restante pode ficar a postos. – Ele falou muito sério entrando na própria sala e fechando a porta.

– O que deu nele hoje? Não precisava ter tratado a Amber assim. – Sebastian disse irritado.

– Não sei, talvez seja porque essa é uma grande operação e vocês chegaram atrasados, mas claro, isso é só uma suposição. – Eu falei dando de ombros.

– Mas não precisava ser grosseiro com ela. Eu fui o culpado pelo atraso.

– Você nunca chegou atrasado quando era solteiro. – Harry disse levantando e pegando as chaves da van. – Vamos Stelly, temos muito trabalho pela frente.

– Tchau pessoal, boa sorte. – Eu falei com um sorriso forçado.

Já dentro da van eu não consegui mais me segurar e comecei a rir.

– O que foi aquilo lá dentro, eu tive que me segurar para não rir na cara deles.

– Eu só falei a verdade, desde que começou a namorar aquela menina o seu irmão virou um idiota. – Harry falou revirando os olhos.

– Eu não poderia concordar mais com você.

– E já que estamos falando em idiotices. – Harry disse enquanto dirigia até o drive thru mais próximo para comprarmos nossos lanches. – A quanto tempo você e o D'Angelo estão dormindo juntos? – Ele perguntou normalmente como quem pergunta as horas.

– Nós... não... Imagina eu e o D'Angelo... puf... nunca. – Eu respondi nervosa e com os olhos arregalados.

– Stella, eu não sei se você lembra, mas eu ganho a vida como detetive desde antes de você existir. – Ele falou rindo. – E além disso a tensão entre vocês é desconfortável até para mim.

– Foi uma vez só Harry, eu juro. Você não pode comentar isso com ninguém, nunca. Se fizer isso eu sou uma mulher morta. – Eu falei fazendo drama.

– Eu não vou abrir minha boca, desde que vocês mantenham o que quer que seja fora do trabalho. Porque eu juro por Deus, se você ou ele ficarem como o seu irmão eu vou ser obrigado a matar alguém. – Ele disse com uma risada assustadora.

– Ok!! – Eu respondi afundando no assento.

Eu e Harry passamos horas dentro da van em absoluto silêncio, até eu finalmente ter coragem de perguntar algo que estava me perturbando desde o sequestro.

– Posso te fazer uma pergunta? – Eu falei sem olhando para o chão.

– Você pode perguntar o que quiser eu só não garanto se vou poder responder. – Ele respondeu sorrindo.

– Quem é Tereza e qual o motivo de ela precisar de mim e do Sebastian?

– Isso é o tipo de coisa que você devia perguntar para os seus pais. – Ele respondeu sério.

– Por favor, Harry!! Eles nunca vão me falar nada.

– Você nunca vai saber se não perguntar. Eles vão te contar porque é um direito de vocês saberem.

– Mas e se eles não quiserem falar. – Eu falei chateada.

– Vamos prestar atenção no nosso trabalho e quando retornarmos a base eu converso com o Dante. – Ele respondeu piscando.

– Promete?

– E eu alguma vez menti para você garotinha?

– Nunca. – Eu respondi rindo, o que é verdade, Harry sempre me falou a verdade por mais difíceis que fossem as situações.

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