Back to work

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 No dia seguinte Diego e Bruce estavam no primeiro voo para Nova Iorque afinal ficaram mais de uma semana enfiados aqui só pra no final de tudo eu não morrer. Mas isso é o que famílias fazem não é?! Apoiar nos momento difíceis.

Não vou negar nos primeiros dias eu me senti feito lixo, ter que me adaptar e aprender a controlar olfato, visão e audição aguçados, força maior que o normal, realmente foi um saco.

E o pior foi ter que ficar isolada em casa porque aparentemente ainda não estou pronta para ter interação com outras pessoas. Eu passei a maior parte do tempo com meu pai ou com Sebastian, já que mamãe estava fazendo hora extra no hospital.

– Querida me desculpe, eu tenho uma emergência na delegacia e preciso ir até lá. Como é noite de lua cheia eu preciso que você se mantenha calma e no seu quarto. Sebastian vai estar aqui daqui a pouco para te ajudar. Por isso eu preciso que você se controle eu não vou demorar. – Papai falou como se eu fosse uma criança de cinco anos.

– Ok pai, eu vou me controlar e fazer o meu melhor para não matar ninguém. – Eu falei com a mão no peito e rindo.

– Stella, eu não estou brincando, você é muito perigosa agora. E o fato de você ainda não ter se transformado ainda me preocupa. – Ele falou pensativo.

– Eu sei.

– Ótimo.

– Eu tenho uma ideia. – Eu falei animada.

– Você tem dois minutos. – Ele falou olhando o relógio.

– Por que você não me leva para a delegacia com você e me ensina como manter o controle?

– Porque você é perigosa e não será capaz de se controlar.

– Você tem razão. – Eu falei baixando a cabeça.

– Boa garota. Eu volto daqui a pouco. – Ele disse dando um beijo na minha testa e saindo da sala.

Eu dormi durante a maior parte da noite, mas em algum ponto eu tive um sonho com Jessie e acordei gritando assustada. E foi nesse momento que eu soube. Eu estava perdendo o controle.

– Stella, o que está acontecendo? – Minha mãe disse entrando no quarto.

– Mãe saia daqui. – Eu falei com a cabeça baixa e a respiração ofegante. – O que? – Ela perguntou confusa.

– Apenas saia. – Eu falei olhando para ela.

– Meu Deus, seus olhos. – Ela disse com um certo pavor na voz.

– Me desculpe.

Essa é a última coisa que eu me lembro, senti um leve desconforto no rosto, minhas unhas se transformarem em garras e meus dentes em presas, o resto foi apenas instinto animal. Eu tenho sorte por minha mãe saber o que fazer nesse tipo de situação. Se meu pai não tivesse chegado a tempo eu provavelmente teria matado ela. Eu estava prestes a atacar, quando meu pai segurou meu braço com força e me olhou com aqueles terríveis olhos verdes, e a única coisa que eu consegui sentir foi medo. E foi assim que eu voltei a mim.

– Ai meu Deus mãe, eu... eu sinto muito. – Eu falei aos prantos olhando pra ela.

– Ta tudo em querida, eu estou bem. – Ela falou me abraçando.

– Não, ela não está. E esse é o motivo pelo qual você deve aprender a se controlar. – Meu pai falou calmo, mas firme o suficiente para que eu soubesse que ele estava falando sério.

– Dante, ela está assustada. – Minha mãe falou acariciando meu cabelo.

– Eu sei, mas ela precisa controlar a besta dentro dela. – E eu vou, juro que vou.

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