Capítulo 3

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E foi assim, Mind, que minha aventura verdadeiramente começou. Julian era uma ótima companhia e estava sempre atento a tudo. Tal qual aconteceu na Europa, trinta dias não seriam suficientes para conhecer tudo. A travessia Espanha-Marrocos foi feita em um enorme ferry boat, apesar do tempo de viagem ser curto, cerca de cinquenta minutos. É tudo bem espaçoso, com banheiros e lanchonete. Tivemos tempo de tomar um lanche durante a viagem. Chegamos em Tanger no final da tarde. No desembarque, havia um tumulto de taxistas querendo que os passageiros entrassem em seus carros. Julian já havia feito contato com o hotel, informando sobre nosso horário de chegada, e eles providenciaram um carro para o translado. Ficamos hospedados no Golden Tulip Andalucia Golf Tanger e aproveitei o tempo livre no SPA local para manicure, podólogo, massagem relaxante e o famoso hamam (banho turco – espécie de sauna úmida e não muito quente, que termina com uma esfoliação bem intensa do corpo para retirar todas as células mortas e um banho de espuma. Estava precisando desses cuidados depois de um mês viajando pela Europa sem descanso.

Ficamos um dia em Tanger. Na parte da manhã, visitamos a famosa gruta Hércules Cave, cuja pedra esculpida pelo tempo faz um desenho semelhante ao do mapa da África e tem uma vista maravilhosa do oceano. Depois fomos conhecer o Farol do Cabo Espartel. Localizado num penhasco da costa marroquina, a uma altura superior a cem metros acima do mar, o farol pode ser visto a mais de quarenta quilômetros de distância e esse local é um dos pontos de limite em terra do estreito de Gibraltar. Após o almoço, viajamos até Rabat, capital do Marrocos, para conhecermos o Dar el Makhzen ou Palácio do Sultanato, museu e residência oficial dos monarcas marroquinos.

A próxima parada foi em Casablanca, a cidade mais populosa do Marrocos, localizada na costa atlântica. Também ficamos somente um dia na cidade e conhecemos a atração principal que é a Mesquita Hassan II, uma das maiores do mundo e a única aberta aos não muçulmanos no Marrocos. Foi construída na beira do mar, ostenta minaretes que ultrapassam os duzentos metros de altura e é riquíssima em detalhes nos mosaicos marroquinos.

Depois fomos para Marrakech, conhecida como a cidade vermelha. É realmente um local encantador. Uma verdadeira explosão de cultura, história e gastronomia. Ficamos hospedamos no hotel La Mamounia, o mais luxuoso da cidade, que é aberto à visitação para não hóspedes.

Separamos três dias para conhecer a região. A primeira visita foi a Old Medina que fica na parte antiga e histórica da cidade. É cercada por muros e tem vinte e três portões de entrada. No centro histórico também está localizado o El Bahia Palace, cuja tradução é lugar maravilhoso. A arquitetura do século XIX faz jus ao nome. Depois fomos ao Jardim Majorelle, originalmente aberto ao público em 1947 pelo pintor francês Jacques Majorelle. É um local com inúmeras espécies de plantas e flores exóticas. Após a morte do pintor, o jardim ficou abandonado e foi adquirido pelo estilista Yves Saint Laurent, nos anos 80, junto com seu companheiro Pierre Bergé. Conhecemos também o Museu Berbere, que fica dentro do jardim, e foi construído em homenagem ao estilista. Possui um acervo fotográfico e peças originais criadas por Yves Saint Laurent. Voltamos ao hotel no final da tarde, pois no dia seguinte iríamos viajar para um acampamento no Deserto do Saara onde dormiríamos. Fomos com guias e um grupo de turistas. O acampamento ficava bem longe da civilização, o que deixou Julian bem alerta, pois estava sempre preocupado com minha segurança. Era areia por todo lado. Chegamos ao destino no horário do almoço. Pudemos conhecer a cultura e a culinária regional nesse passeio. Andamos de dromedário para ver o pôr e o nascer do sol. Foi uma experiência incrível. Tive que admitir para mim mesma que estar na companhia de Julian tornou a experiência ainda melhor. Ele era uma excelente companhia. No retorno, seguimos para Quarzazarte, onde pegamos um voo para Marrakesh. Tiramos o terceiro dia para um descanso no hotel antes de continuarmos o tour. Durante o almoço, Julian e eu fizemos uma retrospectiva de tudo o que já havíamos visitado. Era difícil estabelecer uma classificação para o que foi mais bonito e mais impactante.

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