Já houve um tempo em que você acreditava na beleza
Um tempo em que seus olhos brilhavam
O sangue fervia com a destreza
dos laços que espontaneamente se formavamMenino de Vênus enxerga a pura inspiração
Nem se multiplicasse todas as estrelas do céu
Chegaria perto do teu coração
tão doce quanto o melHoje alinhado pela constelação de gêmeos
Busca um destino ainda incerto
O que dizer de ti menino de Vênus?
Que mesmo sem rumo, ainda é espertoProcura, instiga, conhece
Com sua visão curiosa
Ambiciona, alucina, enlouquece
Com sua mente ociosaVê-se dor, sente a flor
Nascer do putrefato campo
Da guerra dos santos
Sagrada deusa do amorTrouxestes teu filho ao mundo a fim de criar
A arte dos ímpios exclamar
A nobreza de um selo esbelto
Pelos oceanos e desertosAinda que fatigado
Rastejo entre raízes do mundo
Tentando levar palavras e amor ao desnudo
Imundo desonrado.
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Febre de Verão
PoezieA poetização de delírios criativos que um verão escaldante pode trazer, através da contemplação da natureza, indignações sociais, sentimentos efervescentes e desejos incontroláveis. O que há de errado em perder um pouco da lucidez quando a realidad...