Perfumada
O coração profundo
A dama marginalizada
Sentada em seda ao fundoEnquanto homens pomposos
Riem e se deliciam no conhaque
Donos de um ego entorpe
E de uma tediosa realidadeDamas por favor se levantem!
Deixem que sejam tocadas
E a veludez de sua pele
Seja levemente arranhadaAh não! Não é assim!
O homem se irrita com a postura
Não é o que ele queria
Onde está toda formosura?Mulheres, agora se sentem!
Ganha aquela que mais seduzir
Através de decotes e olhares penetrantes
Deve retirar suspiros daquiMas suspiros de quem? Pra quê?
Se eu quero apenas me divertir
Entregar-me a dança
E em uma sinfonia
Tecer uma doce vingançaEnquanto rasgo meu vestido
O presságio de rebelião
Retiro o batom vermelho
Em uma clara anunciaçãoSubo na cadeira
Delicia-me os olhares assustados
Homens em pé!
Levantam-se admiradosDancem pra mim
A sinfonia do diabo
Enquanto os observo
Com 7 damas ao meu ladoSejam doces, falem baixo
Seus gestos precisam ser suaves
Cubra-se de enfeites
Laços, jóias e moralidadesFracasso estonteante
Em cheque a masculinidade
O reflexo não refletiu o instante
Em que vocês enxergaram a realidadeIdiotas!
Exclamo enquanto solto gargalhadas
O efeito marginal
Não é o que se esperavaComo é ser tocado?
Como é ser aprisionado?
Por regras e panos
Em seu corpo injustiçado?Enojam-se da forma
Mas exigem com arrogância
Perdidos em uma valsa
De enorme ignorância
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Febre de Verão
PoesiaA poetização de delírios criativos que um verão escaldante pode trazer, através da contemplação da natureza, indignações sociais, sentimentos efervescentes e desejos incontroláveis. O que há de errado em perder um pouco da lucidez quando a realidad...