>Dezembro, 2019<
Maria:
De volta para casa. As férias em Fortaleza foram muito divertidas e no mínimo, muito loucas. Teve o episódio em que a Marília não conseguia respirar , a parte em que a Nanda terminou com o Caio. E Marina arrumou um namorado. Bem, no final das contas tudo se resolveu.
Pena que moramos longe da Isabella. Saudades, vizinha.
Henrique me deixou na casa dos meus pais há pouco mais de vinte minutos e estou desfazendo minhas malas qeu deveria ter desfeito há muito tempo, enquanto converso com Helena por ligação. De voz claro, porque minha cara está um lixo. Prendo meu cabelo escuro em um rabo de cavalo e visto um moletom grandão verde do meu irmão. Ele odeia que eu pegue, mas ele nunca saberá disso se eu não contar.
- Ok, mas você não está preocupada com o resultado do Enem? Quando cheguei em casa me dei conta do quanto está perto de recebermos nossa nota. Já to passando é mal.- ela diz, enquanto come um sorvete de chocolate.
Sorrio, enquanto separo as roupas sujas que estavam na bolsa.
- Acho que sua dor de barriga deve ser por comer tanta besteira. E sim, eu estou com muito medo da nota, mas louca eu não vou ficar. Quero ser a psiquiatra e não a paciente.- digo.
Ela bufa. Até imagino a sua cara.
- Pare de fazer gracinha e leve a sério. Isso é o nosso futuro, amiga.- Helena fala em um tom sério.
- Eu sei disso, mas só nos resta esperar. A nota é importante, mas tenho coisas muito mais urgentes para pensar. Já começa pelo meu irmão, que passou para juiz criminal.
- Ah, mas isso vai dar certo. Ele é muito bom no que faz.
- Espero. Sabe o quanto essa profissão é perigosa.
- Não se preocupa, Maria. Carlos vai se cuidar.
Hum. Meu irmão mais velho sempre sonhou em ser juiz, não me pergunte o porquê. Ele passou anos estudando direito para passar no concurso público e agora finamente conseguiu. E eu estou mais apavorada. Já vi muitos casos que os criminosos se vigam dos juízes por causa da acusação.
Melhor nem pensar nisso.
- Alô? Oi, gente.- ouço a voz da Nanda de fundo.
Sorrio.
- Quem te botou na ligação?- falo.
- Cala a boca, ridícula.- ela diz.- Do que estavam falando? Me coloquem na conversa, por favor.
Helena bufa.
- Nada não, chata. Era sobre o Carlos. Assunto passado já. Acho que vou ver vídeos gringos.
- Vai não, garota. Você vai ficar aqui. Coloca a Marina na ligação.
- Tá, tá.
Ela atende.
- Não posso atender agora, meninas. Não chorem a minha falta.
- Por que você não pode, colega?- pergunto, já guardando as roupas nas gavetas do closet e arrumando minha cama.
- Estou no aeroporto.- ela diz.
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Amigas, Meninos e Clichês
Teen FictionO amor é encontrado nas situações mais diversas, é o que dizem os livros de romances que todos costumam ler. E algumas vezes, a sorte bate à porta e de repente, você se vê vivendo um clichê de livro adolescente. Então, todos vivem felizes para sempr...