03. Não peça desculpas

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    — Ei, garoto. Só porque não te acordei hoje, não significa que esqueci o trato, entendeu bem? — perguntou Chanyeol, antes que Baekhyun descesse do carro.

    — Entendi sim. Obrigado de toda forma.

    Chanyeol ficou cuidando até o garoto entrar no prédio, se odiando por não querer nem o deixar sair do carro. 

    (...)

Baekhyun chegou mais cedo naquela tarde, sabia que Chanyeol passava mais tempo no bar do que na própria casa, já que ele tinha planos de fazer daquele lugar a sua casa também um dia. 

— Vim ajudar você com o bar mais cedo, já que vou ter que sair mais cedo. — se explicou assim que Chanyeol abriu a porta, fazendo o maior rir.

— Sei, na verdade não conseguiu ficar longe de mim. — deu uma piscadinha para o Byun, fechando a porta. 

— Talvez eu esteja secretamente apaixonado depois daquele almoço, oh meu deus. — debochou. 

— Eu sabia, na verdade não resistiu depois de me ver sem camisa. Eu sei. — negou com a cabeça — Mas foi bom que veio, eu preciso fazer o fechamento do mês, se puder deixar alguns aperitivos já picados e separados nos potes enquanto eu faço isso, vai ser de grande ajuda.

— Claro, com certeza.  — Baekhyun colocou seu avental e começou a picar os aperitivos — Há quanto tempo você tem esse lugar?

— Faz um pouco mais de dois anos. — respondeu, suspirando ao desviar os olhos dos papéis e olhar Baekhyun — E pra mim já é muito tempo, já deveria ter melhorado tantas coisas, expandido algumas partes. Eu ainda quero fazer um segundo piso onde eu vou morar e uma cozinha para servir comidas ou lanches de verdade para os clientes. Quem sabe ser muito mais do que uma quase casa noturna. 

— Isso seria incrível e eu vejo o carinho que você tem por esse lugar, com certeza vai conseguir.

— É… mas vai levar um bom tempo.

— Construir aos poucos não é ruim, vai ficar tudo com os detalhes certos. — sorriu e continuou a preparar os aperitivos. 

Chanyeol ficou olhando o garoto naquela luz que parecia um holofote que o fazia brilhar. Já que o bar era o único lugar com luzes fortes e o restantes do estabelecimento se mantinha quase escuro. Baekhyun parecia brilhar naquele luz, seu sorriso com certeza brilhava.

Fazia só três meses que o conhecia e o garoto estava quase o virando do avesso, sem fazer absolutamente nada.

Pigarreou quando percebeu que estava olhando por tempo demais e voltou a olhar seus papéis, mas nem conseguia manter a concentração que precisava, por isso não se manteve muito nisso, logo deixou tudo de lado e começou a fazer o trabalho que o garoto deveria fazer, começando a limpar o bar, para ver se o tirava da sua cabeça.

(...)

Algumas noites eram mais complicadas do que outras. Os inícios de mês e fins de semana eram os piores, e naquela noite eram as duas coisas juntas. Baekhyun estava cortando um dobrado para que conseguisse servir as bebidas no bar de maneira ágil enquanto Chanyeol preparava os lanches para que ele pudesse levar as mesas entre todas as pessoas que estavam de pé, dançando e flertando.

Em uma dessas idas e vindas com o prato, algo tirou Chanyeol do sério.

— Então, gracinha, se meu pedido continuar demorando assim, eu vou ter que comer algo de entrada. — disse um homem velho, apertado a bunda do Byun.

Antes que o Byun pensasse no que responder, Chanyeol já estava o colocando atrás de si.

— Eu ouvi bem o que você disse? Estava assediando meu funcionário? — tentou manter-se racional.

— Qual é, Park, é só um garoto. 

Chanyeol não conseguia mensurar o ódio que lhe subiu, não pensou duas vezes antes de socar o rosto do homem, mais de uma vez.

— Chanyeol! Chanyeol! — gritou Baekhyun um tanto apavorado com a cena que via.

— Cai fora do meu bar. Não aparece mais aqui se quer manter a porra dos seus dentes na boca! — gritou, empurrando o homem para fora do estabelecimento, que acabou se esvaziando um pouco por conta da briga. 

— Chanyeol, me desculpe. — pediu Baekhyun, indo atrás do chefe.

— Tá maluco, garoto?! O cara faz uma coisa dessas e você me pede desculpa? 

— Mas assustou os clientes e-

— Foda-se quem foi embora daqui junto com aquele merda. Se acontecer de novo, eu faço a mesma coisa. — disse respirando fundo e tomando um shot de tequila. — Que merda. — tomou outro shot. 

— Calma. Eu vou atender os que restam e logo a gente fecha. — disse pegando os pedidos e preparando.

— Você deveria estar indo embora daqui.

— Não, sem problemas, começamos esse horário novo semana que vem, sem problemas. — disse preparando dois pedidos de uma vez e colocando na bandeja, indo servir os que faltavam, com os olhares de Chanyeol seguindo cada passo seu.

O fim da noite não foi tão desastroso quanto parecia. Correu tudo normalmente até o horário de fechamento.

— Acredita que aquele merda nem me pagou as cervejas? Droga. — disse Chanyeol e Baekhyun o olhou com os lábios franzidos, logo depois servindo um shot de tequila, que que o maior achou que era para si, até ver o garoto levar até os lábios e virar de uma única vez, não parecendo incomodado com a garganta queimando — Isso não é coisa para você. Só depois dos vinte e um. — disse sarcástico. 

— Qual é… eu poderia estar atirado nas drogas, poderia ser um cara depressivo que não levanta da cama nem para tomar banho, mas estou aqui, tentando ser forte, fazer uma vida e um imbecil meteu a mão na minha bunda. — disse um tanto triste, tomando outro shot. 

— Eu prometo, isso não vai acontecer de novo. Você não sai mais de trás desse balcão. 

— Não precisa me proteger do mundo. — riu — Tá tudo bem, merdas acontecem.

— Mas essa não vai acontecer de novo, eu prometo. — Chanyeol disse sério, levando a mão até o rosto de Baekhyun e o fazendo olhar para si — Não é justo você ter que se esconder por conta do desrespeito alheio, mas eu me sinto melhor se estiver aqui, se estiver seguro. 

O Byun concordou com um manear de cabeça, novamente tendo seus olhos fixos em Chanyeol, dessa vez recebendo o que tanto queria desde o princípio. Ter seus lábios tomados pelo Park. 

Sentiu as mãos grandes acariciando sua cintura e logo foi posto sobre a baqueta, podendo abraçar o corpo maior enquanto o beijo ia se intensificando mais e mais.

— Não. — disse o Park ao parar o beijo. 

— Não deveria ter acontecido?

O mais velho ponderou um pouco e riu.

— Não vou deixar que passe disso por hoje. — beijou o Byun novamente, não conseguindo separar-se dele por vários minutos seguintes — Eu vou te levar em casa, pega suas coisas. — disse, se afastando e deixando bem claro que o momento estava encerrado.

Se em algum momento existiu um rastro de vontade de não se apaixonar pelo Park, Baekhyun não tinha a menor ideia de onde o tinha enterrado. 

I Will Protect YouOnde histórias criam vida. Descubra agora