O Pianista (YoonMin)

Capitulo Um;

França - Paris

01/01/2010

— Ei, por que está tão agoniado? — Hoseok indagou, enquanto arrumava a gravata do namorado.

— Estou nervoso. — sorriu envergonhado. — Não me olhe assim, Hope. — falou com um biquinho nos lábios, arrancando uma risada gostosa do mais velho.

— Às vezes você parece uma criança. — deposita um selar cálido na testa do outro. — Estarei na primeira cadeira, e já até preparei um buquê de rosas vermelhas.

— Mas essas são as suas favoritas, não as minhas. — resmungou.

— Oh, deixa de ser bobo, assim quando eu jogar, você saberá que o homem que mais te ama no mundo estava torcendo por esses dedos mágicos.

Os dois ficaram se alfinetando por um longo tempo, até porque Jung Hoseok faria qualquer coisa para que o namorado se saísse bem na apresentação. Depois que ambos terminaram de se arrumar, seguiram para a recepção do hotel, para confirmar que ficariam por mais uma noite, em seguida pediram um táxi.

— Estou me sentindo estranho, Hope. — gruda na mão do namorado. 

— Deve ser o nervosismo, não se preocupa tanto, huh? Já disse que vou estar lá e… — depositou dois beijinhos nas mãos do mais novo. — Agora elas te obedeceram. — fala rindo.

Logo que entraram no táxi informaram-no o endereço, era uma corrida um pouco longa, por isso pediram para que o taxista fosse um pouco mais rápido.

No entanto, com a chuva ficando cada vez mais densa, era quase impossível ver alguma coisa. O motorista estava sendo cuidados ao máximo, entretanto, um outro carro estava a vir com tudo.

A única coisa que Yoongi ouviu foi a melodia do ressoar das teclas do piano; Moonlight Sonata-Beethoven uma melodia triste, logo após isso, sua mente se tornou um caos, se afundando em lembranças passadas.

***

— Ei, você sabe qual é o prédio de artes? — um rapaz alto e de cabelos pretos se aproxima de Yoongi.

— Ah, bom, eu...eu meio que estou indo para lá agora, eu te levo, bom, se quiser. 

— Vai ser um prazer. — o moreno afirma. — Me chamo Jung Hoseok, e acabei de me mudar para cá.

Yoongi sempre foi muito tímido, reservado e de poucos amigos, já que ficava nervoso atoa. No entanto, aquele seria seu primeiro ano na faculdade, ele tinha que pelo menos tentar fazer um amigo que seja.

— Me chamo Min Yoongi, e é meu primeiro ano na faculdade. — afirmou baixinho, fazendo o mais velho sorrir.

— Então sou seu sunbae? — passa o braço em volta do corpo do garoto. — Tenho 22 anos. 

— Eu tenho 19 anos. — se afastou um pouco.

Seria um ano extremamente diferente e corrido, para o jovem Min, e em uma dessas descobertas, acabou por ficar apaixonado pelo sunbae Hoseok.

Claro, o sentimento era recíproco, Jung não se aproximou à toa, já havia percebido o jeitinho tímido do branquelo, e ficou apaixonado. Assim que descobriu que o garoto queria se tornar um pianista, não pediu esforços para ajudá-lo, mesmo assim, Yoongi ainda era muito tímido, e tinha um tremendo medo de palco.

— Um beijinho em cada mão, e eu tenho certeza que hoje, sua apresentação vai te fazer decolar! — o moreno pega as mãos do futuro pianista, e deposita ali dois selinhos. — Vão ser seus amuletos.

— Sunbae, obrigado. — curva-se.

— Esquece, você é meu namorado, se queres agradecer, rouba-me um beijinho. 

As bochechas do mais novo ganharam uma cor avermelhada rapidamente.

— Estarei na primeira fila. — sussurra e beija a testa do namorado. — Toque para mim.

***

— Senhor? — Yoongi custava abrir os olhos, seu corpo todo reclamava por causa das dores. — Consegue me ver? 

— O-onde estou? — indagou confuso, lembrava-se de ter entrado no carro, junto de Hoseok, em seguida um barulho, e a sinfonia de Beethoven.

— Está no hospital, sofreu um acidente sério a 3 dias, e durante todo esse tempo, ficou inconsciente.

— Hoseok? Meu namorado… Onde está? — tenta se sentar na cama, entretanto, foi tempo perdido.

— Tente melhorar, meu jovem, você precisa descansar, por favor. — Yoongi começa a se agitar, por algum motivo sentia que o médico estava escondendo-lhe algo. 

— Quero vê-lo! Deixe-me vê-lo!!! 

— Sr. Min, o senhor Jung não resistiu aos ferimentos, ele acabou fazendo, tentamos todo o possível, sinto muito. 

Aquelas palavras atingiram-no como agulhas, perfurando cada espacinho do seu corpo, seu coração parecia ter sido esmagado de forma cruel, a culpa começou a consumir todo seu ser. A “maldita” sinfonia voltou a ecoar em sua cabeça. 

— Tragam-me calmamente, agora! — o médico praticamente grita.

Enquanto Min ficava preso em sua própria culpa. Tentava caminhar dentro de si, entretanto, parecia perdido naquele imenso labirinto.

***

— Você é meu amuleto da sorte! — Yoongi grita eufórico, correndo até Jung. — Eu consegui, eu passei! — sorri largo.

— Bom, em troca, sempre toque para mim, e sorria para mim… — diz acariciando a bochecha do mesmo.

***

“Por que você está me deixando? Por que você me deixou, Hoseok? Você prometeu, prometeu que estaria comigo, do começo ao fim”

09/03/2020

Daegu - Coréia do Sul

— Olá, sr. Park, por favor, entre. — a matriarca da família Min fala de forma gentil.

— Eu vim, porque na agência me disseram que você estava precisando de um cuidador… — Jimin se senta, tentando manter-se calmo, já que é seu primeiro emprego.

— Mais ou menos isso, querido. 

— Entendo, então estamos falando de que? Cuidar de criança? Ou cachorro? — a loira começa a sorrir e nega minimamente.

— Na verdade, você cuidará do meu filho, ele está completando 30 anos hoje. — o ruivo olha incrédulo.

— Ele tem algum tipo de incapacitação?

— Só nas mãos, no entanto, quero que vá para casa dele, para lhe servir como acompanhante. — o mais novo começou-se a sentir incomodado com aquele tipo de assunto. — Oh, céus, não por isso, a muitos anos ele sofreu um acidente, e… Yoongi se tornou uma pessoa sem vida, amargurada, foi diagnosticado com depressão… — suspira. — Ele vive só, então, tenho medo, sabe… — a mais velha segura as lágrimas. — Meu filho era o mais talentoso do mundo, e o sorriso dele… — ao se lembrar de todas as vezes que ele sorriu, o coração da sra. Min se aperta. — Mas a 10 anos eu não vejo aquele sorriso. 

— Eu nunca...fiz nenhum trabalho, e pelo que entendi, você só quer que eu seja um amigo dele?

— Sim, quase isso, ajude-o também com coisas simples. Ele tem empregado, entretanto, não mantém contato com eles. — suspira. — Ganhará bem por isso.

“Bom, é só fazê-lo sorrir? Certo!” Jimin pensou animado.

— Não vai ser fácil, todos que tentaram, desistiram em menos de 24 hrs. — isso assustou um pouco o jovem, mas ele não podia desistir.

— Não irei desistir!

Ambos se levantam e apertam as mãos.

— Comece a partir de amanhã, e leve suas coisas, viverá lá.