Capitulo Três;

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Jimin ficou encarando o mais velho, até o mesmo sumir do seu campo de visão, e logo que isso foi feito, a senhorita Yang o acordou do transe.

— Jimin, você está bem? — indagou um pouco confusa, era a primeira vez que alguém tratava o seu chefe de tal forma.

— Sim, estou, bom, já que o mal humorado acordou, vou começar meu trabalho. — sorri de forma gentil.

Como sua mãe uma vez lhe disse; Sorria, este é o melhor remédio.

— Tente não agir de tal forma, Jimin. — a jovem mulher aconselha. — Mas não vou mentir, adorei que tenha sido tão pulso firme. — o mais novo assentiu e seguiu para a cozinha.

No entanto, não ousou entrar, a cena o fez ficar estático, o homem pálido, de feição séria, e de lábios sem cor, estava praticamente brigando com a colher, para poder comer um pouco de cereal. Sua mão trêmula, e visivelmente sem força mal segurava a colher e quando conseguia tal ato, a refeição não se mantinha na mesma. Porém, a cena mais forte foi ver seus olhos serem cobertos por um brilho doloroso, e logo as primeiras lágrimas caírem. O ruivo queria falar, queria dizer algo, insistir e ajudá-lo, entretanto, a única coisa que conseguiu fazer foi recuar, lentamente, deixando suas próprias lágrimas passearem por suas bochechas.

— Ahr! — um grito rouco e agoniante foi dado por Yoongi, em seguida o barulho da porcelana se quebrando no chão.

O mesmo encolheu-se na cadeira, sentindo sua respiração pesar, seu coração batia lentamente e de forma dolorosa, cada batida parecia uma facada. Sua garganta parecia estar fechada, impedindo que gritasse o quanto doía, a dor de estar vivo enquanto a pessoa que ele mais amava havia morrido, e como a sra. Jung gostava de ressaltar; a culpa era totalmente e exclusivamente sua, e de mais ninguém.

Com o resquício de força que ainda estava em seu corpo, levantou-se e saiu arrastando as pantufas. Encarou Park por alguns minutos, o jovem estava tão agoniado que não conseguia se mexer, e nem ao menos notar que o Min passará por si. Yoongi se limitou apenas a seguir seu caminho, ir para seu quarto e passar as longas horas até o almoço, lá trancado.

— Sr. Min? — Jimin retornou aos seus sentidos e correu até o moreno. — Devia comer. — seu olhar recaiu sobre as mãos do ex-pianista. Era tão doloroso imaginar o que ele estava sentindo.

— Perdi a fome. — sua voz foi baixa, e automática, até parecia que isto era algo que ele dizia sempre.

— Não comeu, e eu estou aqui para ajudá-lo, venha eu…

— Seria muito, pedir para você me deixar em paz? Não ver que eu não quero a pena de ninguém? — continuo subindo as escadas. — Eu não vou me matar, eu não sou digno. — foi enfático em dizer tais palavras, deixando a dúvida no ar.

— Pena… — o ruivo sussurrou para si mesmo.

Claro que o Min Yoongi só recebia esses olhares. Não existia algo diferente disso, na situação que ele se encontra, afundando em seu próprio passado, vivenciando todos os dias aquela noite.

“Eu não vou sentir pena de você, Min Yoongi!” Park pensou de forma espontânea. E iria realizar seus pensamentos, seria difícil, mas se realmente queria ajudar o outro, necessitaria disso.

— Yang? — chamou a mais velha que recolhia os pratos. — Ele já tentou se matar? — fez uma pergunta indiscreta, que deixou a outra desconcertada. — Por favor, eu preciso saber. — a empregada respirou fundo, pensou bastante.

— Sim, por incrível que pareça, foi apenas uma vez, um dia depois de seu retorno a Coréia. — termina de pegar os cacos do que antes era uma tigela de porcelana branca com desenhos. — Ele chorou o dia todo, se trancou no quarto, e no outro dia, quando fui acordá-lo, a porta ainda estava trancada, chamei ele por diversas vezes. — sentiu a mesma agonia, que sentiu naquela manhã de domingo. — Eu abri a porta com a chave mestra, e ele não estava na cama, quando corri para o banheiro ele estava lá, na banheira. — Park arregalou os olhos, engolindo em seco.

O Pianista (YoonMin)Onde histórias criam vida. Descubra agora