O Pianista (YoonMin)

Capitulo Dois

Jimin chegou praticamente cantarolando pela casa, estava feliz com seu primeiro emprego; feliz é pouco para defini-lo, ele estava radiante.

— Ao que devo essa alegria? — seu pai se pronunciou, assim que o filho entrou na cozinha. 

— Eu tenho um emprego, papai! — fala ainda mais animado. — Meu primeiro emprego.

— Sério? Isso não vai atrapalhar você em nada? — indagou preocupado, não queria que o filho abandona-se o sonho.

— Não vai, papai, eu estou bem. Aliás, terei que ficar lá com eles. — o Park mais velho estranhou aquilo. — Não me olhe assim, é tudo legalizado, eu vou ser cuidador.

— Uma criança? — o patriarca da família indagou.

— Ele é mais velho que eu… Bom, pelo que a sra. Min me disse ele está fazendo 30 anos hoje. 

— Então ele tem problemas de saúde? — Jimin apenas concordou, até porque pelo que Sra. Min deixou bem claro que ele tem alguns problemas.

— Se vai fazer se sentir mais seguro, posso muito bem lhe passar o endereço. — o mais novo pegou um papel e uma caneta e escreveu o endereço da “sua nova” casa.

— Cuide-se, e não se preocupe, vou falar com sua mãe, tá? 

— Não deixe ela ficar preocupada a toa, papai, ela já tem muito estresse no trabalho. 

“Ser enfermeira não deve ser muito fácil”

O jovem Park tratou de fazer suas malas rapidamente, pondo tudo que julgo necessário, ainda precisava acertar alguns pequenos detalhes com os Min com relação ao seu salário e folga.

— Cuide-se, meu filho. — o mais velho deposita um selinho na testa do mais novo. — Não se esqueça que você pode ligar a qualquer hora, tá?

— Pai, eu não sou um bebê. — sai praticamente arrastando as malas.

Como sua casa ficava em um lugar bem mais afastado, teria que pegar o metrô, seria mais ou menos 4 horas de viagem até chegar em seu destino, por isso optou em ir no mesmo dia, e passar a noite em um hotel pertinho.  Enquanto isso, decidiu pôr os fones de ouvido, ignorar um pouquinho o mundo, e toda aquela poluição sonora, queria apenas uma boa música, algo que lhe inspirasse. Seu cantor favorito era um desconhecido, ele não entendia muito bem o porquê de não ter informações sobre ele em lugar algum, apenas suas músicas.

“Minha inspiração” Jimin pensa em meio a um sorriso agradecido.

Graças a essas músicas, sentiu que ele conseguiria realizar seus sonhos, só precisava tentar, a sua preferida; “Dream”

06:00 a.m.

— Bom dia, senhor. — Park se curva diante do segurança. — Me chamo Park Jimin, fui contratado pela sra. Min Lyan.

— Ah, sim, ela avisou sobre sua vinda. Pode entrar. — os dois seguranças liberam sua entrada.

O jovem ficou meio abobado, aquela mansão era muito grande, e por isso várias perguntas rondavam sua cabeça, uma delas a mais pertinente seria; Qual o motivo pra ele morar em um lugar tão grande, sendo que vive só com empregados?

Dava para entender que ele realmente era bem isolado, no entanto, tudo ali era bem cuidado, parecia que a qualquer momento fossem receber visitas.

— Sr. Park? — uma jovem, uniformizada se aproxima. — Sou uma das empregadas do Sr. Min, a mãe dele me avisou sobre sua vinda, deixe-me ajudar com as malas.

— Não precisa, só mostre-me onde devo por elas.

— Por aqui, meu jovem. — aparentemente a moça é um pouco mais velha. — A Sra. Lyan disse que eu deveria te dar algumas instruções.

— Sim, estou ouvindo, sou bom de memória. — falou risonho, e empregada acabou sorrindo. 

— Não acorde-o, ele sempre acorda por conta própria, não abra as cortinas do quarto, ele não gosta de luz. — o jovem olha sem entender, mas confirma. — O café da manhã é sempre na hora que ele acorda, então fique atento, geralmente ele precisa de ajuda para alimentar-se, porém, ele não aceita, então não tente.

— Então o que devo fazer? — Jimin indagou confuso.

— Não vou te iludir. As pessoas que vieram aqui para este serviço, acabaram desistindo no mesmo dia em que começaram. O Sr. Yoongi é bem difícil de lidar.

— Sim, a senhora Lyan já me disse. 

— Deixe suas coisas aqui. — fala abrindo a porta do quarto. — O quarto da frente é o do Sr. Min.

— Entendi.

— Ah, Sr. Park…

— Jimin, me chama de Jimin. — o mais novo falou sorrindo. — Por favor!?

— Certo. No entanto, me siga, tem um lugar que preciso que você “conheça”. — o ruivo apenas seguiu a empregada, ambos desceram as escadas que haviam subido a pouco, e seguiram por outro corredor. — Está vendo essa porta?

O ruivinho olhou fixamente para a porta, uma sensação ruim tomou conta do seu corpo, era como se dali viesse toda a tristeza do mundo, uma angústia diferente, que o mesmo nunca havia sentido.

— E-estou… O que tem aí? — indagou curioso, e já tinha erguido sua destra para girar a maçaneta, mas foi impedido.

— Nunca, jamais entre aí, por nenhum motivo! Ok? — suspira. — Esse lugar é restrito, e deve estar cheio de teia de aranha e poeira, essa porta não foi mais aberta, desde a chegada do Sr. Min.

— Ou seja, desde o acidente? — indagou suspirando. — O que tem aí?

— Melhor você não saber, apenas não fique tão curioso.

— Yang!? — uma voz rouca ecoou bem alto, fazendo a mais velha tremer.

— Ela já acordou?! Por céus, ele nunca acorda tão cedo. — Yang segura o pulso de Jimin e sai puxando-o até chegar na sala de estar.

— Quem é esse garoto? — os olhos de Jimin fitam Yoongi.

Park começou a olhar cada detalhe do Min, ele era um homem alto, de cabelos pretos e lisos, os olhos eram escuros, e pareciam não ter vida. A pele era alva, seus lábios não tinham uma cor, era como está vendo uma pessoa que não dormiu a séculos. Com toda a certeza Min Yoongi tinha a aparência de uma pessoa muito doente.

— Meu nome é Park Jimin. — o ruivo se curva assim que saí do transe. — Sou seu novo cuidador.

— Arrume suas malas e sai da minha casa. — disse simples, e começou a seguir, para outro cômodo.

— Não! — o ruivo disse com pulso firme. — Eu não vou a lugar algum! — foi enfático em dizer, assustando Yang, e deixando Yoongi ainda mais revoltado.

— Não me testa, rapaz! 

— Eu já disse, daqui eu não saio, e você não me tira, pelo que eu saiba… Fui contratado por sua mãe, e não por você. — resmunga.

— Faça como quiser, só não fique no meu caminho. — Yoongi voltou a andar, e os olhinhos curiosos do ruivo recairam sobre as mãos do mais velho.

As mesmas eram longas, cheias de veias saltadas, no entanto, trêmulas, muito trêmulas, daquela forma elas não pareciam ter forças.

“Então elas realmente estão doentes” o mais novo pensou, triste, muito triste.