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POV TWILIGHT

– Filha! O café tá pronto!

Escutei a voz animada do meu pai vindo do andar de baixo. Ele amava cozinhar, fazer o café para mim era uma das suas atividades preferidas da manhã. Eram 6:30, a aula começava às 7:40. Enquanto meu pai preparava o café eu me vestia e arrumava minha mochila.

Assim que pus a mão na maçaneta, senti algo passando pelas minhas pernas. O Spike me olhava esperançoso, com a barriga virada para cima.

– Bom dia Spike – fiz um breve carinho na sua barriga – não posso brincar agora, sabe disso.

Atravessei a porta com ele me acompanhando. Desci as escadas e de cara encontrei meu pai com o seu avental de cozinha.

– Bom dia princesa! – ele deu um beijo na minha bochecha – fiz o café do jeito que você gosta.

– Obrigada pai – sorri – com certeza vai estar perfeito.

Meu pai, NightLight, era um homem no auge dos seus quarenta anos, mas que parecia ter trinta. Sua animação e energia eram suas principais características.

– A mãe já foi para o trabalho? – perguntei enquanto saboreava o café forte.

– Já sim – concordou – como sempre, ela resolveu adiantar o trabalho no escritório.

Ambos rimos. Minha mãe, Twilight Velvet, ou apenas Velvet para os íntimos, era uma mulher ocupada mas que dava a mim e meu pai toda a atenção e carinho que precisássemos. Ela e meu pai trabalhavam juntos como contabilistas, e faziam seu trabalho muito bem.

Terminei meu café e, após terminar de me arrumar, fui para a porta da frente juntamente com a minha mochila.

– Quer uma carona para a escola? – perguntou meu pai.

– Claro – respondi, acompanhando-o até seu carro.


Assim que cheguei na escola pude encontrar a Fluttershy me esperando na porta principal.

– Oi Twilight – respondeu com a sua voz suave de sempre.

Fluttershy era uma garota tímida, como seu próprio nome dizia. Sua meiguice e bondade eram características marcantes.

– Oi Shy! – prontamente percebi a ausência da nossa outra amiga – a Rarity vem?

Assim que minhas palavras saíram, vimos um carro chique parando em frente a escola. Aquela cena não nos era estranha.

– Bom dia queridas!! – a garota de cabelos roxos e vestido elegante gritou enquanto saia do carro e agradecia ao motorista – vocês estão MA-RA-VI-LHO-SAS hoje.

Rarity era nossa amiga rica. Obviamente que nós não éramos sua amiga por tal motivo. Ela era claramente exagerada nas suas emoções e, frequentemente, uma pessoa dramática, mas nunca deixava de oferecer ajuda sempre que pudesse.

– Bom dia Rarity – eu e Fluttershy a cumprimentamos em uníssono.

– Ai queridas – Rarity nos abraçou – como eu viveria sem vocês me esperando aqui todos os dias?

– Rarity, a gente faz isso desde o primeiro ano do ensino médio – argumentei.

– Ensino fundamental na verdade – a Fluttershy corrigiu passando as mãos pelas mechas rosas.

– Nunca é tarde demais para agradecer as amigas – Rarity deu uma piscadela – vamos lerdinhas, vamos entrar.


POV SUNSET

– Merda, merda, merda!

Eu proferia todos os palavrões existentes enquanto pulava num só pé, tentando colocar o meu tênis ao mesmo tempo que ia para a cozinha.

Eram 7:30, faltando dez minutos para a aula. O desespero havia tomado conta de mim, não podia chegar atrasada pela quinta vez na aula de química.

Ray, meu lagarto, me observava de dentro do seu aquário. Ele parecia rir da minha cara de desespero.

– Cínico – brinquei – já te dou comida, espera um pouquinho.

Enquanto eu escovava os meus dentes, digitei uma mensagem para a Rainbow Dash, torcendo para que ela não tivesse saído de casa ainda. Passados alguns segundos a mensagem foi respondida

Sunset: DASH ME DIZ QUE VC NÃO SAIU DE CASA AINDA 

Dash: Calma gata, tava recém tirando a moto da garagem

Dash: Colocou no soneca dnv né? Aciakxjakdkajd

Sunset: Sem graça -_- pode passar aqui?

Dash: Relaxa, chego aí daqui uns 5min

Rainbow Dash foi minha primeira amiga assim que eu saí do orfanato e entrei na escola. Logo quando descobri que ela era emancipada e morava sozinha, eu sabia que tínhamos algo em comum: independência.

Um alívio tomou conta do meu corpo assim que li a mensagem. Me arrumei com mais calma e dei comida para o Ray. Escutei o interfone do apartamento tocar e atendi.

– Oi Dash, já tô indo – fui breve e desliguei logo em seguida.

Tranquei a porta e desci rapidamente as escadas. Logo que saí pelo portão vi a Rainbow com a moto estacionada e me estendendo um capacete. Subi na garupa da moto e assim que coloquei o capacete a moto arrancou.


A Rainbow estacionou a moto e nós deixamos os capacetes na secretaria. Andamos pelos corredores até escutar uma risada vinda atrás de nós.

– Pelo visto arguém se atrasou de novo – o sotaque entregou a dona da voz.

AppleJack – para seus amigos muito íntimos AJ – morava com a família no sítio Maçã Doce. A vida do interior lhe proporcionou muito trabalho e ela esperava herdar o sítio quando ficasse mais velha. Eu, ela e Dash éramos um trio inseparável, principalmente nas bagunças. Infelizmente, quase sempre éramos pegas, já que a Applejack não aguentava ficar mentindo por muito tempo, mas essa natureza dela nunca nos abalou, pelo contrário, sempre nos incentivou a sermos mais amigas dela.

– Não é culpa minha se meu organismo precisa de mais uma hora de sono – me defendi.

– Não julgo a Sunset, eu também não gostaria de acordar numa sexta para ter aula de química – Dash justificou.

Ocê tem sorte de ter a Dash nessas horas – Applejack se dirigiu a mim – mais um atraso e ocê ganhava detenção por mais uma semana.

Revirei meus olhos nesse momento, havia esquecido completamente da detenção de sábado. Não que fosse novidade para mim, eu seguidamente ia para a detenção, mas eu realmente esperava terminar o jogo A ascensão de Tirek no sábado.

– Aquela que a gente aprontou com o professor CrankDoddle foi demais – a Dash deu uma risada.

– Foi mesmo – ri me lembrando da cena – nunca vou esquecer da cara dele quando ligou o projetor.

– O que ocês fizeram com ele afinal? – a Applejack questionou.

– Nada demais – respondi rindo – só desenhamos na lente do projetor, de um jeito que quando o professor ligasse aparecesse, sabe, genitais masculinos.

– Nem sei por que ele ficou tão bravo – a Dash cruzou os braços – a gente ia apagar depois.

– Tenho quase certeza de que essa era a menor preocupação dele na hora – argumentei.

O sinal tocou, indicando que era hora de todas nós irmos para a aula.

– Vamos? – convidei – quanto mais rápido essa aula acabar, mais feliz eu fico.

Detenção (Sunset Shimmer X Twilight Sparkle)Onde histórias criam vida. Descubra agora