LXXVII

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POV TWILIGHT

Dor, apenas dor. Tudo o que eu senti quando acordei era minha cabeça latejando, como se um pedreiro estivesse martelando meu crânio com uma britadeira. Não lembrava de nada da festa, a minha última lembrança havia sido Aria me perguntando se eu tinha certeza de que iria beber mais. Era aquilo a sensação de ressaca? Parecia ruim com as minhas amigas, elas costumavam reclamar bastante, mas não sabia que a sensação era tão desconfortável.

A primeira coisa que notei – além da dor insuportável na minha cabeça – fora o lugar em que estava, com certeza não havia estado ali antes, não reconhecia nada. Algumas guitarras estavam penduradas na parede, haviam vários livros numa prateleira ao lado da cama, e o diferencial principal, o quarto aparentava estar numa espécie de mezanino de madeira, dando vista a uma enorme janela com as cortinas fechadas.

Sentei-me na cama e senti a minha cabeça doer outra vez. Torci o lábio a cada latejada que eu sofria. Entretanto, minha audição não estava afetada, eu ainda pude escutar passos vindos da escada ao meu lado. Quando virei o meu rosto, vi Sunset subindo os últimos degraus, com um copo de água e comprimidos nas mãos.

– Ah, você acordou – ela arregalou levemente os olhos e pôs os objetos na mesa de cabeceira – achei que iria acordar mais tarde.

– Não seria uma coisa ruim – reclamei, sentindo mais uma pontada na minha cabeça. Sunset sentou na beirada da cama, ao meu lado.

– Como você está? – ela passou os dedos pela minha franja e pousou a mão na minha bochecha.

– Muita dor de cabeça – respondi, revirando os olhos.

– Eu tenho remédio para isso – disse, pegando o copo e o comprimido que estavam na mesa – aqui.

Não cheguei a me preocupar com que tipo de remédio eu estava tomando, apenas botei-o na boca e o engoli com ajuda da água.

– Acho que vou ficar melhor, obrigada – agradeci, passando a mão pela minha testa.

– Quer deitar ou tomar café? – Sunset ofereceu – eu acabei de fazer.

Pensei um pouco, cafeína pura e sem qualquer adição de açúcar era benéfica para pessoas que sofriam com ressaca. Como resposta, tirei as cobertas de cima de mim e sentei-me na beirada da cama. Sunset pegou um par de chinelos para que eu usasse e desceu as escadas. Enquanto descia, consegui ver melhor o ambiente onde estava. Claramente era um espaço para apenas uma pessoa morar, havia somente o necessário, uma cozinha ao fundo, um banheiro ao lado e a sala, além de um pequeno espaço de trabalho abaixo do mezanino de madeira.

Já na cozinha, peguei uma das cadeiras para me sentar, ao lado de Sunset, que bebericava uma xícara de café com leite. Ela torceu um pouco o rosto quando me viu tomar o líquido sem açúcar ou leite, não evitei de fazer a mesma expressão quando senti o gosto, o açúcar realmente fazia falta. Aos poucos, senti a minha cabeça doer menos, por mais que ainda me incomodasse bastante.

– Esse lugar é seu? – perguntei à Sunset, quando eu estava na metade da xícara.

– É meu apartamento – sorriu – saberia se tivesse ido pegar os pijamas comigo aquela vez.

– Não sabia que um prédio pequeno podia ter um apartamento tão aconchegante assim – passei meus olhos pelo lugar, era realmente um ambiente caloroso, ainda que não muito espaçoso.

– Eu consegui deixar ele confortável – gabou-se – a maioria das pessoas apenas aluga apartamentos aqui por poucos meses e nem se preocupam em decorar, como eu sabia que moraria aqui por mais tempo, resolvi dar uma repaginada.

Detenção (Sunset Shimmer X Twilight Sparkle)Onde histórias criam vida. Descubra agora