SETE - Princesa de Lugar Nenhum

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— Eu não sei o que dizer — arfou Penélope.

— Que tal um chá, para começar? — sugeriu Oriana. Penélope apenas assentiu com a cabeça. A fada agitou sua varinha no ar e um conjunto de chá apareceu magicamente ao lado da mesa. — De que sabor?

— O-O quê? — indagou Penélope.

— O sabor do chá. Algum em específico?

— Eu... eu não sei. Eu não tomo chá.

— Então será sua primeira vez! — Oriana se alegrou. — Eu sugiro chá de abóbora.

E, novamente, ela agitou a varinha e o bule de chá levitou até as xícaras dispostas na mesa, derramando um líquido laranja e quente dentro. Penélope pegou sua xícara e analisou o líquido com hesitação.

— Não julgue antes de tomar — disse Oriana, já bebericando seu chá.

Penélope respirou fundo e tomou um gole.

— Mmm! — arquejou, surpresa. — É... delicioso!

— Eu não falei? — sorriu Oriana.

— Sim, sim. Um ótimo chá — falou Rúbia. — Mas isso não explica o porquê de ela ter passado de camponesa sem graça para uma princesa deslumbrante.

— É — concordou Penélope. — Espera aí! Sem graça?

— Ah, sim! — Oriana levantou-se e agitou a varinha, fazendo o conjunto de chá sumir. — Eu vim aqui porque Cinderela havia me chamado. Bom, acho que eu devia tê-la teletransportado comigo, mas...

As portas da biblioteca se abriram e duas figuras apareceram ali. Uma era Cinderela e o outro era um belíssimo homem, de cabelos negros e olhos tão azuis quanto os de Cinderela. Ambos carregavam uma expressão de espanto no rosto.

— Madrinha! — exclamou a rainha.

— Desculpe, querida, vim o mais rápido que pude — defendeu-se a fada.

— É, estamos vendo — disse o homem.

— Oh, Charles, é bom vê-lo também. — Oriana o cumprimentou.

Cinderela correu até a Fada Madrinha e ambas de-ram um abraço apertado.

— Então, vejo que já conheceu Penélope — disse a rainha. Ela a olhou de cima a baixo, percebendo sua roupa nova. — E mudou a roupa dela também.

— Na verdade, a varinha fez isso — disse Oriana. — Ela revelou a todos nós quem era Penélope realmente.

— Uma princesa? — inquiriu Rúbia, incrédula.

— Não é à toa que Sua Majestade me mandou aqui.

Após essas palavras, todo o ambiente ficou tenso, como se Oriana tivesse jogado uma bomba e esperado a reação deles. Apenas Penélope não sabia o porquê daquilo tudo, mas tentou parecer tão tensa quanto.

— Ela me disse que uma nova princesa apareceria por essas terras.

Oriana agitou sua varinha e uma esfera de luz apareceu na frente de todos, dentro refletia um castelo com uma jovem subindo as escadas.

— Princesa? — Cinderela inquiriu. — Por que não me disse que era uma princesa?

— Ergh... — Penélope começou a suar frio. — Esqueci?

— Quem se esquece de mencionar que é uma princesa? — indagou Rúbia inquisitiva.

— Deixe-a em paz! — mandou Skylar. — Talvez ela não tenha achado o momento certo para contar, só isso.

As Aventuras de Penélope Kindle - O Segredo dos Contos de Fadas | DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora