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“Pronto, pronto, tenham calma meninos!” tento manter-me séria, mas realmente torna-se complicado. As discussões deles são sempre tão engraçadas, tanto como as suas gargalhadas.

“E tu Rose? Já tens namorado?” a minha irmã sempre que fala comigo pergunta o mesmo. Ela apesar de ser pequena é muito inteligente, e diz que o rapaz que namorar comigo será um sortudo. Nunca percebi o porque desta certeza dela, mas também nunca perguntei.

“Sim Ruth, já tenho namorado, e não Emanuel, ele não é todo tatuado nem cheio de piercings!”

“Heyy! Como sabias que ia perguntar isso?”

“Porque te conheço tão bem como a palma da minha mão” rio “ e porque perguntas sempre o mesmo quando falo de um rapaz” a minha relação com eles dois não podia ser melhor. Apesar de terem apenas sete e oito anos, sempre pareceram gente grande a conversar.

Como é que ele é? Podes descreve-lo?”

Viro-me para o sofá e vejo o Luke ainda a dormir. Rastejo para o pé dele e fico a admirá-lo. Ele está tão adorável a dormir agarrado ao pinguim, com a boca ligeiramente aberta e roncos suaves a saírem dos seus lábios.

“Bem, ele é alto, muito mais alto que eu na verdade, tem cabelo loiro puxado para cima, olhos azuis como o céu em dias de verão e um piercing no lado esquerdo do lábio inferior”

“A mãe também está a ouvir mana, mas continua, fala-nos dele sem ser fisicamente” a minha mãe nunca gostou dos meus namorados, e sinceramente não estou com paciência para ouvir os seus comentários desagradáveis sobre o Luke, mas decidi que hoje não me vou importar, nada do que ela possa dizer vai abalar o sentimento que sinto por este pinguim de cabelo loiro e olhos azuis.

“Ele é, humm.. ele é diferente. Diferente de todos os rapazes que eu já conheci.” Passeio com a minha mão entre a sua cara e os seus cabelos. Há algo na sua respiração que me diz que ele já não está a dormir, mas mesmo assim contínuo “lembram-se do que vos disse que aconteceria quando fosse a pessoa certa? Bem, com ele acontece tudo isso e muito mais. Noventa porcento do meu pensamento diário é inevitavelmente ocupado por ele. É impensável a maneira como ele mexe comigo! Coro sempre que ele me elogia ou quando sinto ele a olhar para mim, cada vez ele fala, as borboletas na minha barriga voam que nem loucas. Quando ele me toca, uma onda de choques elétricos passam por mim. Apenas um beijo dele coloca os meus joelhos piores que gelatina. O cheiro dele funciona como um calmante para mim e os seus braços são o meu porto seguro, é o único sítio onde me sinto realmente bem, onde me sinto segura de verdade.

Também temos muitos gostos muito idênticos, ambos somos apaixonados por pinguins, música e livros. Ele formou uma banda com os nossos amigos, é vocalista e toca guitarra. De vez em quando também compõem e até já escreveu uma música para mim. Tem uma voz que faz qualquer um delirar mãe. Eu gosto mesmo dele, mais do que alguma vez acreditei que fosse possível, e por incrível que pareça ele também gosta de mim! Eu sinto-o!” um sorriso parvo está estampado na minha cara e as minhas bochechas estão quentes e molhadas das lágrimas que correm. Eu estou feliz, feliz de uma maneira que não estava a anos!

“Eu sei filha, eu sei que estás. E podes não acreditar, mas estou feliz por ti.” Agora isso é que eu duvido. Também me custa acreditar subconsciente, mas se houve uma coisa que o Luke me ensinou é que devemos dar sempre o benefício da dúvida. Quem és tu e onde está a Rosie?

“ Eu sei mãe, e agradeço por isso.”

“Sabes Rosie, humm.. eu meio que gostava de o conhecer um dia. Isto se não e impotares claro. Sei que não temos uma relação mãe e filha constituída, mas gostava de me aproximar mais de ti. Mas se não quiseres tudo bem, eu compreendo filha.” Wow! Nunca nos últimos anos pensei ouvir a minha própria mãe a dizes isto. Ela sempre me dizia que eu era uma vergonha para a sociedade e tudo mais e agora diz-me que quer conhecer o meu namorado? Está louca só pode!

“Hum.. quem sabe um dia.. talvez mãe, tenho de falar com ele primeiro, mas acho que podemos combinar mais lá para a frente” não sei se quero que eles se conheçam. Não pelo Luke, mas pela criatura ao qual chamo mãe. Ela agora pode estar a ser simpática, mas atacar pela calada. Mesmo assim, um dia vou falar com o Luke. Apesar da minha mãe, gostava que ele conhecesse os meus irmãos.

“Sim, bem, eu vou terminar o jantar. Vai dando notícias e meninos, venham por a mesa mal desliguem a chamada”

“adeus mãe”

Conversei durante mais cinco minutos com os meus irmãos e desliguei a chamada com a promessa que ia ligar mais vezes.

Levanto-me para sair da sala e ir preparar o jantar, mas sou impedida pela voz que tanto amo.

“Rosie?” a voz dele não saiu tão rouca como sai quando ele acaba de acordar, o que me faz congelar.

Será que ele ouviu tudo o que eu disse na chamada?

*hard life* // Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora