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Capítulo 14 • A despedida

Agosto começou e com ele as primeiras despedidas. Sophia estava a caminho do aeroporto, pronta para embarcar para Nova York para começar as gravações de um novo filme. Dan, seu agente, ia junto no táxi, como era de costume.

Sophia sentia por ter que se afastar de Dylan por ao menos uns quatro meses, mas consolava a si mesma, lembrando o quanto estava animada para esse filme desde que ela recebeu o script da audição para o seu papel. Ela ficou louca pela personagem, sentiu quase que uma conexão imediata.

BINYL (abreviação de Baby I Need Your Loving) era o nome da nova produção. Era um musical que se passa em uma escola de artes, atualmente, porém todas as músicas cantadas e dançadas pelos personagens são sucessos dos anos 70 e 80.

E essa era a melhor parte, a parte que ligava Sophia à personagem que ela iria interpretar, ambas cresceram ouvindo essas músicas, era natural para elas. Sophia tinha todas as letras decoradas de cabeça, estava muito animada para começar.

Dan reservou um jatinho, o que tornaria a viagem um pouco menos cansativa. Ao chegar no aeroporto, eles se dirigiram à parte mais reservada, porém, no meio do caminho a menina acabou sendo reconhecida por algumas pessoas e resolveu parar e dar atenção a elas.

Isso sempre a fazia bem, ela amava ouvir as palavras de carinho que recebia quando conversava com alguém que admira seu trabalho - que não eram necessariamente fãs, pois ela achava que não tinha fãs - e naquele momento, ela estava precisando.

Quando Dan e Sophia estavam prestes a entrar no portão que dá acesso à área restrita de embarque, quando ela escuta alguém gritar seu nome. Não apenas alguém, Dylan. Sophia se virou e o encontrou andando rapidamente até ela, segurando um ursinho de pelúcia marrom com um laço azul no pescoço.

- Dylan! - a garota gritou de volta e correu até ele, se jogando em seus braços e depois se repreendendo por isso, aquilo com certeza lhe causou alguma dor. Ela tentou se afastar, mas ele a puxou de volta, surrando "tá tudo bem".

Por alguns segundos eles ficaram ali, aproveitando o abraço um do outro, enquanto todos ao redor olhavam com um certo estranhamento, mas não pareciam reconhecer o casal.

Dylan se soltou do abraço e disse:
- Sei que a gente se viu ontem, mas eu queria te ver uma última vez antes de você ir. E queria te dar isso, - ele entrega o ursinho para Sophia - Só para você não esquecer de mim por lá.
- Esquecer de você? - ela ri - Eu não seria capaz de te esquecer nem se passasse setenta anos longe de você. Obrigada, Dyl.

Ela diz e dá um beijo nele, desejando não ter que ir, que aquele momento não acabasse nunca. Mas aos poucos o beijo foi cessando e as mãos foram se soltando lentamente, nenhum dos dois queria dizer adeus.

- Acho que tenho que ir. - ela diz, cabisbaixa.
- Boa viagem. Tenha cuidado. - ele deposita um beijo rápido na testa dela e lhe lança um sorriso triste, que Sophia devolve. Ela se vira e começa a andar em direção ao portão, quando Dylan chama sua atenção mais uma vez -Sophia, espera!

Dylan corre até ela, para ficar frente a frente. Ele a olha de cima a baixo, querendo memorizar cada parte, coloca uma mecha do cabelo enrolado dela para trás da orelha e diz:

- Eu amo você.

Era a primeira vez que ele tinha falado aquilo para ela, com todas as palavras. Ela sabia disso pelas atitudes do dia a dia, mas a surpresa de ouvir isso saindo da boca dele foi tanta que Sophia chegou a arfar levemente. Mas ela não precisava pensar muito para responder a isso.

- Eu também amo você, Dyl. - ela responde, se aproximando novamente do rosto do garoto e o beijando novamente.

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Depois de embarcar, Sophia se pegou abraçada ao ursinho que Dylan a presenteou e sentia o cheiro dele na pelúcia. Ela olha para a janela do avião, mas a única vista que tinha era um mar de nuvens abaixo dela. Já estava bem longe de Los Angeles.

Ao menos podia manter sua cabeça ocupada. Eles chegaram em Nova York, se acomodou nas instalações do set de filmagens e começou os ensaios. Uma semana depois ainda lhe doía um pouco não o ver todo dia, e tudo que ela tinha era aquele ursinho com o cheiro de Dylan pouco a pouco se esvaindo.

Outro consolo era que esse trabalho a fazia feliz. Ela gostava de tentar coisas novas. Era um musical, e fazia muito tempo que ela não cantava profissionalmente.

Todas as noites, sem falta, lá estavam ela e Dylan, conversando que nem um casal adolescente por ligação. Sophia pagou totalmente a sua língua, pois antes dizia que abominava falar ao telefone, ainda mais por muito tempo, mas era o único jeito de ouvir a voz de Dylan e sentir-se um pouco mais próxima dele. Eles chegavam a passar horas conversando até bater o sono.

- ...E então ela mandou eu ir me vestir, mas não especificou qual era o figurino que eu deveria usar, e então eu fui procurá-la e ela foi super ignorante...
- Não brinca! - Dylan diz, do outro lado da linha.
- Sério, até um pouco maldosa.
- Você falou isso para o Dan?
- Eu não queria. Não quero já chegar dando um ataque de estrelinha.
- Mas Sophia...
- Sério, Dyl, está tudo bem. Isso aconteceu uma vez e pronto. Se voltar a acontecer... Bom...
- Aí você fala para ele, não é?
- Dependendo das circunstâncias...
- Sophia!

Ela solta uma risada pois amava fazer o Dylan entrar em modo protetor. Nesse momento, ela olhou seu reflexo no espelho, enquanto Dylan enumerava os motivos pelos quais ela deveria entregar a figurinista ignorante do outro lado da linha, e percebeu como seus olhos azuis brilhavam e seu sorriso era sincero.

E bom, fazia um tempo que ela não se via desse jeito. Era só mais um dos efeitos de Dylan nela.