†CAPÍTULO 3 - Corações Quebrados†

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❝O que você ama se não ama a si mesmo?

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O que você ama se não ama a si mesmo?

Você levaria sua escuridão a outra pessoa.

Bryde - Help Yourself 

Há quanto tempo não frequentava uma festa? Provavelmente desde que fui morar em Fredericksburg que, diferente de Ames, era um lugar onde fazia parte do cotidiano a monotonia do etéreo silêncio. O único barulho que se podia ouvir vinha do celeiro e das aves do campo, ou quando ia visitar o centro da pequena cidade rústica que possuía uma singela alegria pitoresca com a paisagem colorida pela vegetação típica do interior com extensas plantações, vistosas flores e alguns espaços desérticos. Então não havia mais ânimo e nem paciência para confraternizações com jovens alcoolizados e chapados que estavam sedentos por sexo e dispostos a fazer qualquer merda em uma casa lotada, escura e com o som em um volume ensurdecedor.

Daniel organizou aquilo como uma forma de "boas-vindas" para eu e Dean, convidando todos nossos colegas do colegial e metade dos jovens de Ames. Os rostos mais conhecidos eram de alguns rapazes com quem joguei no antigo time da escola e algumas líderes de torcida da época, mas não havia mais a mesma química entre eu e esse pessoal. Na verdade, não havia mais interesse nesse tipo de confraternização irresponsável e vazia.

Desde que fui para Fredericksburg, fiquei por três anos recluso naquele pequeno pedaço de interior. O mundo externo e agitado não fazia mais parte de minha vida, gostava apenas de apreciar o silêncio de minha própria companhia. Passei aquele tempo sem frequentar lugares movimentados ou ter contato com pessoas que não fossem Judith e Robert, os rancheiros que trabalhavam na fazenda para mim, e Mary, a gentil senhora que era minha vizinha e dona de uma pequena mercearia próxima. Ter ficado recolhido em meu próprio canto estava me fazendo ter aversão àqueles rostos poucos familiares e excesso de barulho.

Alguns rapazes do antigo time conversavam comigo enquanto eu fingia ouvir, alheio a praticamente tudo que ocorria a minha volta. Não sabia onde Daniel e Dean haviam se enfiado e ver Beatrice após três anos longe não estava colaborando nenhum pouco com o meu péssimo humor.

Ela, infelizmente, estava mais bonita que três anos atrás. Seu rosto havia amadurecido, o cabelo dourado estava mais longo e os olhos castanhos mais bonitos, mas apenas se encontrava naquela festa, rindo e conversando, porque seu atual namorado era um jogador do time da universidade de Ames e colega de Daniel.

Namorei Beatrice por dois longos anos e, sem sombra de dúvida, foi a melhor época de minha vida. Apesar de ser uma garota um pouco mimada, era incrível em muitas outras coisas e foi a única garota com quem tive um relacionamento. Era louco por ela, pretendíamos fazer faculdade juntos e nos casarmos depois que nos formássemos. Era um plano de vida perfeito e cheio de outros pequenos sonhos, mas que durou até a morte de meu pai, que, com certeza, foi o divisor de águas para meus irmãos e eu.

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