❝Tudo o que me mata me faz sentir vivo.❞
OneRepublic - Counting Stars
Observava minha imagem refletida no espelho prostrado no banheiro que se encontrava em meu quarto. Meu nariz estava ensanguentado, minha boca e a parte superior de minha sobrancelha direita estavam com os ferimentos ainda abertos. Havia mais de dois anos que não entrava em uma confusão, e acho que nunca levei uma surra como aquela, mas o que eu e Dean poderíamos fazer sozinhos contra cinco caras?
Vislumbrei que meus punhos estavam ralados e com hematomas vermelhos enquanto esticava meu lábio inferior para observar qual era a profundidade do corte. Felizmente vi que não era absolutamente nada grave, assim como o arranhão profundo da sobrancelha.
Tirei minha camisa coberta por sangue que não sabia identificar se era meu ou do outro cara, voltando a encarar meu reflexo despido no espelho, notando que minha respiração estava cansada enquanto mantinha as mãos apoiadas na bancada de mármore. As escleras de meus olhos estavam em um tom escarlate e me impressionei com o sangue que ainda caia de minhas narinas escorrendo direto para o ralo branco da pia. Não me recordo como começou aquela briga e muito menos o motivo dela ter se iniciado, estava chapado demais para saber o que aconteceu e não lembro de nada além de Damien me tirando de cima daquele merda já inconsciente.
Foi naquele momento que percebi o que havia feito, a adrenalina fez o efeito das drogas que usei aquela noite passarem e finalmente caí em plena consciência. Nunca era um bom sinal me ver em uma briga, o ódio me cegava me deixando inconsciente e sem ter noção do tempo ou do que estava fazendo, sem saber o momento certo de simplesmente parar.
Abri a torneira e joguei a água gelada em meu rosto, que lavou todo o sangue presente. Os cortes ainda não doíam e nem fizeram hematomas, mas era evidente que no dia seguinte nem os analgésicos iam cessar o maldito incômodo. Sem dúvida foi uma péssima ideia ter me metido naquela confusão. E, para minha infelicidade, o arrependimento não matava.
— Acho que vai precisar de gelo. — Escutei uma voz feminina falar logo atrás de mim, me fazendo desligar a torneira e olhar para ver quem era.
Callie estava com um saco improvisado com o que parecia gelo em suas mãos enquanto um vestido branco estava colado em seu corpo magro. Parecia ter sido estrategicamente escolhido para impressionar alguém aquela noite, e esperava genuinamente que esse alguém não fosse eu.
— Vou precisar de gelo dentro de um ótimo whisky — brinquei, a fazendo rir enquanto pegava o saco improvisado de suas mãos e colocava direto em meu nariz, encostando meu quadril na bancada.
— Por que tem que envolver o álcool em tudo? — ela indagou, cruzando os braços em frente ao corpo enquanto um largo sorriso enfeitava seus lábios coloridos por um batom vermelho.
— Porque o álcool é a solução para todos os meus problemas. — Foi outra brincadeira, mas, no fundo, sabia que considerava isso uma verdade.
Callie balançou sua cabeça loira negativamente, vendo que não havia argumentos possíveis para o que eu disse. Seus olhos azuis estavam com um brilho muito bem-humorado, talvez até demais para mim, então começou a se aproximar.
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Daniel Walker - Duologia Paraíso & Inferno Vol. I (DISPONÍVEL NA AMAZON)
Romance" Unidos por um passado, presos por um sentimento..." Três longos anos se passaram desde que o colegial havia acabado e Haven Salvatore foi embora da pequena cidade de Ames em busca de um novo começo, longe de tudo que a matinha ligada ao seu excruc...