P.O.V MARIA LUIZA
Com toda a certeza do mundo eu não estava louca. Apenas uma mãe desesperada por saber onde está sua filha.
São Paulo é enorme pra uma menina de 7 anos.
Após Arthur sair da cozinha, me levantei com meu caderno e fui andando para minha casa. Seria bom para pensar.
Devia ser 01:30 da manhã, e eu estava elétrica. Completamente sem sono.
Abro a porta de casa e acendo as luzes. Há algo de errado.
Vou até a cozinha sem fazer barulho e pego uma faca. Subo as escadas seguindo para os quartos.
Minhas pernas fraquejaram e meu peito se mostrou dolorido.
Abro a porta do quarto da Bia e não há nada, nem ninguém. Adentro alguns passos e observo, nada. Me viro para sair de volta ao corredor.
Até ser surpreendida pela minha filha gritando.
- Socorro, mamãe! Mamãe, me ajuda!
Mas não era minha filha, seu rosto começou a se deformar e ela virou uma poça.
Uma poça.
De sangue.
E de repente, eu estava imersa em uma escuridão profunda. A faca gélida ainda presente na mão direita.
E eu gritei.
- Maria Luiza! - ouço meu marido me chamar e caio de joelhos no chão.
Na poça.
QUEBRA DE TEMPO
- Malu! - meu irmão exclama ao me ver.
- Oi. - sorrio fraco.
- O que aconteceu, baixinha? - se sentou ao pé da minha cama.
- Ela não lembra. - Arthur apareceu na porta com uma bandeja em mãos.
- Como assim? - perguntou.
- De madrugada, eu e a Lu, bom, tivemos um pequeno desentendimento na mansão, a procurei por toda parte e concluí que ela estaria em casa. Quando cheguei, ela estava ajoelhada em frente o quarto da Bia com uma faca e uma poça de sangue por conta desse corte na perna.
Levantei o edredom escuro para que meu irmão visse minha perna enfaixada.
- Mas por que fez isso? - me perguntou passando a mão nos meus cabelos.
- Eu... Eu vi a Bia. Ela me pediu ajuda e de repente... Ela se desfez e virou sangue. - falei entre soluços.
- Calma, Lu, aquilo não foi real. - me acalmou.
- Eu preciso que vocês acreditem em mim. A minha menina tá em perigo e não vão nos ajudar. - me acalmei.
- Lu, mas o que me disse na mansão não faz sentido. BMO não poderia dar uma ordem a alguém para sequestrar a Bia.
- Ele matou o próprio filho dentro de mim. O que acha que ele é capaz de fazer com outra criança? - arqueei uma sobrancelha.
- Ela tem razão. - Mob disse.
- Eu disse, Arthur! - exclamei quando ele colocou a bandeja na cama e se sentou ao meu lado, me dando banana cortada em rodelas para comer.
- Deveríamos constatar isso a polícia? - meu irmão perguntou.
- Não. Devemos fazer por conta própria. - afirmei.
- Eles podem nos ajudar, Lu.
- Ou nos atrapalhar.
QUEBRA DE TEMPO
- Ok, gente. Vamos começar. - apontei para um quadro.
- Tia, tia! - Babi fez voz de criança.
Todos, inclusive os pro players estavam sentados na área de festas da mansão e estavam dispostos a ajudar eu e Arthur.
- Fala, Bárbara Passinhos. - fiz todos rirem, mas apenas dei um sorriso forçado.
- Posso ir no banheiro? - cruzou as pernas.
- Pode. - revirei os olhos e soltei um riso.
Após alguns minutos do pessoal fazendo bobeiras, nos concentramos.
- Eu concordo. O BMO pode fazer mal de longe, também. - Bradoock disse.
- Mas uma mulher levou a Bia, certo? - Vini perguntou e eu assenti. - Não é qualquer pessoa que aceitaria fazer mal a uma criança, principalmente uma mulher, que tem um lado mais mãe. Tô certo? - olhou para as meninas que assentiram.
- Então é uma mulher que não gosta da Malu e do Crusher. - Bak disse.
- Ou é uma mulher que gosta de um e odeia o outro. - Ike disse baixinho.
- O que? - o encarei, e assim todos fizeram.
- Não é nada. Pensei alto. - balançou a cabeça negativamente e seguimos com a conversa.
Durou horas e não chegamos a nenhuma conclusão, apenas de que é uma mulher que não gosta de mim e do Arthur.
Mas a questão é, que tipo de pessoa atingiria minha filha por raiva à mim?
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Sister 2 | Loud
Fanfiction- Achei que após o nascimento da Bia e meu casamento, seria minha hora de ser feliz. Manteve-se um silêncio curto até que ela falasse novamente. - Eu estava errada.