Capítulo 12

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P.O.V CRUSHER

Estava saindo quando meu braço foi agarrado. Encarei Mob que balançou a cabeça negativamente.

- Dá um tempo pra ela, mano. - me soltou.

Suspirei pesado e me sentei ao seu lado na bancada.

- Cê acha melhor? - levantei a cabeça.

- Acho que todo mundo precisa de um tempo sozinho, pra pensar. - deu de ombros.

- Eu só queria me explicar.

- O que cê fez, afinal? - se levantou indo até a geladeira.

- Alguém mandou uma sacola com uma roupinha caliente e um bilhete. - Coringa entrou forçando a voz.

- Tá de sacanagem? - Mob me encarou bolado.

- Explica melhor aí, Crusher. - Coringa debochou, mas logo fechou a cara quando o encarei.

- Tinha um bilhete dizendo algo que combinava com o cabelo e tal. - dei de ombros.

- Não era só isso. - Mob encarou o chão e fechou a porta da geladeira, pegando um refrigerante.

- Era sim. - reforcei.

- Minha irmã não ia pirar por isso. Tinha mais alguma coisa, eu tenho quase certeza.

Ignorei o comentário do Mob.

- Já que eu não posso ir atrás da minha mulher pra respeitar o espaço dela, vamos jogar pra eu me distrair. - revirei os olhos e me levantei.

Fui até o quarto do Coringa e ele iniciou uma live, entramos no Free Fire e já que eu não estava em casa, joguei mobile mesmo.

- Qual foi, mano. Os caras tão te gastando. - Coringa me cutucou.

Olhei os comentários e o pessoal me zoava por estar jogando mal.

- Pô, tropa. Mobile não é meu forte. - ri fraco.

Continuamos mais algumas horas de live e eu saí do quarto quando Babi entrou, puta da vida.

- Fica com seu pinscher aí. - ri e me esquivei de um travesseiro jogado pela gada.

Esbarrei com GS no corredor e fomos até a cozinha bater um rango.

- Tá desanimado, hein, mano. - jogou uma barra de chocolate pra mim.

- Sabe como é, né... - revirei os olhos.

- Coringa me contou pelo whatsapp. - riu baixo.

- Esse filho da mãezinha fala demais.

Ficamos ali conversando durante alguns minutos até Coringa e Babi aparecerem.

- Que cara é essa, meu mano Coringuinha? - GS zoou.

- A Bárbara Passos quer ir no cinema, mas já falei que não dá. - revirou os olhos.

- Bárbara Passos, Victor Augusto?! - colocou as mãos na cintura.

Eu apenas me sentei para observar a briga fofa do meu casal favorito. Abri minha barra de chocolate e GS veio pro meu lado.

- Eu aposto o restinho da barra que a Babi ganha a discussão. - sussurrou.

- Apostado. - ri.

- Babizinha, meu amor, sabe que não dá. - Coringa repetiu.

- Eu quero motivos, Victor. Motivos. - soletrou.

- Parece que vocês não vêem as notícias, mano. - Coringa deu as costas, abrindo os armários.

- Que notícias? - perguntei.

- Ah, tem um vírus aí. Tão fechando tudo. - deu de ombros.

- Como assim? - Babi se acalmou.

- É um tal de corona vírus, tão pensando em iniciar uma quarentena pra ninguém sair e ser infectado. - explicou.

- Então... Sem cinema? - Babi fez beicinho e eu ri.

- Sem cinema, meu amor. - Coringa ajeitou o cabelo dela e eu senti falta da minha Lu.

- Meu chocolate. - debochei do GS, afastando os pensamentos sobre a Maria Luiza.

- Que merda. - ele resmungou me entregando a barra.

Decidimos fazer uma noite do cinema para acalmar os nervos da pinscher. Mob havia pedido pipoca doce pelo Ifood, ninguém tinha concordado por achar muito supérfluo, mas não deu pra tirar da cabeça dele.

Estávamos no meio de algum filme aleatório, que eu nem sei qual era, quando Mob levantou para buscar a pipoca.

- Esse filme é tão lindo. - Voltan enxugou umas lágrimas e Bak revirou os olhos.

- Ô mulher pra chorar. - debochou.

- Crusher Fooxi, acho que vai gostar de ver isso. - Mob voltou com o que parecia ser uma foto nas mãos.

P.O.V MARIA LUIZA

Já havia algumas horas de viagem, e estávamos quase chegando ao Rio.

- Mamãe, por que o papai não veio com a gente? - Bia me fez a mesma pergunta pela vigésima vez.

- Bia, mamãe já te respondeu. Papai tem que ficar pra trabalhar. - respondi sem paciência.

- Af, que chato. Queria o papai aqui. - fez manha.

- Mas você magoou muito seu papai querido, quando disse que chamou o Bernardo de pai. - soltei sem pensar e me culpei logo depois.

- Mas eu não queria magoar o papai. - encheu os olhos de lágrimas.

- Barreira sanitária? - cerrei os olhos estranhando.

- Tá ouvindo mal, hein, mãe. Eu disse que não queria magoar o papai. - Bia gargalhou.

- Não, filha. A mamãe entendeu. - sorri pelo espelho.

- Vou tirar a temperatura de vocês, ok? - parei o carro onde o guarda havia indicado e uma moça com um termômetro avisou.

- Tudo bem. - dei de ombros.

Ela tirou minha temperatura e a da Bia, estava tudo ok então seguimos nosso caminho.

- Mãe, por que ela colocou aquele negócio na nossa testa? - Bia perguntou.

- Pra tirar nossa temperatura, igual quando você fica dodói. - respondi.

Liguei o rádio, intrigada com a barreira sanitária e fiquei chocada quando ouvi as notícias.

- Puta que pariu. - falei.

- Mamãe, não fala palavrão! - Bia advertiu.

- Ih, garota. Eu não disse palavrão, eu disse fruta que caiu. Olha lá a jaca no meio da estrada. - apontei pro nada.

- Ah sim, mamãe.

Eu teria que ficar de quarentena no Rio, longe do meu irmão, do meu marido. A merda que eu tinha feito.

Um tempo depois de tanta estrada, fomos até um hotel e coloquei Bia para dormir.

Peguei meu celular e vi algumas mensagens do Arthur. As ignorei e disquei um número que eu não discava há muito tempo.

- Oi, amiga. Preciso de uma casa durante a quarentena. - falei sem graça.

The Sister 2 | Loud Onde histórias criam vida. Descubra agora