Capítulo 22

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P.O.V MARIA LUIZA

Eu ouvia barulho de carro, de gente rindo, e no fundo, eu ouvia os gritos de felicidade no meu casamento, e só pensava na merda que eu tinha feito.

- E aí, Maluzinha, que eu faço contigo? - sorriu de canto e continuei imóvel na frente da Bia.

- Por que você não enfia um rojão no cu e sai voando? Me deixa em paz! - gritei e recebi um tapa na cara.

Suspirei.

- Deixa a Bia sair e você resolve comigo. - ameacei.

- Não posso sair, mamãe. - andou até nosso meio.

- Ela gosta disso, Lu. Não é assim que teu marido te chama? - sorriu.

- Nojento. - sussurrei.

- Vamos ver agora. - disse próximo ao meu ouvido.

Se agachou, na altura de Beatriz e ela permaneceu imóvel.

- Tu já tomou banho com sua mamãe, não já? - ela assentiu. - Tu vai ver ela do mesmo jeito agora, então se assusta não, já é? - mudei minha feição juntamente com minha filha.

- Não. - disse baixo quando ele se aproximou de mim. - Não, não, não. - aumentei o tom de voz sentindo a mão dele na alça da minha regata, a puxando pra baixo.

- Sh, tu vai gostar de matar a saudade. - beijou meu pescoço.

- Não, não, não. - repeti tentando empurra-lo, falhando miseravelmente.

- Cala a... - ele parou.

Ele parou.

Ele parou porque ouviu uma arma sendo destravada.

Eu suspirei, aliviada.

- Ensinou sua cria a atirar, Maria Luiza? - ele riu e me empurrou na parede.

- Eu... Eu... - repeti tentando tirar o corpo dele da frente do meu.

Olhei por trás do BMO, e vi a minha filha com uma arma apontada para ele. Arregalei os olhos e ela sorriu pra mim, sem intenção de maldade.

- Ela não vai atirar em mim. - BMO sussurrou.

Até que eu senti o toque dele na minha intimidade.

- Não! - gritei e ouvi dois disparos.

Fechei os olhos com força e senti respingos no meu rosto. Um barulho enorme junto com mais dois disparos ecoaram no quarto.

Abri os olhos lentamente.

BMO caído no chão ao meu lado, e no meio do quarto estava RD, também caído, com a pistola em mãos.

Em questão de segundos, outro homem atravessou a porta, mas caiu no mesmo passo.

Outro disparo. E dessa vez eu sabia que havia sido a Bia.

Ela largou a arma, e correu até o RD.

- Tio, tio, levanta, tio. Tio, eu te orgulhei. - chorou segurando uma de suas mãos.

Escorreguei na parede e sentei no chão, senti o molhado do sangue no meu short e coxas.

Minha visão embaçou pelas lágrimas presentes, e fechei os olhos, fazendo com que escorressem.

- Fala pra sua mãe... O carro... Lá fora... Vai pra São Paulo, pequena... Vai pra casa, cria. - RD falou com dificuldade.

Levantei rapidamente e corri até ele, colocando sua cabeça no meu colo.

- Ei, o que? - perguntei ainda chorando.

- Anda logo, porra... Vai chegar gente aí... - tossiu.

Demorei 5 segundos.

- Consegue andar? - perguntei.

P.O.V CRUSHER

Babi havia ido pegar seu carro já fazia 5 minutos, enquanto eu e o Coringa terminávamos de nos arrumar, ela ficou de mandar mensagem quando estivesse pronta com o carro lá embaixo, mas quando entrou no quarto do Coringa novamente, totalmente pálida, congelamos.

- O que? - Coringa perguntou.

- Tem um carro preto, na frente da casa. Quando abri a porta, o vidro do carro abaixou e eu só vi a arma. - disse ainda pálida.

- Avisa todo mundo que não é pra sair. - afirmei.

- O morro onde a Malu tá com certeza tem conhecido por aqui, eles têm tudo planejado. - Babi me encarou. - Ela vai voltar?

- Vai. Eu confio na Lu. - disse saindo do quarto.

Desci as escadas correndo e fui até o canil da Skar a pegando e deixando conosco, aproveitei e reuni todos na sala.

- Eu ligo pra Lu? - perguntei.

- Não sei. - Milena disse.

- Por que? - GS indagou.

- Sabe-se lá onde a Malu tá, pode ser perigoso pra ela.

- Liga. - Mob afirmou.

- Tá doido? - Milena se virou pra ele.

- Liga pra minha irmã. - disse seco.

Disquei o número da Lu, e liguei.

Chamou, chamou, chamou e finalmente eu ouvi aquela voz doce que acalmou meu coração.

Durante dias e dias sem notícias da minha esposa e da minha filha, ouvir a voz da Bia aqueceu a preocupação que congelava meu peito.

- Oi, papai. Eu fiz uma coisa que vai orgulhar você. - riu animada.

- Bia, filha! - disse e todos levantaram do sofá - Cadê sua mãe? - perguntei.

- Bia! Tá falando com quem? - ouvi a voz da Lu de fundo, a porta do carro sendo fechada com força, o carro sendo acelerado e a ligação ficar muda.

Bia havia desligado.

obrigada por ler!
gente, eu estava pensando em logo que terminar esse livro, ter a terceira e última temporada, sendo narrada - principalmente - pela Bia, já adulta. cês leriam? pq assim, eu sou apegada nesse livro e não queria terminar ele nunca kkkkkkk mas ok
me respondam, aí bebes
beijinhos, se cuidem

The Sister 2 | Loud Onde histórias criam vida. Descubra agora