Capítulo 17

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P.O.V MARIA LUIZA

Eu não tenho noção da hora que a gente chegou na casa das meninas, mas Bia já tinha apagado de sono no meu colo enquanto Luizinho era o centro das atenções de uns homens.

Com ele, pareciam ser bonzinhos, homens fofos que amam crianças. Mas eu sabia do que eles seriam capazes, eu sabia.

E ninguém encostaria um dedo na Bia.

Fomos pra casa e ajudei Maju a pegar um colchão de casal que estava na lage desde cedo tomando sol.

Colocamos na sala pra eu e a Bia dormirmos. Forrei com lençol e peguei dois travesseiros. Arrumei tudo bem confortável.

As meninas vieram nos dar boa noite e alguns minutos depois, Luizinho apareceu.

- Tia Lu. - esfregou os olhinhos.

- Oi, meu amor. - levantei a cabeça.

- Eu posso dormir com você? - pediu manhoso.

- Claro, vem aqui. - chamei e ele deitou na minha frente, entre eu e a Beatriz.

Fiz carinho no seu cabelo e logo ele se virou de frente pra mim, me abraçando.

Continuei fazendo carinho nele e com outra mão, fiz carinho no cabelo na Bia.

Era até que gostoso ter duas crianças. Só faltou o Arthur atrás, mexendo no meu cabelo e implicando comigo, enfiando o dedo no meu ouvido.

Sorrio lembrando dele e acabo adormecendo.

QUEBRA DE TEMPO

Acordo ouvindo um som alto explosivo. Olho pro lado e vejo Manu rebolando no ritmo da musica.

- A piranha que habita em você já está acordada? - brinquei.

- Essa nunca dorme. - riu debochada.

- E a música? - afundei o rosto no travesseiro.

- Vizinha aí.

- Cadê as crianças? - perguntei.

- Mandei pra escolinha. - deu de ombros.

- Como assim? A Bia não tá nem matriculada, e nem tem nada de material. - falei confusa.

- E tu acha que isso faz diferença? Com o RD apontando a pistola dele na cara da diretora, tua filha entra rapidinho. - ela riu.

- RD? Não quero Bia perto dele. - falei séria.

- Tá fudida, ué. - riu - Pelo visto, o RD gostou dela, pela primeira vez veio aqui levar o Luizinho pra escolinha.

- Que? Ele é pai do Luizinho? - perguntei chocada.

- Não! - ela riu - Mas, só sei que tô amando essa ideia. RD é um gostoso. - se abanou.

- Mal gosto do caralho, Manoela. - balancei a cabeça.

- Tá, chega de reclamar. Levanta o cu daí e vamo no mercadinho. Tá quase na hora das crianças voltarem e não tem almoço.

- Que horas são? Eu dormi muito. - disse assustada olhando meu celular. 10:28h.

- Pois é, antes que pergunte Maju foi trabalhar.

Apenas assenti e fui tomar banho pra sairmos.

P.O.V CRUSHER

- Mob! - falei vendo ele tomar café junto com o pessoal.

- Já disse que não concordo. - mordeu o dedo sem querer quando o pão caiu.

- Mas é uma anta, né? - Babi riu - Concordar com o que?

- Consegui o endereço onde tá a Maria Luiza. - sorri.

- Duvido que seja verdade. - Mob deu de ombros.

- Ontem um menino me mandou mensagem no direct, uma foto e falou que esteve com a Malu. Aí pedi o endereço. - mostrei pro pessoal.

- Pode ser uma foto antiga, mano. - GS falou.

- Não custa tentar, vamo. - Coringa levantou.

- Vai pra onde, Curica? - Babi o encarou.

- Pro Rio, nesse endereço aí. Com certeza ela tá lá. Vamos, gente, eu quero meu carro. - fez cara de choro e eu ri.

- Tá, eu vou também. - pinscher saiu pulando.

- Eu acho que... - Mob começou.

- Vive muito no achismo, Mob. Deixa eles tentarem, ué, se não der certo, não deu. - Bak interrompeu.

- Tão sensato, meu bebê. - Voltan deu um selinho nele.

QUEBRA DE TEMPO

- Bárbara, seu carro é um nojo. - Coringa disse.

Ele estava dirigindo e Babi ao lado dele.

- Tá achando ruim, pula dele. - deu de ombros.

- Grossa. - fez bico.

- Gostosa, eu diria. - jogou o cabelo.

- Realmente. - ele riu de canto.

- Me poupem, caralho. - resmunguei.

Eles riram e Babi ligou o som.

Coringa reclamou quando ela só colocou sertanejo.

- Fazer o que? Só tomo chifre. - fez drama.

- Vai nessa, Bárbara. - revirou os olhos.

- Você não sabe brincar.

- Cê tá na TPM, só tá sabendo reclamar.

- Ô, inferninho. Os dois tão na TPM, dois chatos. Deixa eu colocar música. - reclamei.

Coloquei algumas músicas eletrônicas que alegrasse todos.

Seguimos caminho até que Coringa desacelerou. Olhei interessado quando fomos parados numa barreira.

- Residentes no Rio? - um fiscal perguntou.

- Não, senhor. - Coringa disse.

- Está indo visitar algum parente?

- É...

- Tô indo buscar minha esposa. - coloquei a cabeça no meio dos bancos dianteiros, parecendo criança.

- Ela mora no Rio? - perguntou.

Balancei a cabeça negativamente.

- Tem como me provarem a situação?

Balancei novamente a cabeça.

- Infelizmente não posso permitir a entrada de vocês no estado. Devido a pandemia que estamos vivendo, só estão aceitando casos de urgência e moradores.

- Mas senhor, eu só quero...

- Por favor, manobre e volte. Não dificulte. - sorriu forçado me interrompendo.

Bufei e Coringa manobrou. Voltamos em silêncio.

- Ué? - Mob encarou debochado.

- Não enche. - Babi disse.

- Porra de vírus do caralho. - gritei estressado.

Tudo conspirando pra dar errado.

Maria Luiza não atende minhas ligações, não responde minhas mensagem e eu não posso ir atrás dela.

Só dificulta.

The Sister 2 | Loud Onde histórias criam vida. Descubra agora