quatre.

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Ok, eu não vou pensar em homens mais.

Pelo menos hoje eu não vou. Hoje é a peça da minha irmã e vou me concentrar só nela, Wonwoo e Jeonghan ficam para depois. Respira fundo, Jihoon, você é mais que isso. Se você der sorte, eles vão te esquecer em menos de uma semana! Isso é bom! Ou não. Ai, meleca. Eu sou uma bagunça, estava reclamando que queria um namorado esses dias, e agora estou com esse cu doce. Deus, me leva, eu até pago o frete adiantado se quiser.

— Todos prontos? — Minha mãe perguntou, ela estava muito bonita com o vestido verde que usava.

— O Chan ainda não chegou, mãe. — Bada disse.

— Por que ele não vai com os pais dele? — Perguntei, irritado com a possibilidade de nos atrasarmos e não dar tempo para Bada colocar o figurino.

— Os pais dele que pediram para ele vir comigo. — Minha irmã estalou a língua — Eles disseram que vão demorar, mas tenho quase certeza que eles não vão mesmo.

— Como assim?

— Os pais do Chan são uns bostas. — Bada suspirou e me olhou — Basicamente.

— Olha o palavreado, filha. — Minha mãe fez cara feia e a campainha tocou na hora.

— Eu atendo! — Bada falou e correu até a porta — Chan!

Chan era amigo de Bada desde o jardim de infância. Os dois eram muito grudados, era fofinho de se ver. Ele entrou em casa e acenou para mim e minha mãe.

— Oi, senhora Lee. Oi, Jihoon. — E sorriu brilhante, seu sorriso era uma gracinha.

— Oi, Chan. — Minha mãe sorriu e eu acenei de volta — Vamos indo, então?

Durante o trajeto, olhei Chan e Bada conversando no banco de trás. Por um momento lembrei do que Bada disse, sobre os pais de Chan serem uns bostas. É, as piores coisas sempre acontecem com as melhores pessoas. Suspirei e olhei a janela. Quando Jeonghan e Wonwoo apareceram em minha mente, tratei de balançar a cabeça e aumentar a música do rádio. Nada de homens hoje, Jihoon. Nada de homens.

Ao chegarmos na escola de Bada, eu e minha mãe fomos até o auditório e nos sentamos nas cadeiras. Eu estava ansioso para ver minha irmã atuando, porém, minha euforia sumiu quando percebi um par de olhos me encarando. Limpei a garganta e me afundei no assento, me aproximando da minha mãe. Consegui relaxar após a peça começar, porém, quando se passaram 20 minutos, eu já estava extremamente entediado com aquelas falas monótonas e envergonhadas dos alunos.

Comecei a roer minhas unhas, batucando os dedos da minha outra mão no braço da cadeira. Corri o olhar pela plateia e encontrei o mesmo par de olhos que estavam me observando mais cedo. Era um garoto, ele tinha cabelos vermelhos e olhos bem puxadinhos, ele era bonito, bem bonito. Ah, Deus, eu juro que estou tentando, mas é cada homem atraente que o senhor coloca no meu caminho...

Pisquei, confuso, quando ele começou a fazer caretas para mim. Olhei para trás, só para ter certeza se era comigo mesmo, e tudo o que encontrei foram pais de alunos completamente imersos na peça. Voltei a encarar o garoto e vi que ele ria de mim, franzi a testa e fiz um bico, demonstrando minha irritação. Em resposta, ele sorriu brilhante — que sorriso fofo! — e mexeu a boca. Demorei bastante para ler seus lábios e entender o que ele queria me dizer.

"Você é fofo."

Engoli em seco, sem graça, e fiz um bico. Quis dar um soco em mim mesmo quando senti minhas bochechas queimarem, eu devo estar muito vermelho, que saco. Voltei a prestar atenção no garoto quando ele começou a apontar, freneticamente, para a saída, e se levantou, indo até lá. Ele queria que eu fosse junto? Santo Deus, para quê? Mordi meu lábio inferior e me remexi no assento, nervoso. Eu devo ir? Ah, a peça está chata mesmo. Mas eu prometi para Bada... Já sei, vou lá ver o que aquele esquisito quer, e volto para cá rapidinho. Simples!

✘ how to (not) fall in love.Onde histórias criam vida. Descubra agora