six.

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Acordei com dor de cabeça e, de quebra, atrasado para aula.

Vi Seokmin pela varanda do meu quarto hoje de manhã, ele mexia no celular e sorria bobo para a tela do aparelho. Aquilo me deixou de mau humor. Mas, por quê? Eu deveria estar feliz pelo meu amigo, certo? Ele encontrou alguém que o faz bem, oras! Então, por que isso me incomodava tanto? Comecei a ficar ansioso e meu estômago doeu, que ótimo, como se já não bastasse a dor de cabeça.

Entrei no elevador e apertei o andar da minha sala. Certeza que nem tem mais lugar perto da janela, odeio atrasar para aula. O elevador estava quase fechando quando uma mão entrou no meio da porta, levei um susto com o homem que entrou tão apressadamente e quase caiu em cima de mim. Ele respirou fundo, limpou a roupa no corpo, e me olhou. Pisquei rapidamente e desviei o olhar, ele era bem bonito.

— Oi, lindinho, vem sempre aqui?

E lá se vai toda a beleza que eu encontrei nele. Revirei meus olhos mentalmente e decidi não respondê-lo, porém, o homem era insistente.

— Não gostou da cantada? Não se preocupe, eu tenho um acervo enorme delas. — Ele riu, a risada dele era fofinha — Calma deixa eu pensar... Ah! Com certeza não devem haver ratos embaixo da sua cama. Sabe por quê?

Eu olhei o cara com minha melhor expressão de desgosto. Hoje realmente não está sendo meu dia.

— Por que? — Me vi respondendo, eu vou me arrepender disso, não vou?

— Porque em cima dela dorme um gatinho.

Apertei a ponte do nariz e suspirei alto. Pois é, me arrependi.

— Calma tem outra! Você tem uma caneta aí? — Ele disse sorridente, quando não respondi, ele voltou a insistir — Você tem?

— Não, por quê? — Respondi, quase descendo o soco naquele idiota.

— Porque assim a gente poderia começar a escrever a nossa história.

Ok, já deu para mim. Olhei a telinha que mostrava o andar que estávamos e quase chorei de alívio quando percebi que faltava apenas um andar para eu sair desse sofrimento. Entretanto, de repente, tudo ficou escuro e o elevador parou. Gente, mas que patifaria é essa? A vida está tirando uma com a minha cara agora, é isso?

Dei um pulo de susto ao ouvir o grito do homem ao meu lado, sendo seguido por um baque alto logo depois.

— Não, não, não! — Ele berrou — Por que a gente parou? Cadê a luz? O que aconteceu?

— O elevador deve ter estragado, se acalme. — Murmurei e liguei a lanterna do meu celular, fiquei bastante surpreendido quando vi aquele homem todo convencido encolhido no canto tremendo de medo — Você está bem?

— E-Estou sim. — Ele fungou — Quem disse que n-não estou?

O elevador deu um pequeno baque e as luzes piscaram, arrancando outro grito dele. Me sentei ao seu lado e o encarei.

— Você tem medo do escuro?

— Eu tenho 25 anos, óbvio que não tenho medo do escuro! — Após sua fala, desliguei minha lanterna e ele gritou de novo — Não desliga! Não desliga!

Soltei uma risadinha baixa e coloquei o celular com a lanterna virada para cima, me levantando e apertando o botão de ajuda do elevador em seguida.

— Pronto, logo eles vão vir e nos tirar daqui, não se preocupe. — Voltei a me sentar do seu lado e o vi limpar as lágrimas do rosto — Você quer conversar? Pode te ajudar a esquecer seu pânico.

✘ how to (not) fall in love.Onde histórias criam vida. Descubra agora