cinq.

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Agora eu tinha três números novos na minha lista de contatos.

Para qual eu ligaria, eu também não sei. Contei para Hansol e Seungkwan sobre Soonyoung, os dois ficaram berrando que nem papagaios no meu ouvido a manhã inteira. Principalmente após eu mencionar o beijo, Hansol faltou desmaiar. Esses dois são uns exagerados, mas fiquei feliz e ri bastante com a comoção deles.

— Vamos almoçar na lanchonete aqui do lado? — Seungkwan disse enquanto caminhávamos juntos até a saída da faculdade — Tô só na larica.

— Aceito, lá só tem comida gostosa e é barata ainda. — Hansol assentiu com a cabeça, mas algo dentro de mim sabia que ele concordaria com qualquer decisão de Seungkwan.

— Então vamos, também estou morrendo de fome. — Falei e apertei minha barriga.

A tal lanchonete era bonitinha, as cores eram chamativas e o ambiente era bem agradável. Ao entrarmos, quase fui atropelado por um dos funcionários, e, caramba, minha vida até passou diante dos meus olhos. O cara era tão grande que pensei que fosse pisar em mim. Ele se virou e me olhou com os olhos arregalados.

— Moço, me desculpa.

E saiu correndo com a bandeja na mão. Seungkwan e Hansol começaram a rir de mim, mas apenas revirei os olhos e fui até uma mesa.

— Aquele garçom era enorme, quase que nosso Jihoonie vira purê. — Hansol riu baixinho, me olhando zombeteiro.

— Ah, mas ele é bonitinho. — Seungkwan murmurou, observando o tal garçom — Será que você consegue o número dele também?

— Não enche, Kwan. — Franzi a testa e fiz um bico, arrancando risadas dos outros dois garotos.

Mesmo assim, resolvi dar uma olhadinha no indivíduo, e suspirei baixinho. Ele era lindo, parecia até um modelo, e o jeito que ele sorria para os clientes fez meu coração acelerar um pouquinho. Balancei a cabeça e olhei minhas mãos sobre a mesa, chega, Jihoon, não se esqueça dos outros três garotos que estão esperando sua ligação, hein.

— Vamos pedir? — Hansol esfregou as mãos, me tirando de meus devaneios — Tô faminto.

Não foi o garçom bonitão que nos atendeu, mas uma menina bem fofinha. Pedimos o especial do dia com desconto para universitários e começamos a conversar sobre banalidades enquanto esperávamos nossa comida. Entretanto, logo fomos interrompidos por um grito raivoso na mesa ao lado. O garçom bonitão estava encolhido enquanto um homem batia na mesa, visivelmente furioso.

— Já é a segunda vez que você traz meu pedido errado, garoto. Eu não pedi isso! Cadê seu chefe, hein? Cansei desse descaso!

— N-Não, senhor, espere, me perdoe.— O garçom ergueu as mãos, meu coração doeu ao ver seus olhos se agitarem, desesperados, e começarem a marejar — E-Eu posso...

— Não quero saber! Cadê o dono desse lugar?

Encarei meus amigos, eles estavam assustados e indignados ao mesmo tempo.

— Pra quê esse fuzuê todo, meu Deus. — Seungkwan franziu o nariz — Parece até que o menino matou o filho dele.

— Coitado do garçom. — Hansol fez um bico.

Mordi meu lábio inferior e me levantei da mesa, meus amigos me olharam com dúvida e eu respirei fundo. Meu coração batia forte em meus ouvidos enquanto me aproximava da outra mesa.

— Com licença. — Falei baixinho, mas tanto o garçom quanto o homem escandaloso conseguiram me ouvir, tentei não gaguejar ao sentir seus olhares sobre mim — Esse pedido é meu, ele deve ter confundido as mesas, já que estou do seu lado. — Murmurei para o homem e tentei sorrir — Ele logo vai trazer seu pedido, viu? E o certo, dessa vez, tenho certeza.

✘ how to (not) fall in love.Onde histórias criam vida. Descubra agora