Estava tudo indo tão bem.

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Notas anteriores da autora:

Um pequeno e único aviso: vocês irão sofrer.

Boa leitura!

Notas recentes da autora:

É, vocês irão sofrer kkk

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— Está doendo muito? — Midoriya perguntou, sem se afastar.

— Somente um idiota responde uma pergunta com outra pergunta — falei e sorri de canto, sentindo minha testa esquentar. Por mais que o meu coração esteja apertado, eu não devo insistir ou devo?

— Eu perguntei se a sua mão está doendo muito — Me ignorou e se afastou. — Precisamos cuidar deste corte, Shoto — Ele bufou e inflou as bochechas, fazendo uma careta extremamente fofa.

Como eu continuo achando fofo a pessoa que só me destrói?

— Não, Midoriya — neguei com a cabeça e me coloquei de pé, puxando-o pelo braço para que também se levantasse. — Não precisamos — suspirei e o encarei em silêncio por alguns segundos.

— E-Eu... — Izuku respirou fundo. Ele ficou nas pontas dos pés e trouxe as mãos até meu rosto, aproximando novamente nossas respirações e encostando as pontas de nossos narizes. — Se eu fizer isto, Kaachan irá... — mordeu o lábio e eu pude perceber sua respiração ficar descompassada.

— O que eu sou para você, Midoriya? — segurei seus pulsos e os abaixei, encostando o meu corpo ao dele, em seguida.

Por que mesmo tão próximos eu ainda o sinto cada vez mais distante?

— O meu melhor amigo, é claro — Midoriya murmurou com a voz falha e entrelaçou seus dedos aos meus. — É por isto que não podemos nos beijar.

— É verdade, não é? — Sorri sem graça, ou vontade e soltei suas mãos. Eu não quero mais ser rejeitado. — Desculpe, eu estava, sei lá — falei fingindo estar calmo, mas por dentro todo o meu mundo estava praticamente em ruínas.

Graças a Deus hoje é sexta-feira. Ao menos terei dois dias longe de qualquer sentimento em relação a ele.

— Somente uma vez... — enlaçou os braços em volta de meu pescoço e abriu um sorriso mínimo —, não tem problema, né?

Eu sinceramente estava esperando de tudo vindo dele: um soco, um abraço, um apertão ou qualquer coisa do gênero, mas jamais o que estava acontecendo.

Midoriya estava agarrado em mim, e o mais chocante, pasmem... nossos lábios agora estavam selados num beijo lento.

Eu sei que eu devia abrir a boca, colocar a língua para fora — eu já contei que treino nas laranjas da minha mãe? Uma vez tentei com uma melancia, mas não deu muito certo —, mas eu simplesmente não conseguia me mexer. Minhas pernas pareciam ter sumido, meu corpo estava completamente imóvel. Nem a enfermaria parecia mais a mesma.

— Pronto — sussurrou, me soltando e piscou diversas vezes, deixando nítido o quanto seu corpo tremia por inteiro. — Não conte para ninguém, ok? E, esse foi o único.

Assenti com a cabeça, toquei os lábios com as pontas dos dedos e o vi me dar as costas, saindo pela porta em passos rápidos em direção para sabe-se lá onde. Onde nós estávamos ou estávamos fazendo?

Ah quem se importa..., eu finalmente toquei os lábios do garoto que eu amo. Eu poderia morrer agora que seria o homem mais feliz do mundo!

Mas, por que eu sinto que não vou desejar relembrar deste dia? Não, hoje eu apenas irei sorrir.

Como (não) perder o BV em 30 dias │em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora