"Súcubo (em latim succubus, de succubare) é uma personagem referenciada pela cultura pop e mitologias como um demônio com aparência feminina que invade o sonho dos homens a fim de ter uma relação sexual com eles para lhes roubar a energia vital.
O súcubo se alimenta da energia sexual dos homens e coleta seuesperma para engravidar a si mesma ou a outros súcubos, e quando invade osonho de uma pessoa ele toma a aparência do seu desejo sexual e suga a energia proveniente do prazer do atacado. As súcubos tendem a ficar mais fortes e mais frequentes em épocas de transição de lua cheia, com isso ficando mais descontroladas e mais sedentas."
Bloqueei a tela do celular e o deixei cair por cima do meu peito, depois respirei fundo e fechei os olhos. Assim que havia desbloqueado o aparelho, ele abriu exatamente nesta página do Google, na Wikipédia.
Acho que graças ao pesadelo que eu tive com minha vizinha, eu pesquisei isso em algum momento lá na faculdade e acabei me esquecendo de fechar a guia, sei lá, ou o FBI está acompanhando toda minha vida pelo microfone do celular e, em forma de entretenimento, pesquisaram isso no meu telefone e deixaram propositalmente para agora os agentes estarem em uma sala rindo da minha cara de idiota.
Acontece.
Esse foi um dos primeiros surtos que tive ao acordar de vez daquele estado de sonolência. Quando me forcei a me sentar na cama e meus pés tocaram o chão, acho que meu primeiro pensamento lúcido deveria ser do ruído irritante de alguma espécie de roda barulhenta que vinha de trás daquela porta, ou então me perguntar se realmente estou nos EUA e não em solo Russo, já que o chão parecia a ponta de um iceberg de tão frio.
Mas o que meu cérebro achou coerente ir em disparo para pensar primeiro?
Nela.
É sério, eu sou o ser humano mais gentil e bondoso da face da terra, eu tenho que ir mesmo para o céu, porque sinceramente, acordar completamente acabado; fragmentado; destruído; num hospital com o corpo dolorido e a primeira coisa a se pensar é na vizinha que nem o nome sei, é muita bondade pra uma pessoa só. (Ou talvez idiotice).
Eu concluí que estou em um hospital rapidamente. Quer dizer, tem vários fios embutidos na minha veia... Devo me preocupar se isso não for realmente um hospital?!
Mas... eu conheço muito bem esse lugar. Sei de cor como é o cheiro de desinfetante, os lençóis e paredes brancas, o ar extremamente gelado.
Olhei para o lado e havia outra cama hospitalar. Como de costume, haviam máquinas e soro ao lado e uma mulher deitada na cama, e um amontoado de fios loiros espalhados pelo travesseiro foram o suficiente pra me fazer sentir um arrepio gélido percorrer por toda minha espinha dorsal e de tão forte me fazer tremer os ombros. Nunca mais vou superar mulheres loiras...
Depois que ela desmaiou no apartamento e eu tentei acordá-la na esperança de não complicar mais ainda a minha situação na frente da síndica e proprietária; ela resolveu não dar nenhum sinal de vida só para acrescentar mais na minha imagem de, se não bastasse pervertido, agora possível psicopata ou assassino.
Mas fora isso, depois de muito acalmar a proprietária que berrava enquanto jogava baldes e baldes de água querendo transformar o apartamento da loira em Titanic, chamaram os bombeiros e a ambulância e por piedade não chamaram a polícia também. Parece que os paramédicos tiveram pena e me trouxeram junto, já que nem eu estava bem.
Estar bem... o que é isso mesmo?
– Então finalmente acordou!
Eu me assustei tanto com a presença da enfermeira que me tremi por breves segundos igual um peixe asfixiado fora d'água. Sabe, bater na porta não mata, na verdade, previne matar os pacientes. Ela nem ao menos esperou a minha resposta, apenas se aproximou de mim já me examinando.
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Doce Sorte [EM REVISÃO]
RomanceComo é o amor? Como é a felicidade? Ou a pergunta crucial: como pagar o aluguel do próximo mês? Luckin, um homem antisocial que ama a sua monótona rotina, é o completo oposto da sua vizinha ao lado, Mellorine. Ele a conhece da forma mais desastrosa...