DEPOIS
Duas semanas e meia desde o incidente depois da festa no apartamento de Simon se passaram, e nem ele, nem Baz trocaram uma palavra que fosse, nem mesmo sobre a Lucy, que aparentemente tinha melhorado em sua leitura oral em público o bastante pra que o problema não precisasse ser mencionado de novo.
Simon não sabia que tinha esperanças (nem sabia direito do que), mas estava quase perdendo. Será que era um flashback do Ensino Médio? Baz sumindo novamente?
Dessa vez não tinha Agatha.
Ele não queria deixar a situação se repetir, não queria perder Baz novamente, fossem amigos ou... algo mais. Mas não tinha certeza do que fazer. Não sabia dizer se o que tinha feito era certo ou errado, se tinha forçado a barra demais, simplesmente tinha... feito.
Então não ligou. Não mandou mensagem. Não passou na coordenação. Só esperou. E esperou. Quase desistiu.
Por isso ficou surpreso (e consideravelmente animado) quando seu celular tocou, mesmo que fosse o número da escola. Significava que era provavelmente Baz ligando. Sentia-se um adolescente de novo, com essa inquietação toda por causa de um número na tela do celular.
O que não gostou (muito) foi do que ouviu.
Menos de 10 minutos depois da ligação terminada Simon, Baz, Lucy, e mais 2 crianças estavam sentados na coordenação da escola, e Simon tinha a mão direita esfregando a testa, enquanto a mão esquerda segurava a da própria filha.
Esta, por sua parte segurava do outro lado a mão de (aparentemente) sua nova melhor amiga, Fiona Pitch.
Claro que a melhor amiga da própria filha seria sobrinha de Baz.
O que tinha acontecido era que o garotinho na sala – um menininho fininho chamado Davy Demeige, que agora tinha a mão no próprio nariz, que já tinha parado de sangrar, e os olhos inchados de choro – tinha dito algo aparentemente feio para Lucy – Simon já não gostava do moleque –, algo possivelmente cruel, algo sobre a leitura dela, que mesmo tendo melhorado, ainda se atrapalhava.
Fiona Pitch viu a situação toda e aparentemente foi ao resgate de Lucy antes que esta pudesse realmente reagir.
Simon já a amava.
Depois de um longo sermão sobre como Violência Não É A Chave, e sobre Como Bullying – sim, Davy, o que você fez foi Bullying – Não É Legal, Baz mandou o garoto e sua mãe embora e chamou Simon de lado.
— Desculpe por Fiona. Eu deveria ter acreditado quando Mordelia comentou que tinha ensinado a menina a socar. — Baz parecia sem jeito agora que estavam sozinhos, mas Simon ainda estava feliz por estarem conversando.
— Tá tudo bem, Baz. Eu até gostei. Calma! — Ele se interrompeu quando Baz lançou um olhar reprovador. — Não apoio violência entre crianças não, Baz. Mas sua sobrinha meteu um socão no garoto que tava fazendo bullying com a minha filha, então Fiona entrou no grupo dos bonzinhos pra mim.
— É... eu acho que foi por uma boa causa. — concordou, sorrindo de leve.
— Agora eu vou ter que ensinar ela a socar também....
— Absolutamente não, Simon.
— Quebrar o nariz de caras chatos, — Continuou como se Baz não tivesse dito nada — como certos ex-colegas de escola meus... sabe como é né, Baz.
— Você é péssimo, Simon. — Mas Baz sorri enquanto o repreende.
As leves marcas de idade nos olhos de Baz deixam o sorriso dele ainda mais bonito quando olhado de perto. E é ainda mais bonito do que quando tinham 17 anos. Simon se sente leve e bem quando vê Baz sorrindo.
Queria ver esse sorriso mais vezes.
Saíram da sala e pegaram as meninas nos braços, e foram andando lado a lado em direção a saída. Não tinha muito espaço pra conversa nem se quisessem, as meninas conversavam por eles, comentando sobre o acontecido mais cedo.
— Lucy, se o Davy vier falar coisas feias pra você de novo, me chama, e eu vou bater nele de novo, tá bom?
— Tá bom! — Lucy concordou animadamente ao mesmo tempo que Baz e Simon diziam "não!!"
— E se você quiser eu te ensino a bater também! — e sacudiu o pequeno punho entre eles.
— Sim!! Eu quero, foi muito legal!
— Fiona!!!!! — Baz comentou exasperado, Simon apenas sorria, vendo na forma que Fiona falava que talvez não tivesse jeito; em breve, Lucy voltaria pra casa uma mini boxeadora.
Quando alcançaram a saída, Fiona se esticou para abraçar Lucy ainda dos braços de Baz e, como Lucy imediatamente respondeu, Simon não pensou duas vezes e se aproximou pra deixar as duas se abraçarem.
O que ele também não pensou foi o quanto esse pequeno ato ia deixar os dois tão próximos um do outro. Então de repente eles estavam lá, rosto com rosto, incrivelmente perto o bastante pra que Simon não perdesse o olhar de Baz descendo muito rapidamente pra sua boca e, em seguida, desviando e com duas crianças pequenas entre eles.
Quando as meninas soltaram, e eles se separaram, o coração de Simon batia forte e não era o esforço de segurar a filha por tanto tempo. Baz estava corado. Simon adorou.
— Diga tchauzinho pra sua amiga, Fiona, ela já vai com o pai dela. — Baz disse
— Tchauzinho Lucy, tchauzinho Tio Simon.
— Tchauzinho Fiona, Tchauzinho Tio Baz — Simon e Lucy disseram ao mesmo tempo mas ele não conseguia se concentrar na menina.
Aparentemente o incidente não tinha arruinado tudo, certo?
Simon não parava de sorrir em todo o percurso pra casa.
☆
Gente dlaskkdlak desculpa a demora!!!!! Com esse negocio de quarentena, somado à meu trabalho e o fato de que eu to lendo Vilão (que alias!!!! animadissima!!!) eu quase esqueci, desculpa mesmo kkkkkk
Mas ta ai mais um capítulo com os boiolinhas da vez!!! Espero que gostem!!
E sempre, muito obrigada a quem acompanha e lê e tambem a Lolli por betar!! <3 Até semana que vem!!!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Timing Perfeito
FanfictionSimon e Baz se odeiam. Bom. Mais ou menos. Mas o quanto disso é ódio e o quanto disso é birra? Quando os dois se veem tendo que trabalhar juntos num trabalho escolar obrigatório as coisas começam a mudar e algo parece acontecer entre os dois, mas s...