O problema de se casar aos 18, criar uma filha aos 21, abrir uma agência aos 24, se divorciar aos 25 e continuar criando essa filha, agora em casas separadas, é que isso tudo não deixa muito espaço pra paquera ou para descobertas sobre sexualidade.
O que não era em si um problema. Simon era feliz na casa que dividia com Agatha, com sua linda filha, o amor da sua vida, Lucy, e com seu trabalho na agência. Só não era feliz em seu casamento. Mas isso era meio que um... detalhe. Algo em que ele tentava não focar muito (o que, em retrospecto, também não ajudou).
Mas aqui estava Simon, 2 anos depois do divórcio com um homem em seu apartamento – algo que nunca tinha acontecido –, e pior, esse homem era Baz.
Mas ficar aqui remoendo o passado de nada adiantava e ainda piorava consideravelmente a dor de cabeça que começava a dar sinais, então Simon se levantou pra preparar o café.
Lavou o rosto rapidamente, escovou os dentes e colocou uma camiseta além da samba canção que usava e foi pra cozinha, passando bem devagar pela porta do quarto onde Baz ainda estava, se o barulho suave do ar condicionado era qualquer indicativo.
Enquanto pegava o café em pó do armário Simon repensou sobre o final da noite, o que ele tinha feito – ou quase feito – com Baz.
Eu nunca mais bebo vinho na vida. Pensou, sentindo até as orelhas esquentarem. Como que eu vou olhar pra ele agora? Meu deus eu encoxei o homem na porta de um quarto e fui?? Embora?? Eu fui dormir?? Eu deixei ele lá??!!!
Enquanto respirava, tentando se recuperar da vergonha passada e colocando a mesa para dois, que escutou o barulho da porta abrindo no corredor dos quartos. Alisou a camiseta e passou a mão pelos cabelos involuntariamente.
Sorriu ao ver Baz.
Desde a adolescência – mesmo naquelas tardes que passava na casa dele – Baz sempre parecia muito... arrumado. O tempo inteiro. E isso não parecia ter mudado na vida adulta. Baz continuava elegante e bonito como sempre fora, agora ainda mais, que parecia ter ganhado massa e tinha deixado aquela magreza da adolescência pra trás.
Sendo bem honesto, Baz era um gato.
Mas, de alguma forma, essa versão era a nova favorita de Simon. Esse Baz que claramente tinha sido pego despreparado, com o rosto amassado do travesseiro, sem o óculos – agora ele usava óculos! – e no processo de fazer aquele man bun, bagunçado que só ficava maravilhoso nele, pra conter o cabelo bagunçado de dormir.
Esse Baz colocando os sapatos no chão e com a camisa pra fora da calça, se espreguiçando e parecendo ainda inconsciente do outro olhando tudo isso acontecer.
Esse era o melhor Baz.
Finalmente ele o notou.
Baz abriu a boca. Fechou. Corou violentamente. Simon não disse nada (esqueceu como se falava literalmente qualquer palavra que fosse, agora olhando nos olhos acinzentados de Baz).
Finalmente, depois de desviar o olhar:
— Bom dia, Snow. — Isso finalmente pareceu destravar Simon que praticamente sentiu sua própria mente seguir a seguinte ordem: palavras, Simon, mexa sua boca e diga coisas.
— Bom dia, Baz. Café? — Fingir naturalidade. Isso. Certo. Melhor caminho. — Não tem muita coisa, mas tem Nescafé.
Baz ainda não parecia ter atingido o total controle sobre si mesmo, que sempre aparentava ter, e ainda não olhava Simon nos olhos. Se concentrou muito nos próprios sapatos enquanto falava, num tom quase nervoso:
— Não... não, obrigado, Simon. Eu... Tenho... Trabalho. Isso. Coisas. Em casa. Na minha casa.
Antes que Simon pudesse se opor ou dizer qualquer coisa que fosse, Baz saiu quase correndo do apartamento, quase batendo a porta atrás de si.
Meu Deus, no que eu estava pensando...
☆
Ai gente os capitulos da quarta são sempre pequenininhos né, foi mal, isso não foi planejado, só aconteceu.
Bom que qualquer forma tem mais na sexta!! E até lá nenes !
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Timing Perfeito
FanficSimon e Baz se odeiam. Bom. Mais ou menos. Mas o quanto disso é ódio e o quanto disso é birra? Quando os dois se veem tendo que trabalhar juntos num trabalho escolar obrigatório as coisas começam a mudar e algo parece acontecer entre os dois, mas s...