Eram um emaranhado de pernas no sofá e respiração difícil.
Mas todas as roupas ainda estavam lá.
Eventualmente, depois de alguns (maravilhosos) minutos se beijando no sofá tal qual dois adolescentes, eles tiveram que parar pra respirar, o que rendeu no final das contas ainda mais risadas contidas da parte dos dois. Sentir a risada de Baz debaixo de si fazia Simon se sentir leve. Sentir as mãos dele em suas costas o fazia se sentir quente.
Depois de algum tempo Baz foi embora, estava tarde, mas ninguém havia bebido dessa vez e ainda era um dia de semana como outro, com trabalho no dia seguinte esperando os dois. Se despediram com mais um beijo de boa noite, suave e confortável, como se fizessem isso todo dia.
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Daí em diante eles passaram a se ver com bem mais frequência. Simon adorava achar desculpas pra ir na escola um pouco mais cedo, só pra poder roubar Baz um pouquinho pra si antes de ir pra casa.
Claro que lá não ficavam de beijos, mas agora existia uma intimidade maior nas conversas, olhares trocados que já não eram assim tão cheios de dúvida do que o outro estava vendo. Em dias mais calmos, Simon até conseguia roubar um beijo leve nos lábios ou arrancar um arrepio suave vindo de um beijo na nuca. Baz sempre reagia com alarme. "Alguém pode nos ver!", ele sempre dizia, mas não parecia realmente sentir raiva.
— E daí? — Simon perguntou, em algum momento, cerca de um mês e meio depois que começaram. — O que eles vão pensar? Que eu tô namorando o professor mais gato da escola?
— Nós estamos namorando? — Baz retrucou e Simon se sentiu gelar de leve e um constrangimento enorme — Eu tô brincando com você! Calma, Simon — continuou, rindo. — Mas é bom... ver você confirmar assim.
Também acabaram frequentando um a casa do outro – dessa vez, se quisessem, sem nenhuma criança –, o que rendia os dois se agarrando em sofás com a mesma ferocidade de adolescentes em primeiros meses de namoro, quase nunca assistindo os filmes que decidiam assistir.
Mas entre esses momentos, também havia outros, que Simon adorava profundamente, que eram totalmente domésticos. Cozinhar com Baz, descansar no sofá, ajudar a arrumar a mesa de jantar... tudo aquilo fazia uma felicidade pura e discreta surgir dentro de Simon.
Certo dia, Simon chegou na casa do namorado e encontrou um Baz que ainda não estava totalmente pronto – não que Simon estivesse reclamando, a visão de Baz com cabelo ainda úmido, e bagunçado e a camisa mal colocada, mostrando o corpo muito bonito e definido de Baz, era muito boa. Mas desejo de fechar a porta e não sair mais a parte, Simon na verdade ficou curioso e até um pouco preocupado.
Nesses últimos meses conhecendo Baz, até mesmo antes de namorarem, ele realmente tinha confirmado que Baz nunca seria pego desarrumado sem motivo claro, e quando olhou nos olhos do outro percebeu que alguma coisa não tava certa.
— Ei — Simon comentou entrando — O que houve? Eu não cheguei cedo demais, cheguei? Não seria do meu feitio fazer isso — e deu um beijinho delicado em Baz enquanto fechava a porta.
— Não, não seria — Baz respondeu, rindo um pouco — Eu que me atrasei hoje.
— Uau, o grande e maravilhoso e sempre pontual Basilton se atrasando?! O que houve?
— Não, eu só... tive um dia ruim na escola. Uma criança que sempre dá trabalho hoje se superou e eu cheguei tão cansado, Simon... Me distraí e demorei a me arrumar. Desculpe. Eu já volto e aí a gente vai, tá bom? — Sorriu fraco.
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Timing Perfeito
FanfictionSimon e Baz se odeiam. Bom. Mais ou menos. Mas o quanto disso é ódio e o quanto disso é birra? Quando os dois se veem tendo que trabalhar juntos num trabalho escolar obrigatório as coisas começam a mudar e algo parece acontecer entre os dois, mas s...