Inesperado...

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Inesperado, porque inesperado?

o termo inesperado significa: que ou o que não se esperava; que ou o que causa surpresa; que ou o que ocorre de modo imprevisto. E talvez seja isso que tenha acontecido, depois daquela foda que tinha muito mais sentimentos do que eu queria ocorreu outras e mais outras, logo depois foram acompanhadas por jantares em lugares chiques e românticos e presentes inesperados no meio do meu plantão e em pouquíssimos meses meu nome estava na boca de todo o hospital. '' Park jimin e Jackson Wang?'' sim era um namoro, outro erro cometido que já na altura do campeonato eu já não considerava tanto um erro assim, Jackson me tratava como um rei, sempre me dando coisas que eu certamente não precisava, eu ficava incomodado de vez em quando mas fazer o que? A foda era boa.

Com esses pensamentos segui meu dia, me arrumei e fiz minha tradicional rotina até chegar ao meu trabalho, entrei pela porta ouvindo gargalhadas altas e um grupo ao redor de alguém, meus residentes estavam ali então tive que char perto e saber o porque de eles não estarem trabalhando, mas era melhor eu ter passado direto porque quando cheguei perto e fiz um barulho pra que eles pudessem olhar pra mim o grupo se desfez cada um com um mochi na mão e eu pude ver quem era a pessoa que tanto fazia minha equipe rir...Minha mãe. 

- doutor Park  sua mãe estava nos contando como o senhor era quando era criança, você era bem fofinho. - disse Jung vindo ate mim mordendo um doce.

- eu posso saber o que vocês estão fazendo aqui ao invés de estar cuidando dos seus pacientes? - disse serio sem nem amo menos olhar pra eles, a pessoa que estava em minha frente era o meu alvo. - anda o que estão esperando? - jungkook não disse nada apenas saiu com todos os outros do grupo. - o que esta fazendo aqui ? - cruzei meus braços e o sorriso que estava na mulher baixinha em minha frente desapareceu. 

- vim ver você meu filho, você tem amigos muito bonitos. - disse ela se aproximando e me fazendo chegar cada vez pra trás.

- não me chame de filho, pra você é doutor park e eles são meus funcionários, aqueles que você estava atrapalhando o trabalho. - respondi

- aquele bonitão de dentes de coelho falou muito bem de você, ele é seu namorado. - céus como ela sabia disso ?

- não, ele é meu residente e bom pelo menos aqui as pessoas dão valor a mim e ao meu trabalho agora saia daqui. - vi os olhares estranhos em nossa direção e respirei fundo 

- preciso da sua ajuda filho. - eu queria dizer não, eu tinha que dizer não mas quando vi Jackson se aproximando eu não pensei duas vezes ao puxa-la para a parte externa do hospital, me sentei em uma das cadeiras e ela se sentou em minha frente. - seu irmão precisa fazer uma cirurgia e não temos dinheiro o suficiente.

- você tem o papai pega o dinheiro dele, seu filho tem esposa e outro irmão já disse se vira. - olhei para as minhas mão, não conseguia olhar pra ela nem um minuto sequer.

- seu pai nos largou filho, encontrou uma mulher rica se casou com ela, isso já tem alguns anos. - segurou minha mão mas por pouco tempo por que logo puxei e limpei em minha calça.

- isso não é problema meu, fico espantado quem iria querer uma pessoa alcoólatra como meu pai? além de você é claro. - crio coragem e olho pra ela. 

- eu não sei, mas sei que preciso 18,182,100,00 wons pra fazer a cirurgia do seu irmão. - passei a mão na nuca e bufei, sabia que ela não iria sair dali até conseguir levar pelo menos um relógio caro meu.

- que cirurgia é essa? - perguntei e ela parou pra pensar.

- hernia. - disse rápido quando eu estava pronto pra me levantar, parecia ter sido a unica cirurgia que ela lembrou mas talvez tenha se esquecido que o filho dela é medico cirurgião geral e que uma cirurgia de hernia ele fazia de olhos fechados então sabia que não era esse valor todo.

abri minha carteira e peguei 4,848,560,00 wons, que era equivalente a quatro mil dólares e dei a ela.

- essa é a ultima vez que vou te ver Marta, da próxima vez que for mentir pesquise, a porra de uma cirurgia de hernia não custa isso tudo, são praticamente 15 mil dólares, no máximo 2 e mesmo assim isso não é problema meu, não sei o que você quer com esse dinheiro mas se voltar aqui mais uma vez é melhor não dizer que é a minha mãe ou então o único encontro que vai ter comigo vai ser na justiça, e ai você vai ser obrigada a ficar a 100 metros de distancia de mim. - fui andando. 

- jimin... - me chamou e eu olhei.

- Some. - foi apenas o que eu disse antes de adentrar o hospital passando por tudo e todos o mais rápido possível ignorando todos os chamados das pessoas, entrei na primeira sala de treino vazia e me sentei no banco que estava no centro me permitindo chorar tudo que ficou guardado por anos.

[...]

Não passou muito tempo até eu ouvir o ranger da porta e alguém sentar ao meu lado.

- problemas?  - aquela voz, a voz que faz meu coração aquecer instantaneamente estava ali, concordei com a cabeça. - pode desabafar comigo, ainda somos amigos.

- sabe quando você sente que esta sozinho no mundo? eu sinto isso todo dia, desde que eu era pequeno, o filho mais novo e o ''defeituoso'', eu passei a minha infância sendo maltratado pela minha mãe e meus irmãos, quando descobriram que eu tinha sangue azul ( homens que geneticamente podem ter filhos) eu passei a ser o erro, meu pai era alcoólatra, meu irmão mais velho ladrão e o do meio só sabia fumar e gritar, mas eu o filho que nunca fez nada de errado, terminou a escola muito cedo e queria ser medico, era o filho '' defeituoso''. Você não tem noção da dor jungkook quando terminei meu ensino médio e recebi a proposta da minha vida e pra mim poder lutar por ela eu tive que procurar uma assistente social e pedir minha emancipação. Um adolescente de 15 anos jungkook, eu tinha 15 anos quando deixei minhas raízes pra trás, eu nunca me permiti errar por que quando eu sai daquela casa a ultima coisa que eu ouvi foi '' você será um péssimo medico, vai matar mais pessoas do que salvar''. Eu tive que ir para os estados unidos sozinho carregando o documento da emancipação com medo de ser sequestrado ou algo assim, o dinheiro pra mim viajar e encontrar o reitor da faculdade uns amigos meus ricos me deram, tem noção do que é isso ? e agora 10 anos depois ela vem aqui e faz papel da mãe dos sonhos pra todo mundo , pra você ter noção eu nunca comi mochi, os mochis que ela fez pra vocês, ela fazia pro meus irmãos e eu ficava olhando, e ela nem veio aqui pra me ver, ela veio me pedir dinheiro, depois de tudo ela ainda teve coragem. - eu falava em meio as lagrimas o que eu não falei pra ninguém, apenas as pessoas que estavam envolvidas sabiam dessa historia, meu coração estava quebrado e minha confiança abalada, jungkook tomou a liberdade de me abraçar e eu sentia que aquele abraço era a minha casa.

- você reconstruiu e viveu esse tempo todo sozinho, até encontrar uma familia nova, e você achou jimin, hoseok te acha incrível, Jackson provavelmente..., tem namjoon que eu acho que protegeria você de tudo, jin que mesmo de longe esta sempre preucupado com você e eu jimin, não importa o que aconteceu no passado jimin, eu vou estar aqui pra juntar todos os seus caquinhos. - olhei pra ele com os olhos ainda cheios de água, estávamos próximos bem próximos, quando ele disfarçou e olhou pra frente. - somos sua familia jimin, mesmo que você ainda não enxergue isso. - apertou minha mão com a sua mão livre e concluiu. - vamos fazer uma promessa agora quando eu for embora, você vai tirar ferias pra ir la me vê e me contar tudo todos os dias e eu vou fazer o mesmo, não vou deixar a distancia atrapalhar nossa amizade. - estendeu o dedo mindinho e eu ri cruzando o meu dedo no dele.

- eu prometo. 

Logo a porta foi aberta com força e nos separamos pelo susto, Jackson veio rápido pra cima de mim me abraçando e jungkook logo se afastou, Jackson estava falando um monte de coisa que eu nem mesmo estava dando atenção, na verdade eu estava olhando para jungkook saindo pela porta. 

Com seu olhar triste.

Batimentos Cardíacos  - jikook - mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora