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Pov. Steve
        Assim que coloquei a Nat na cama, eu voltei para a sala de estar para ver mais alguns filmes de comédia. Acho que setenta anos dormindo no gelo foram o suficiente, além do mais, eu não consigo dormir. Já tive muito estresse na minha vida.
        Após um tempo assistindo televisão, ouço barulhos estranhos vindos do andar de cima. Levanto correndo, Natasha poderia estar correndo perigo ou matando alguém.
Ao chegar em seu quarto, a vi se debatendo em sua cama, além de estar suando frio, ela rangia os dentes e tinha a expressão de dor em seu rosto.
         Tento acordá-la, porém não obtenho sucesso, então começo a acariciar seu rosto em uma tentativa de acalmá-la, ela começa a suavizar a expressão facial e consigo acordar a mulher a chamando pelo nome.
          - Steve? - Ela me olhou ofegante. - Você está bem?
          - Estou, Nat. E você? O que houve? - Olhei preocupado. - Me conta, o que te perturbou?
          - Ai, eu te acordei, né? Desculpa.
          - Não, eu já estava acordado. Não consigo dormir direito há anos.
          - Menos mal. - Ela sorri fraco.
          - Agora eu preciso saber o que está acontecendo, Natasha.
          - Nada.
          - Mentira, você desviou o olhar. Eu te conheço, Nat. Me conta o que está havendo. Por favor.
           - Eu tive um pesadelo, Steve. Coisa normal.
           - Que tipo de pesadelo?
           - Daqueles que trazem de volta memórias ruins.
           - O que o pesadelo te fez lembrar?
           - Meus atos do passado. Não quero falar sobre isso. - Ela dá um leve sorriso. - Melhor eu voltar a dormir, sabe? Um certo capitão me acordou desnecessariamente.
           - Vai conseguir?
           - Acha que eu sou uma criancinha? Claro que vou.
           - Ok, qualquer coisa eu estou no quarto à esquerda do seu.
           - Pode deixar, Steve. Qualquer coisa eu aviso. - Ela se deitou. - Boa noite, Rogers.
           - Boa noite, Romanoff. - Apaguei a luz do quarto dela e fui até o meu.
           Fiquei recostado na parede do local e me peguei pensando em uma certa ruiva. Ela é perfeita. Tudo nela é perfeito. Se eu ao menos soubesse o que a vem atormentado eu juro que eu a protegeria e a impediria de passar por isso.
           Pego um livro na minha estante e começo a ler. Presente de Natasha, um livro de terror. É fascinante, porém perturbador. Como conseguem ler isso? Sou despertado dos meus devaneios quando ouço um grito vindo do quarto ao lado. Corro o mais rápido que posso até lá.
             - Não... Sai daqui. Por favor. Eu não quero matar você também.
             - Nat, Pelo amor de Deus, acorda. - A sacudi de leve. - Por favor.
             - Te assustei de novo, não foi? - Ela disse me olhando com um pesar nos olhos.
             - Tá tudo bem, Nat. - Sorri reconfortante. - Vem cá.
             Eu a abracei e a ajudei a se levantar e fui com ela até a cozinha onde ela pôde beber água e se acalmar um pouco. Após isso, subimos ao corredor onde eu a parei na porta de seu quarto.
              - Nat, olha, não seria melhor se você dormisse no meu quarto? - Notei que sua expressão havia mudado para uma expressão assustada. - Não precisamos dividir cama. Se for te deixar desconfortável, eu durmo no chão, não tem problema.
            - Não se incomode, Capitão. Eu posso dormir na minha própria cama.
            - E ter pesadelos de novo? Nem pensar. Você vai dormir no meu quarto, nem que eu tenha que te colocar na cama igual a uma criancinha agitada.
             - Tá bom. - Ela levantou as mãos em sinal de rendição. - Mas você não pode dormir no chão. Tem que dormir na cama, juro que não faço nada de mal com você. - Ela sorriu e entramos.
              - Trate de dormir agora, senhorita. - Ela fez posição de sentido.
              - Às suas ordens, capitão. - Ela da um beijo na minha bochecha. - Durma bem também, ok?
               - Ok. - Fechamos os olhos e adormecemos.

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               Acordei com os raios de sol adentrando e iluminando todo o meu quarto. Me impressiona o fato de que eu consegui dormir tranquilo essa noite, mas me surpreende ainda mais era o fato de uma mulher ruiva estar dormindo serenamente com os braços envoltos em meu tronco.
             Me levanto, com muita cautela para não acordá-la, pego minhas roupas e vou ao banheiro me trocar. Tiro o pijama e coloco uma calça cinza, uma blusa branca e uma jaqueta grossa para ir até a padaria.
              Desço as escadas, pego o dinheiro e saio de casa. Do lado de fora da casa, vejo um avô brincando com a netinha. Uma menininha ruivinha muito graciosa, me lembrava uma certa pessoa.
              - Bom dia, senhor! - Sorrio. - Bom dia, pequenina!
              - Bom dia, meu jovem! - Ele olha pra neta. - Ela é deficiente auditiva. - Ele faz uns sinais para a garotinha que repete o final deles para mim. - Ela te desejou um bom dia . - Eu sorri de volta e segui meu caminho.
             Chegando na padaria, avistei umas pessoas suspeitas conversando perto do balcão, mas as ignorei. Peguei uns doces bonitos e fui pagar.
              - Deu 50 Euros, senhor. - Pego o dinheiro e entrego a balconista.
              - Pode ficar com o troco.
              - Obrigada. - Ela mordeu os lábios e anotou algo no papel. - Meu endereço. Passa lá mais tarde.
              Não disse nada, apenas fiz cara de desentendido.
              - Daqui a pouco é meu intervalo. A gente pode fazer coisas interessantes nele.
              - Desculpe-me mocinha, mas ele é casado. - Natasha surgiu atrás de mim, me assustando.
              - Obrigado, Nat. Me livrou de uma.
              - Não fiz mais que minha obrigação. - Ela deu de ombros. - Sou casada contigo.
              - Como soube que eu estava aqui?
              - Eu senti você se levantando, Steve. Eu acordei, troquei de roupa e fui para o jardim. Um senhor me disse que você devia ter vindo pra cá.
              - Ah, sim. E desde quando você se importa com o lugar que eu estou?
              - Sinto em te dizer, mas não te interessa. - Ela sorriu de canto.
              - Nossa, magoou. - Fiz cara de ofendido. - Tá doendo.
              - Ah, pena que não me importo.
              - Caramba, Nat! Que te deu hoje?
              - Você não entenderia. Não nasceu mulher.
              - Ah, tá. - Respondi uns segundos depois.
              - Enfim. Vamos para casa comer, Steve?
              - Vamos. - Sorri para ela.

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