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Novembro 2017

Pov. Natasha

      Mais um dia de fugitiva está começando, pelo menos estou acordando ao lado de Steve, não sei o que faria sem ele agora.
      - Bom dia, amor. - Um par de orbes azuis me fitava.
      - Bom dia, soldado. - Sorri pra ele. - Eu queria continuar aqui no quarto com você, mas tenho que treinar a minha bruxinha, sabe?
      - É, eu sei. Me dá um beijinho então. - Eu dou. - Obrigado, vai lá treinar a Wanda enquanto preparo um café para nós.
      Coloco uma roupa, saio do quarto e bato na porta da Wanda:
      - Acorda, bruxinha. Tá na hora do treino e eu não vou chamar de novo. - Bato na porta com força. - Anda logo ou eu jogo um balde de água gelada em você.
      A porta se abre e dela sai uma mulher visivelmente irritada.
      - Natasha, eu vou te jogar de um prédio. Eu queria ficar só mais uns minutinhos no meu quarto.
      - Para de conversa mole que eu sei que você não tava dormindo.
      - Ah, então você reconhece que fez muito barulho ontem.
      - Que barulho, Wanda? - Levantei a sobrancelha.
      - Prefiro não comentar sobre isso, mas posso dizer que estou traumatizada. Você não me deixou dormir. - Ela falou arregalando seus grandes olhos.
      - Foi mal, mas agora vamos treinar logo, assunto encerrado.
      Fomos para uma sala que Steve havia reformado para treinarmos. Era onde, no catálogo da casa, ficava o quarto de hóspedes. Começamos uma luta corpo a corpo.
      - Quando você foi pra Rússia, ficou aonde? - Wanda perguntou tentando me golpear na barriga, sem sucesso.
      - Tem que ser mais ágil. - Peguei o seu pé no ar e coloquei no chão com cuidado. - Na casa da minha irmã caçula.
      - Você tem uma irmã caçula? - Ela me derrubou e eu me levantei. - Qual o nome dela? Por que nunca me contou sobre ela?
       - A Yelena não queria que eu falasse dela. - A derrubo e a imobilizo. - Vamos ter que desenvolver a sua concentração em batalha. Vem, levanta, bebe um pouco de água.
       - Yelena... - Ela dá um longo gole na água.
       - É impressão minha ou você tá com ciúmes?
       - Impressão.
       - Ai, Ai. - Dou um abraço nela. -Você vai ser sempre minha irmãzinha, tá? Fica assim não. - Beijo o topo da cabeça dela.
       - Nat. Wanda. O café tá pronto.
       - Tá, Steve. - guio a bruxinha até a porta. - Ela tá traumatizada, amor.
       - Como assim?
       - Mais tarde eu te explico.

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        - Tchau, Nat. - Wanda me abraçou.
- Tchau, Wandinha. Lembre-se, fique sempre por perto, faça o check-in e, aconteça o que acontecer, não se arrisque. - Levantei o olhar para ela. - Tô falando sério, ouviu?
       - Ok, mamãe, temos um acordo.
       - A debochada que eu mais amo...- Levantei a sobrancelha. - Uma das.
       - Como assim 'uma das'?
       - Esqueceu da Hill?
       - Claro que não. Adoro aquela mulher.
       Nos despedimos e ela foi embora, me deixando sozinha com Steve, que me olhou por um tempo até falar:
       - Agora a senhorita vai me explicar o que traumatizou a Wanda.
       - Melhor eu falar lá dentro, vai que os vizinhos escutam. - Entramos. - Vou ser bem clara, ontem ela não conseguiu dormir pelo barulho.
       - Que barulho? - Olhei para ele com uma cara de: sério? - Ahh... Esse barulho. Temos que pedir desculpas a ela, eu a entendo.
       - Vou pedir desculpas não. Ela que se dane.
       - Natasha!
       - Tá bom, fui indelicada. Me desculpe. Mas não pedirei desculpas a ela, é algo tão natural.
       - Tá legal, agora você ganhou. - Ele ergueu os braços em sinal de rendição.
       - Mas agora que estamos sozinhos...
       - Não vai dar, Nat. O Sam finalmente resolveu vir nos visitar, depois de quase um ano morando aqui na Escócia.
       - Ai! Aquele passarinho me paga. Isso são horas?
       - Menos, Natasha, menos. Ele vai chegar a qualquer minuto.
       - Tem certeza? Ele me mandou mensagem agora. Parece que ele vai trazer uma amiga com ele, ou seja, vai demorar um pouco mais do que você tinha previsto.
       - Sério? Eu não recebi nada. - O celular dele vibra. - Ah, chegou agora.
       - Mal posso esperar para saber quem é essa garota.
       - Eu não sei quem é, mas tenho certeza de que não chega aos seus pés.
       - Ah, Steve, para com isso.
       - Eu tô falando sério. O jeito que eu te vejo, parece que você foi feita pra mim. As suas mãos se encaixam nas minhas de um jeito que me faz pensar assim. O seu jeito, suas marcas e até suas cicatrizes, por mais que você odeie esses seus detalhes, saiba que eu estou apaixonado por você e por todas as suas características, todas mesmo. Natasha Romanoff, eu amo você. - Eu olho nos olhos dele e sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Tudo o que eu faço é abraçá-lo, bem forte.
        - Eu também amo você. Muito.
        Ficamos abraçados por um tempo, até que eu separo esse abraço.
        - Acho que nos esquecemos, mas temos que preparar o almoço, não é? Como vamos receber o Sam e a amiga dele assim? Vem me ajudar na cozinha.
        - Ok, você quem manda. - Ele se levanta e me dá um beijo. - Vamos preparar o que?
        - Talvez algo que eu esteja acostumada.
        - Tipo?
        - Lasanha?
        - Ah, isso é tranquilo pra mim. Minha mãe me ensinou quando eu era pequeno.
        - Hum... Vi vantagem nisso.
        - Por quê?
        - Caso um dia eu me case com você, o que é bastante provável, vai ser bem útil ter um marido assim.
        - Então você realmente quer se casar um dia? Caramba, achei que isso era quase impossível.
        - Hilário... Claro que eu quero. Eu só não achava a pessoa certa. - Olhei bem para ele. - Mas agora eu tenho você.
        - Que bom que eu congelei.
        - Como assim?
        - Se eu não o tivesse, eu não teria conhecido você e, automaticamente, não estaria com você.
        - Obrigada, gelo, por congelar o amor da minha vida. Serei eternamente grata. - Rimos.
        - Vamos começar, me passa a farinha.
        Eu peguei a farinha e coloquei um pouco na minha mão antes de entregar pra ele e joguei nos cabelos dele.
        - Olha, você tá muito mais bonito agora. - Comecei a rir histericamente.
        - Quer saber, Romanoff? - Ele jogou o dobro do que eu joguei nele no meu cabelo.
         - Seu filho da mãe! Meu cabelo foi hidratado ontem, a tinta loira tá recém colocada e você me faz isso? Vai ter vingança pior.
         - Vai fazer o quê?
         - Espere e verás... Agora, toma os ovos. Vamos precisar de quatro. - Ele pegou os ovos da minha mão e me olhou suspeito. - Que foi?
         - Nada, achei que você ia jogar em mim.
         - Eu não sou tão ruim assim. O que leva você a pensar assim sobre mim? É porque eu sou russa?
         - Nada a ver. É pelo seu histórico de agressões mesmo.
         - Idiota. - Rio e empurro ele pro lado. - Você ainda não viu nada, eu ainda não atingi meu ponto auto dá raiva, espera até eu atingir.
         - Eu não quero ver isso não, pode ficar tranquila.
         - Mas eu tô tranquila, pelo menos por enquanto eu tô. Agora vamos terminar isso, já que eu vou ter que tomar banho por sua causa.
         - Desculpa, mas eu vou tomar banho também. Esqueceu que você me sujou?
         - Não esqueci. Também não esqueci que vou me vingar, e você vai sofrer muito com isso.
         - Que horror, Nat. Não preciso disso não, amor.
         - Sei, sei. Vou tomar banho logo, meu cabelo precisa de uma hidratação. Termina sozinho.
          - É parte da vingança? Se for eu tô adorando.
           - Se você quiser considerar... Saiba que eu não considero.
          Eu saí da cozinha, fui para o meu quarto onde peguei minhas roupas e fui tomar o banho. Passo pela cozinha ao ir até o banheiro. Vejo que Steve está se esforçando bastante para me ver feliz com as visitas.
          - Muito bem, capitão. Tá trabalhando direitinho. Se continuar assim a vingança pode ser um pouco mais leve.
          - Por favor, para de falar disso. Só vai me deixar mais curioso.
          - Hum... Como quiser. - disse levantando a minha sobrancelha.
          - Ótimo. Muito obrigado.
          - De nada. - Sigo meu caminho até o banheiro.
          - Ai ai, Natasha.

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Pov. Narradora

        Natasha e Steve já estavam arrumados com o almoço quase pronto, quando, simultaneamente, as campainhas, tanto do fogão quanto a da porta, tocaram.
         - Deixa que eu pego no forno, Steve, vai atender a porta.
         - Ok, amor. - Ele a abriu. - Oi, Sam! Quanto tempo. Cadê a sua convidada?
         - Ela tá estacionando o carro.
         - Entra, Sam. Steve e eu fizemos lasanha. Acabou de sair. - Ela pegou os pratos.
         - Ah, olha ela aí. - Sam comentou quando sua acompanhante chegou. Natasha soltou os pratos, que quebraram no chão, e subiu as escadas correndo. - O que deu nela?
         - Não sei, ursinho. - Respondeu Sharon.
         - Nat! - Chamou o loiro. - Droga, agora ela tá muito irritada.
         - Mas por quê?
         - Porque eu já te beijei.
         - Mas não rolou nada entre nós depois.
         - Eu sei disso, mas é a Natasha. Ela é desse jeito. Provavelmente não vai querer nem que eu olhe pra ela.
         - Caramba. - Sam se espantou.
         - Eu preciso ir ao banheiro... Onde fica?
         - Tem vários, mas tem um sem boxe ou banheira perto da escada, se quiser, ali é mais fácil e rápido.
        - Obrigada.
        Sharon foi até lá, porém não foi ao banheiro, mas sim, subiu as escadas, seguindo o som dos soluços de Natasha. Ela bateu na porta.
        - Eu não quero falar agora, Steve. Você sabe que eu não gosto dela. Por que deixou Sam trazê-la?
        - Na verdade, ele nem sabia que eu era a garota... Posso entrar?
        - S-sharon? Que você faz aqui?
        - Relaxa, eu imaginei que você me odiasse. Não é legal alguém beijar o cara que você gosta, mas eu quero que você saiba que eu não tenho sentimentos por ele, confesso que já tive, mas percebi que quem eu realmente amava era o Sam... Desculpa por ter estragado o relacionamento de vocês dois, eu não queria. Espero que não guarde rancor de mim.
          - Sharon, obrigada. - Natasha a abraça. - Nunca pensei que um dia eu fosse ser sua amiga, mas acho que tá acontecendo. Obrigada, sério, agora eu vejo o quanto eu estava errada sobre você.
          - Não fale assim. Você não estava errada, é chato ver quem você ama com outra. A única errada da situação fui eu. Você sabe a razão.
           - Tudo bem. - Natasha levanta. -  Vamos descer e comer? Nossa comida vai esfriar. Amigas?
           - Amigas.
           As duas saíram do quarto e desceram as escadas até o local do almoço. Steve foi primeiro a olhar e estranhar, porém permaneceu calado por um tempo, respeitando a privacidade de Nat. O resto do dia correu bem, Sam e Sharon falaram várias coisas com eles e após todos se divertirem, foram embora.

Pov. Natasha
   
        Parece  que me enganei sobre Sharon. Ela realmente é uma pessoa legal. O Sam merece. Olhei para o lado e vi Steve me encarando.
         - Que foi, soldado? Perdeu alguma coisa?
          - Não. Eu apenas estranhei, você tá se dando bem com a Sharon? O que houve?
         - Eu descobri que ela é mais interessante do que parecia ser, agora somos amigas. Eu não tenho mais raiva dela ter te beijado.
         - Sério? - Eu assenti. - Me dá um beijo?
         - Só te dou porque eu não tô mais irritada.
         - Esqueceu da vingança?
         - Talvez eu tenha. Vai saber.
        Nos beijamos delicadamente, até que o beijo foi ficando cada vez mais intenso, até que precisamos de ar.
         - Vamos subir, Steve?
         - Vamos, Nat.

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Notas da Autora.                      🖊️

Galerinha, eu sei que demorei séculos pra postar de novo, é que começaram as provas online.
Parece que eles estão bem não estão?
Até quando? Haha.
📝Eu sei que é chato, mas eu adoraria receber mais comentários, eles me indicam em que preciso melhorar e se vocês estão gostando. 📝
Desculpa pelo episódio curtinho, vou tentar fazer um melhor da próxima vez.
Beijos e até a próxima.

   
       
          

   
          
      

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