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  Janeiro de 2018
   
            Pov. Natasha

          Eu estou correndo em um campo. Corro como se minha vida dependesse disso, ou talvez como se a vida de alguém dependesse. Chego em uma pequena cabana e ouço um chorinho.

        - Shh... Eu estou aqui, eu vou te proteger. Não vou deixar que encostem um dedo em você. - Pego o pacotinho que envolvia um pequenino corpinho com os cabelos avermelhados. - A mamãe está aqui, Sarah. A mamãe está bem aqui.

         Beijo a cabecinha tão delicada da menina, que para de chorar na hora, e a mesma abre os olhinhos, revelando um tom de azul esverdeado e levantando um olhar que eu conhecia muito bem. A abraço forte e torno a correr.

           De repente, um homem gigante e roxo, que se denominava Thanos, surge na minha frente. Ele segurava o corpo inanimado de Steve pra cabeça e preparava a mão para estalar os dedos.

            - Natasha Romanoff. A mulher que nada tem, mas ainda assim insiste em dizer que possui alguma coisa. Veja  este homem insignificante. - Ele joga o corpo de Steve no chão. - Será que ele merecia morrer? Talvez não, mas por sua culpa ele se arriscou e olhe como ele está agora. - Ele muda o olhar de direção. - Esse bebê... Acho que ela não gostaria de viver com o desgosto de ter uma mãe como você.

            - Não encosta na minha Sarah! - Disse a envolvendo com mais força em meus braços.

            - Fique tranquila, eu não vou. - Ele sorriu sarcástico. - Isso quem fará é você. - No instante que essas palavras saem de sua boca, uma das pedras presas em sua gigante luva de ouro começa a brilhar, o que me transforma, sem eu conseguir controlar, numa máquina de matar, como a antiga Natasha.

             Acordei assustada e extremamente ofegante, o que aquele sonho quis dizer? Como assim eu teria uma filha? Isso é impossível, pelo menos para mim é. Eu sou estéril, meu útero é envenenado, qualquer criança com DNA normal morreria dentro dele. Droga. Uma criança com o Steve definitivamente não possuiria um DNA normal. Ela teria o soro super soldado correndo em suas veias, isso cortaria a ação do veneno sobre essa criança e, provavelmente, ela iria nascer.

            Como eu sei disso? Bom, a sala vermelha não é apenas luta e sedução.  Nós também estudamos muito lá, essa inteligência toda não veio apenas da S.H.I.E.L.D, nós deveríamos saber com quem poderíamos nos relacionar ou não, mas de qualquer forma, as chances de uma criança dessas sobreviver no organismo ainda eram mínimas, a não ser que a cirurgia de envenenamento tenha sido mal feita.

              Sou tirada de meus devaneios quando ouço uma voz preocupada e rouca de sono:
   
              - O que houve, Nat?
 
              - Ah, Steve... Deixa pra lá. Não foi nada.
  
              - Sei... Você não me engana, agente Romanoff. Desde o Natal você está misteriosa assim.

              - Eu não estou misteriosa. Eu sou misteriosa. Logo, não há com o que se preocupar a não ser o nosso sono em dia, não é?
               
              - Eu não sei... Você está diferente, não sei em que, mas está.
    
              - Oh, meu amor... Fica assim não... E se eu te der uns beijinhos? Você se acalmaria?
       
               - Você só vai saber se tentar... - começo a distribuir beijos por todo o rosto de Steve. - É, parece que eu me acalmei mesmo, mas não pense que eu me esqueci do que vem acontecendo desde o fim de ano. Foi algo muito esquisito, mas eu vou deixar de passar, só dessa vez. Vamos voltar a dormir.

                - Ok, boa noite. - Me virei de lado, mas não adormeci. Fiquei pensando na noite de Natal.

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