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            Pov. Natasha

             - Isso mesmo que vocês ouviram. Um bebê está a caminho!

            - Mas isso é impossível... - Sussurrei baixinho. - Eu não consigo manter um feto vivo por mais de um mês... - Aumentei meu tom de voz para a enfermeira me escutar. - Estou de quanto tempo?

             - Segundo o exame você está de dois meses e algumas semanas, quase três... Já já vai dar para descobrir o sexo.
  
             - Eu já consigo escutar o coração do meu filho? - Steve perguntou com um imenso brilho no olhar.

             - Claro que consegue, senhor. Vou preparar os equipamentos para a ultra e já volto para chamá-los.

              - Ok, estaremos aguardando. - Respondi e ela saiu. - Steve, pode ir desanimando.

             - Por quê? Vamos ser pais agora, nossa vida vai mudar, e muito, eu sei disso. Eu também sei que estamos fugindo do governo e tudo, mas nós damos um jeito, sempre damos um jeito. Qual o problema?

               - Eu não posso engravidar, Rogers! - Me exaltei. - Deve ser engano, esquece logo isso.

               - Nat, não fala assim... Eu não acho que seja engano nenhum.

               - Porque não é você que tem útero envenenado! Que saco! - A enfermeira adentra a sala. - Podemos ir já?
 
              - Claro, senhores. Me sigam, é por aqui.

              A enfermeira foi na frente e eu fiquei olhando brava para Steve, disfarçando sempre que a enfermeira nos olhava. Rogers sussurrou para que apenas eu conseguisse ouvir:

              - Eu ainda acredito que vou ser pai. - Ele me olhou.
  
              - Pois bem, apostado! Se eu ganhar, e eu tenho certeza que vou, você vai fazer o que eu quiser e vai parar de encher o meu saco.

              - Tá, fazer o que... Mas se eu ganhar, você vai fazer o oposto.

              - Aqui é a sala, entrem.

             Quando chegamos, deitei na maca e aguardei o médico. Ele chegou e passou um gel na minha barriga:

               - Pronta para ver o seu bebê?

               - Sim, estamos. - Steve respondeu animado e eu assenti.

               - Ok. 3...2...1 - Ele contou e ligou a máquina, que ficou silenciosa por uns instantes, provando a minha teoria, eu olhei para Steve com uma cara de ' eu te disse ', mas aí um som ecoou pela sala, um som de batidas cardíacas aceleradas e ritmadas, batidas as quais fizeram meu coração bater mais forte, meu estômago sentir borboletas dentro dele. Eu comecei a chorar instantaneamente, assim como o pai do meu bebê. - Parece que essa criança vai ser bem agitada, olha como se mexe. Você ainda não sente nada, mas daqui a um tempinho vai.

                 - É emocionante demais, acreditávamos que ela era estéril.

                 - Pois bem, senhor, o que vocês estão tendo é um milagre, mas é um milagre complexo, essa gravidez dela é considerada de risco, vai exigir muito mais cuidado do que uma gravidez normal. Parece que o organismo da sua mulher tenta eliminar o bebê a qualquer custo, mas não consegue. Eu acho melhor ela ficar de repouso, pelo menos até completar os primeiros três meses, falta pouco, questão de semanas. Consegue mantê-la sossegada, papai?

                 - Vou ver o que posso fazer. - Respondeu Steve com um sorriso bobo estampado em seu rosto. - Podemos ir agora?

                - Claro, as imagens estarão na recepção para pegarem em uma semana. Boa sorte com o neném.

Era Para Ser SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora