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    Alguns dias haviam se passado desde o suposto suicídio de Sylvie Van Dijk. Kate estava deprimida, não havia saído do quarto desde o dia do enterro, ela não acreditava que havia perdido a única que amava entre todos os seus filhos.

    Stella estava apreensiva, afinal Sylvie nunca havia mostrado qualquer sinal de depressão. Ela odiava sentir aquilo mas era como um sexto sentido, Stella sentia que Ruel estava envolvido naquele acontecimento, mesmo que não soubesse como.

    Porém conversar com o Van Dijk era o maior problema, ele estava fugindo desde o velório. A garota não havia achado estranha a falta de sentimentos do irmão diante de toda a situação, afinal sabia que seus irmãos não se davam muito bem porém achava estranho aquele sumiço, Ruel estava fugindo dela.

    Sophia sentia a mesma coisa, agoniada pela falta de notícias do melhor amigo, que nem mesmo estava indo até a escola. Depois de quase uma semana, a loirinha não aguentou de saudades. Foi até a casa dos Van Dijk, mesmo sabendo que o clima por lá não estaria muito bom.

    Tocou a campainha e foi recebida por Stella, que também parecia acabada. Ela queria abraçar a Van Dijk mas não tinham intimidade para tal ato, então apenas desejou seus pêsames e subiu as escadas em direção ao quarto do garoto.

    Ela não bateu na porta, apenas entrou no quarto e fechou a mesma atrás de si. Ruel estava deitado na cama, encarando fixamente o teto e enxergou Sophia depois de alguns segundos.

    A garota sentiu um frio na barriga, os olhos do garoto pareciam ainda mais sem vida e ele levantou como um furacão, a encarando com ódio, pela primeira vez em todos os anos que estiveram juntos.

— O que você está fazendo aqui Sophia? — Ruel alterou o tom de voz, a garota loira revirou os olhos.

— Para de ser um filho da puta, eu estou aqui porque me preocupo com você.

— Vai embora, eu não te chamei.

— Eu vou ficar, porra! Para de ser ingrato! — Sophia gritou, Ruel odiava que gritassem com ele.

    Em um impulso, levantou sua mão, pronto para acertar o rosto da garota. Sophia tinha um ótimo reflexo e então segurou seu braço ainda no ar, o empurrou com toda a sua força enquanto sentia a raiva a invadir.

— Levante a mão para mim mais uma vez e você será um homem morto. Não estou brincando. — Ruel suspirou, levando a mão até sua nunca enquanto tentava manter a calma.

— Me desculpa Soph, eu só estou nervoso com tudo isso.

— Sei que sua irmã morreu mas você não precisa virar um merdinha por causa disso.

— Você não entende. — Ruel revirou os olhos, sentido a sua respiração pesar. — Me diz uma coisa, você me amaria menos se soubesse algo muito ruim sobre mim?

— Jamais, você pode ser um idiota as vezes mas eu amo muito você.

    O garoto alto caminhou até a porta e então a abriu, após olhar para todos os lados e conferir se o corredor realmente estava vazio, voltou para dentro. Aquela pequena atitude fez com que Sophia ficasse apreensiva, ela sentia que algo ruim estava prestes a vir à tona.

— Promete não gritar e nem fugir de mim?

— O que você fez?

— Eu matei a Sylvie. — Ruel disparou, enquanto Sophia não sabia como reagir.

— Você o que?

— Matei a minha irmã, amarrei uma corda no pescoço dela e arrastei pelo quarto. Fiquei a observando enquanto ela perdia o ar e morria lentamente, também arranquei aqueles malditos cabelos louros que ela tanto amava e depois pendurei o corpo no suspensório do teto, ela não se suicidou Soph, fui eu quem a matei.

    Sophia sentiu seu coração acelerar, ela não queria acreditar naquilo porém os olhos do Van Dijk não mentiam, ela sentia que ele estava sendo sincero.

    A garota loira sentiu seus olhos marejarem e deu alguns passos para trás. O garotinho que ela tanto amava e tentava proteger de todo o mundo, estava confessando um assassinato sem demonstrar qualquer arrependimento. Ele era cruel, aquilo era algo que ela jamais poderia imaginar.

— Por favor Soph, não me deixe, eu só fiz isso porque ela me maltratava. Eu ainda amo você e ainda sou o mesmo.

— Eu...preciso pensar, até mais.

    Sophia não olhou para ele, apenas saiu rapidamente pela porta, deixando o garoto magoado para trás.

    Ele sentia que poderia suportar qualquer coisa, porém não estava pronto para perder Sophia.

kill game, beforeOnde histórias criam vida. Descubra agora