11. my love

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Ruel Van Dijk estava transtornado. Ele tinha razão quando havia dito que Sylvie não seria a única, ele havia descoberto uma coisa em que era bom, matar.

Ele nem sequer percebeu que estava viciado, apenas sentia desejo de matar e fazia aquilo. Já com quinze anos, o garoto estava ainda mais bonito do que costumava ser e usava aquilo ao seu favor, indo até a cidade vizinha para atrair as garotas.

A cidade noticiava as mortes mas Ruel era extremamente calculista, de alguma forma, ele não deixava nenhum rastro para trás e aquilo intrigava os policiais, que já haviam descoberto que todos os seis crimes estavam ligados e já sabiam que um novo serial killer estava surgindo.

Stella estava nervosa, ela percebia as saídas que Ruel dava nas madrugadas e sentia que o irmão estava cada vez mais distante, ele nem sequer falava com ela durante o dia e aquilo estava a matando por dentro. Ela odiava imaginar o irmão mais novo envolvido em algo tão absurdo.

— Ruel...precisamos conversar. — Ela chamou, enquanto o garoto corria apressado pelos corredores.

— Agora não posso, estou indo ver a Sophia, fazem meses que ela não fala comigo.

— Tudo bem, só quero que saiba que eu amo você e você está livre para me contar qualquer coisa.

Ruel sorriu fraco e então beijou o topo da cabeça da irmã, saindo do local sem dizer uma única palavra.

Ele não sabia mas naquela noite, Stella chorou feito uma criança. De alguma forma, ela sabia que algo muito ruim estava prestes a acontecer e que o irmãozinho que ela tanto amava, não era mais o mesmo garoto bom que ela conhecia.

Enquanto Stella chorava em seu quarto, Ruel ia até a casa da Calemine, com as luvas em mãos enquanto estava determinado em fazer mal a ela. Ele queria se vingar, porque Sophia era mentirosa, havia mentido que o amava e então havia ido embora, o deixando com o coração partido.

Sophia parecia surpresa ao abrir a porta, ela não esperava vê-lo outra vez. Ruel sentiu seu coração bater mais forte, ela estava ainda mais bonita e cada vez mais adulta, por mais que ele negasse, ele sabia que aquela era a mulher da sua vida.

— Não quero falar com você.

— Mas você vai me ouvir! Eu ia fazer mal para você Soph mas não posso, jamais machucarei a mulher que eu amo.

— Vá embora, eu não quero te ver nunca mais, você é um maldito assassino!

Ruel pela primeira vez, sentia vontade de chorar. Ele a amava mais do que tudo e doía saber que ela o considerada um monstro, doía muito.

— Acho que eu jamais amarei outra garota, assim como amo você. Eu sou um ser humano e sei que vou sentir atração mas não amor, eu nunca mais irei amar, meu amor.

Sophia sentiu as lágrimas se formarem em seus olhos, ela o amava mas não queria aquele Ruel. Ela queria o nerd esquisito que havia conhecido, o garoto doce e com o coração puro.

— Se você realmente me amasse, faria qualquer coisa por mim, não é?

— Eu faço qualquer coisa por você Sophia, apenas me diga, posso ir até o céu e trazer todas as estrelas, eu faria qualquer coisa para que você me amasse outra vez.

Sophia suspirou e em seguida sorriu doce, indo até o amigo e deixando um beijo em sua bochecha. Ruel não entendeu a atitude mas sentiu arrependimento, ele queria que tudo voltasse a ser como era antes.

— Há bondade em você meu amor, por favor acabe com isso e se entregue, você precisa de ajuda! Se você realmente me ama, se recupere e volte para mim.

Ele não tinha dúvidas, gostava de Sophia mais do que tudo e daria o mundo para a garota patética dos cabelos louros. Ele a amava, muito.

Naquela mesma noite, Ruel Van Dijk confessou os crimes e se entregou às autoridades. Sophia Calemine sumiu, não se houve mais notícias dela, enquanto o coração do Van Dijk se tornava ainda mais angustiado, acreditando na mentira de que a garota que ele tanto amava, algum dia iria voltar.

kill game, beforeOnde histórias criam vida. Descubra agora