↠ Capítulo 7

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(Continuação...)

Assim que acabo de lhe colocar a ligadura o toque da campainha soa pela casa.

- Deve ser a minha melhor amiga, espera aqui.

- Eu se calhar também vou andando, não quero estar a chatear- ele diz começando a vestir as calças.

- Que disparate, não dás trabalho nenhum.

Faço-lhe um breve sinal para aguardar e desço as escadas, abrindo a porta a Lilian.

- Bem, estava demorado - diz ela num tom brincalhão e puxa-me para um abraço reconfortante,

- Estava a tratar do Harold.

- Harold? Perdi alguma coisa? - ela pergunta com os olhos arregalados.

- Eu acidentalmente embati com o carro nele, graças a Deus está bem, ficou apenas com joelho esfolado.

- Pobre rapaz, no mínimo devias convidá-lo para jantar - ela diz sorrindo, o que me faz dar-lhe um leve encontrão.

- Parva.- nesse momento Harold desce, ligeiramente coxo e com uma expressão um pouco tensa.

- Bem Lilian, este é o Harold - assim que ele termina de descer as escadas encaminha-se a ela dando-lhe um rápido beijo.

- Como estava a dizer à Emily, tu devias ficar para jantar! É o mínimo.

- Não quero mesmo estar a incomodar. - ele diz levando ao mão ao cabelo.

- Não incomodas nada, ficas e não se fala mais no assunto. - Lilian afirma e vai até à cozinha.

Não posso deixar de me sentir ligeiramente curiosa em relação a ele, talvez este jantar ajude  a minha curiosidade.

Acabamos por ficar sozinhos na sala e com um ambiente um pouco constrangedor no ar, decido dizer algo numa tentativa de quebrar o gelo.

- A minha melhor amiga é uma pessoa muito extrovertida espero não te ter deixado pouco à vontade- afirmo

- Não, de todo, ela parece ser super simpática eu creio que não estou habituado é a tanta hospitalidade. 

- Acho que era o mínimo. Então mas e tu moras por aqui?

- Oh, sim, eu moro a uns quarteirões daqui - ele afirma.

- Estás cá há muito tempo? Com quem vives? - coloco a mão na boca ao perceber o quão invasiva estou a ser - Desculpa, parece que estamos num interrogatório.

- Não te preocupes - ele diz rindo - eu moro sozinho, há já algum tempo.

Sinto-o um pouco distante, talvez o passado dele também não tenha sido algo propriamente feliz, como o meu. Não consigo decifrar bem o que ele me transmite, e isso é curioso, as pessoas costumam de ser fáceis de ler, mas ele parece tão doce mas tão sombrio ao mesmo tempo.

- Então e tu não vives com os teus pais?- ele questiona.

- Eles morreram, há bastante tempo- confesso.

- O que aconteceu? Se não te importas que pergunte.

- Eles morreram num incêndio. -

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⏰ Última atualização: May 10, 2020 ⏰

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