Dias 141 a 158

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  • Dedicado a Paulinho Valente
                                    

Dia 141

Conseguimos achar plantas para fazer poções (além de alguns monstros...) mas resolvemos seguir viagem. Não sem antes tacar fogo na torre e nas aranhas que restavam por lá. Durante o dia, seria fácil incendiar a torre e sairmos antes de ela desabar, ou queimar todas as aranhas. Tumnus disse que entraria e atearia fogo, por causa do que conversamos da visão do Orbe. Eu ainda estava chocado e confuso com a história de itens de poder e familiares, mas tínhamos um trabalho a realizar.

Partimos para a torre com a intenção de conseguirmos um pouco de corda de aranha, liquidando o máximo possível e conseguindo algum equipamento, se achássemos. Preparei as magias necessárias, uma de voo  e o restante era mísseis mágicos... Melhor custo-benefício. Além dessas duas, conjurei uma armadura arcana e fomos pro ataque.

Só achamos alguma corda de teia aproveitável no quarto andar, numa porta que tínhamos passado direto. Era uma cozinha abandonada, da qual conseguimos tirar um rolo de teia seva maior que minha cabeça. Também achamos óleo, que seria perfeito para iniciarmos o incêndio. Tumnus encheu as garrafas vazias e empoeiradas de óleo e amarrou tudo em um saco de farinha. Apesar de estar quase podre, ele serviu para fazer uma corrente de garrafas. Viramos o resto no chão, ou jogamos nas pilastras de madeira e levamos também um feixe de  carvão, com toras do tamanho de um braço.

Tumnus conversou com o pássaro, usando silvos e estalos. Ele saiu voando pela janela e não voltou mais. Subimos e achamos mais e mais teia, talvez garantindo estadia e comida na próxima cidade. Eu não faço ideia do preço disso.  Conseguimos juntar um tanto que apesar de leve, os rolos ficaram maiores que eu, se empilhados.

Topamos com as aranhas e começamos a atacar. Tumnus jogava as garrafas e pelotas de banha, enquanto eu atirava raios de fogo. quando ouvia os monstros se acumularem, mandava um míssil mágico, dispersando as criaturas. Por fim, o fogo avançou, mas foi escada abaixo, com o óleo e a banha derretida. Também havia queimado as teias e subido para os outros andares, mas eu me lembrei das teias que partiam da torre para a orla da floresta.

Assim que pensei que nosso trabalho seria em vão, ouvi o ataque sonoro da gralha. Imaginei (corretamente) que ela devia ter esperado as aranhas avançarem pelas cordas para estourar ambas.

Quando saímos da torre, ela estava toda em chamas, várias aranhas jaziam ao redor da torre e aquele brilho difuso que era causado pelas teias havia sumido. Seguindo uma linha de aranhas mortas com o olhar, vi ao longe a teia partida. Coletamos mais algumas e por fim, partimos em direção ao oeste.

“Malpetrim?” Perguntei.

“Sim, vamos direto agora.”

Partimos dali e ainda ouvíamos vez ou outra uma explosão. Acho que demos um enterro digno para Cláudia.

Dia 142

Caminhamos até uma vila abandonada. Ficaremos aqui uns dias, pra preparar minhas poções (achei mais coisas no caminho!), tentar treinar magias novas e o Tumnus pretende treinar e testar de novo seu corpo. 

Aqui tem poucos zumbis e nós cruzamos com animais e monstros só duas vezes. Conjurei um mapa e parece que esta é uma vila de muitas que tem na região. Já demos uma volta por aqui, mas parece que a única coisa que deixaram para trás foi madeira. A parte boa é que há várias plantas úteis aqui, tanto para fazer poções quanto emplastos. Tumnus disse que este reino tinha uma boa reputação para remédios feitos de plantas. De resto, ele não reconhece nada e não entende o vazio de todos os lugares. Ele parece deslocado do tempo que passou desacordado e preso no orbe.

Já ajeitei um casebre pra gente ficar. Quanto menor, melhor. Arrumamos o fogão, colocando lenha o suficiente perto dele pra uma semana e água para fazermos as poções.

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