III - She's my best friend

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Callie e Arizona saíram da sala de interrogatório, a loira mais a frente, com passos apressados e impacientes. A latina soltou um suspiro pesado, indo até sua mesa e pegando sua jaqueta.

- Vamos? - Ela falou, tentando chamar Arizona, que ela sabia estar irritada com ela.

- Torres. - Arizona se virou e falou com uma impaciência contida, tentando com tudo de si ser tolerante, colocando as mãos de palmas juntas na frente da boca - Veja. Eu já entendi que estamos nesse caso juntas. E tudo bem. Mas eu sou a detetive primária e eu preciso que você entenda isso.

Callie franziu o cenho e inclinou a cabeça, paralisada com a jaqueta ainda na mão. Piscou duas vezes e abriu a boca, em silêncio por alguns segundos, até enfim falar:

- Do que exatamente você está falando?

- Da sua postura no interrogatório. Ele já estava na nossa mão, estava dando todas as informações que precisávamos, temos inclusive a localização da próxima operação deles. Por que você ficou falando lugares aleatórios e sem nexo com a conversa?

Callie piscou mais duas vezes, incrédula.

- Você está falando sério? - Ela recebeu uma expressão séria de Arizona em resposta - Você realmente acha que ele deu todas as informações? Que ele não estava mentindo?

- Claro que não. Ele não hesitou em nenhuma das coordenadas que deu, não chegou nem mesmo a piscar ou gaguejar. Sabia que poderíamos protegê-lo caso a família Palermo quisesse fazer algo contra ele e não tinha nada a perder, só a ganhar.

- Detetive Robbins. - Agora era Callie que estava com as mãos juntas na frente da boca - Ele estava mentindo. De maneira muito eficaz e treinada, eu admito. Mas por mais preparado que se seja, o corpo nunca mente. - Ela gesticulou - E o corpo dele foi seu maior traidor lá dentro. Eu sabia que ele estava mentindo, por isso fui jogando lugares aleatórios durante a conversa pra ver se conseguia alguma reação. E consegui. Discreta, mas consegui. E é pra lá que temos que ir.

Arizona encarou Callie, perplexa. Não era possível.

- Quem é você, uma especialista em leitura corporal? - Antes que Callie pudesse responder, ela continuou - Eu continuo com meu palpite. Ele é um peixe pequeno dentro da família, duvido que tenha arriscado aumentar a pena por obstrução da justiça e por dar informações falsas a polícia. E ele passou muita segurança no que falava. Eu sou a detetive primária e digo que vamos seguir a pista que ele nos deu.

- Ótimo. - Disse Callie, impaciente, vestindo a jaqueta - Vou seguir a pista que ele me deu. Só não garanto que seja a mesma pista que a sua.

- Certo. Ótimo! Vá pro seu beco sem saída. Eu não me responsabilizo pela sua perda de tempo.

- Ótimo.

- Ótimo.

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Arizona saiu do carro que havia acabado de estacionar na delegacia. A pista que seguiu havia se provado ser falsa: ela ficara esperando por um bom par de horas alguma movimentação, mas nada ocorrera. Enquanto o elevador subia, ela se perguntava se Callie havia chegado em algum lugar.

Quando as portas se abriram, ela se deparou com o caos: o esquadrão em peso corria para lá e para cá, pegando equipamentos de segurança, armas, coletes, rádios, falando um por cima do outro com alarde. Parecia que estavam se preparando para algum tipo de operação. Ela não teve muito tempo de refletir sobre isso porque, logo depois, Richard surgiu na sua frente, aparentemente furioso:

- Você está louca? - Ele questionou. Arizona o olhou confusa.

- Do que...

- Você deixou uma novata ir, sozinha, numa operação? No seu segundo dia de trabalho? Sem dar cobertura, sem avisar a delegacia?

Invisible Chains - CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora