Epílogo - I do

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A cerimônia estava linda. Era super simples e singela: exalava conforto, ternura, facilidade. Perfeitamente de acordo com os noivos.

Já sentada em meu lugar, não pude evitar sorrir ao olhar para Alex, todo nervoso, no altar. Ele olhava para um ponto fixo no chão, mexendo freneticamente os lábios, como se estivesse falando algo de maneira inaudível. Minha aposta era que ele estava repassando os votos na cabeça, para que não cometesse nenhum deslize.

Ele estava tão bonito. Não sabia dizer com certeza se era por conta do terno que o deixava com uma elegância singular - elegância essa que, honestamente, lhe faltava no dia a dia - ou por conta da atmosfera que transparecia do momento.

Alex Karev? Casado? Meu trabalho aqui está feito.

Eu lembrava perfeitamente do dia em que ele havia chegado na delegacia, anos atrás. Era um grosseiro, prepotente e desrespeitoso. O tomei como meu aluno e acompanhei de perto seu crescimento. Ver o homem que ele se tornou me enchia de orgulho.

E, algum tempo depois, chegou Jo. A princípio, não entendia direito quem ela era. Não nos aproximamos de primeira - na verdade, nem mesmo ela e Alex o fizeram. Mas, com o tempo, uma amizade entre eles cresceu. Sem segundas intenções ou pretensões de nenhum nível. E foi quando percebi que eles se aproximaram devido aos seus passados similarmente dolorosos e sofridos, que eu me dei conta da força que Jo possuía; quando conheci sua história, tudo o que consegui sentir foi admiração.

E consegui ver de perto o relacionamento dos dois amadurecer. A confiança, a segurança, o apoio mútuo, a proteção, o cuidado, a simplicidade. Poder ver, hoje, isso se selando de maneira oficial, me deixava emocionada.

Inevitavelmente, levei meus olhos até Callie, que estava sentada ao meu lado. Ela estava distraída, lendo o roteiro da cerimônia. Eu sorri, sem nem mesmo me dar conta.

Meses se passaram desde que concluímos o caso Griffin, e várias coisas aconteceram desde então.

Além do casamento de Alex e Jo, uma das novidades havia sido o nascimento do filho de Amelia e Link. Era um menininho lindo, que continha a mistura perfeita das feições de seus pais. Link era um pai extremamente atencioso, enquanto Amelia tinha constantes acessos de histeria por conta de preocupações mirabolantes que, geralmente, só faziam sentido na cabeça dela. Link era sempre o que a trazia de volta para a razão, tendo que explicar, calmamente, que não, o bebê deles não corria risco de pegar uma doença extremamente rara e letal que só existia na Oceania caso tivesse contato com o mundo exterior.

Procurei o casal com os olhos. Eles estavam sentados alguns bancos atrás, com o bebê no colo de Link, enquanto Amelia conversava distraída com Meredith e Addison. Abri um sorriso distante. Eu ficava tão feliz em ver Amelia feliz. Bem, casada com o homem que amava e que a amava, e agora, com um filhinho - a quem eles nomearam de Mark. Callie ficou extremamente emocionada quando descobriu.

Meu olhar se voltou para Meredith e Addison, que conversavam avidamente com Amelia, de mãos entrelaçadas. Depois de assumidas abertamente para a delegacia, hoje as mulheres estavam noivas, o que era outra novidade desde a resolução do caso. Pelo o que eu entendi quando elas contaram do noivado, foi um pedido de casamento que ocorreu quase como um acidente. Elas estavam discutindo sobre compromisso, Derek, oficialização de relacionamento, quando Meredith disse que Addison provavelmente só iria se acalmar quando elas casassem. Addison respondeu que talvez fosse isso mesmo que elas tivessem que fazer. Meredith concordou, impaciente. No dia seguinte, compraram as alianças.

Meredith estava adiando muito a marcação da data, mas isso não incomodava Addison, porque ela entendia perfeitamente o motivo: Cristina estava em uma missão infiltrada, já há alguns meses, sem contato com ninguém da delegacia. Meredith só queria casar com a presença da melhor amiga, e não antes disso. Felizmente, a última informação que tivemos foi a de que ela irá voltar em breve. Desde a partida de Cristina, Meredith não tem ficado muito feliz ou animada, por não poder ter contato frequente com sua pessoa; os únicos que conseguiam, verdadeiramente, trazer alegria para ela nesse período, eram Addison e Alex.

Invisible Chains - CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora