JENNJESS - A história de uma assassina de aluguel (LIVRO 2)

Capítulo 5

Fiquei trancada no quarto por horas, tirei minha roupa e comecei a me olhar no espelho, encarando cada cicatriz, cada imperfeição que meu próprio pai havia feito em mim.
Comecei a encarar meu próprio rosto no espelho, e ver o quão séria eu era, ver que não tinha nem um resquício de tristeza com tudo isso, e pior... Ver que o sorriso não queria aparecer, ele não tinha razões para aparecer.

Depois de um longo banho, e de me vestir adequadamente pra dormir, já que nao poderia comer hoje, escuto os barulhos pela janela. Assim que olho vejo meu pai voltando e limpando sua espada, e alguns guardas olhando atônitos para algo que estava no alto da montanha.
Minha mente só conseguia pensar no pior, fui até a porta no desespero e comecei a forçar a fechadura com desespero e raiva. Não podia ser o que estava pensando, não podia...
A porta se abre num movimento rápido e me afasto encarando séria e com fúria meu pai, parte de mim suplicava para que Josh estivesse bem, ele precisava estar...
- O que aconteceu? - pergunto séria
Meu pai dá de ombroa indiferente e encara meua olhos friamente
- Apenas fiz o que soldados fazem... Tive um combate e lhe dei uma boa lição...
-Você o machucou?
Meu pai dá um passo a frente e dá um forte tapa no meu rosto, me fazendo recuar e dar um passo pra trás.
-Quando voce vai aprender o que quero pra voce, Jennifer?!
Ele dá outro passo a frente e me pega pelo cabelo, se aproximando do meu rosto e me encarando face a face.
- O único que quero é que foque no que eu te proponho a fazer, sem sentimentos envolvidos, e isso inclui... Não se importar pelo soldado Josh. Me ouviu?
Assinto e me mantenho séria e impassível, meu pai assente satisfeito e me joga com força no chão, me fazendo sentir uma intensa dor no ombro.
-Amanhã tem treino às 4h,e quero que lidere a equipe do Norte. Aproveite a oportunidade, porque é a última que vou dar se você tiver envolvida em mais alguma gracinha. Entendido?
-Sim, senhor.
Digo ainda séria e com a voz firme. Me ajeito e me levanto fazendo continência.
-Amanhã às 4h estarei lá, Comandante.
Digo seca, e nesse exato momento resolvo comigo mesma que não passarei por isso nunca mais, e não desapontarei mais o Comandante, que nesse exato momento, morreu no meu coração como pai.