Capítulo 10

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Não sei dizer que horas que era quando fui para o meu quarto, mas já era tarde e os jogos já tinham acabado, afinal de contas, por que eu estava fazendo aquilo comigo? Me obrigando a ver o casamento dela? Chris não ficaria tão magoado assim se eu ...

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Não sei dizer que horas que era quando fui para o meu quarto, mas já era tarde e os jogos já tinham acabado, afinal de contas, por que eu estava fazendo aquilo comigo? Me obrigando a ver o casamento dela? Chris não ficaria tão magoado assim se eu tivesse que ir, digo, não é como se ele nunca pudesse me perdoar por aquilo, respirei fundo e por impulso comecei a colocar todas as minhas coisas nas malas, peguei um papel e tentei deixar as palavras saírem como uma despedida para Camila.

Oh, é meio difícil acordar de manhã sem você

Quando eu chego e percebo que acabou, eu apenas

Deixo as lembranças passarem por mim

Através de mim e para fora de mim

Mas elas ainda estão nos lençóis

E permanecem ali

Então eu vou deitar lá com você

E mesmo que não tenha dado certo

Sempre é amor, sempre amor

E mesmo que tenhamos nos magoado

Mais de uma vez foi amor, sempre amor

Por todas aquelas vezes em que trocamos olhares

E eu fiquei contemplando você a noite toda

Sempre é amor, sempre amor

Ninguém fala sobre ir embora

Quando ainda há amor

Sentir-se tão distante após estarmos tão perto é confuso

Você me ajudou a crescer

Então eu não pude evitar mudar

Mas mudar não enxergando algumas coisas que

Eu simplesmente não conseguia mudar

E mesmo que não tenha dado certo

Sempre é amor, sempre amor

E mesmo que tenhamos nos magoado

Mais de uma vez foi amor, sempre amor

Por todas aquelas vezes em que trocamos olhares

E eu fiquei contemplando você a noite toda

Sempre é amor, sempre amor

— Que covarde do caralho Lauren Jauregui! — Falei baixo ao ler minhas próprias palavras — Ir embora uma vez sem dizer nada e na outra deixar para trás apenas uma carta? Uma estupida carta?

Me levantei e troquei de roupa, colocando qualquer coisa que não parecesse com um pijama, desci as escadas com rapidez chamando atenção do meu pai, fui até a cozinha e peguei uma garrafa de gin, eu não ia conseguir fazer aquilo sóbria, passei pela porta rápido o suficiente para conseguir ignorar a cara de quem não estava entendendo nada dele.

Pedi um taxi e sentei na esquina de casa esperando e bebendo direto da garrafa, montei no taxi quando chegou e falei o nome da boate, no final da corrida eu já estava na metade da garrafa, mal vi o quanto entreguei para ele, mas disse que não precisava devolver o troco, fui obrigada pelo segurança a deixar a garrafa de gin lá fora, entrei na boate, o som era ensurdecedor de tão alto, as luzes piscando me deixava confusa, não enxergava claramente os rostos, mas tentei focar procurando por Camila, apenas por Camila.

— Lauren? — Me virei e Ally estava na minha frente.

— Cadê a Camila? — Perguntei de forma débil.

— Não acho que seja uma boa ideia você conversar com ela!

— Eu preciso Ally!

— Ela está meio bêbada e mal... Laur...

— Onde? — Perguntei — onde? Ally onde? — Repeti, mas ela não precisou dizer nada porque Camila vinha em nossa direção como um caminhão sem freios com Mani e Dinah atrás dela.

— QUE MERDA ESTÁ FAZENDO AQUI? — Ela gritou comigo.

— Preciso falar com você!

— NÃO, NÃO PRECISA LAUREN!

— Camila me escuta por favor! — Implorei como se precisasse daquilo para sobreviver.

— ESCUTAR O QUE? VOCÊ PERDEU O DIREITO DE FALAR QUALQUER COISA QUANDO ME DEIXOU SOZINHA! — Apontou o dedo na minha cara — VOCÊ FOI EMBORA E EU SOFRI DEMAIS PARA VOCÊ APARECER AGORA E QUERER MUDAR QUALQUER COISA! — Sua voz começou falhar e eu a puxei para mim sentindo seu corpo grudar no meu.

— Eu sei, eu sei! — Falei enquanto ela se debatia, mas eu ainda a segurava com força — Eu sei! — Sentindo seu corpo amolecer no meu e o sentir tremular, ela estava chorando compulsivamente e eu não consegui evitar que algumas lágrimas rolassem pelo meu rosto também — Eu sei Camz, eu sei! — Repeti respirando fundo ao sentir o cheiro dela, seus braços envolveram minha cintura e naquele momento a gente não precisava falar nada — Eu queria tanto te pedir para ficar comigo! — Confidenciei e ela me olhou, seus olhos eram tristes

— Eu não posso!

— Eu sei! — Respirei fundo e sorri forçadamente pela ironia daquilo — Perdi minha chance Camz e eu sei disso, me desculpa por ter sido covarde, por dizer que não foi nada quando na verdade eu só estava assustada com o tamanho do que sentia por você, não posso reparar isso — Minhas lágrimas escorriam como chuva no verão — mas eu precisava que você soubesse isso, que sempre foi amor, mesmo quando te machuquei indo embora e acabei me machucando também era amor, sempre foi amor e sempre vai ser, porque eu te a... — Seu dedo encontrou meus lábios os calando.

— Não diz! — Implorou — Por favor não diz!

— Não dizer não vai mudar nada! — Disse com pesar — Mas eu não digo! — Me abaixei e deixei meus lábios tocarem delicadamente os dela uma última vez em um selinho com gosto de lágrimas antes de deixa-la novamente.

Always Love CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora