Capítulo Dois

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Hanna

Quando o canhão soou, Hanna correu até a Cornucópia sem pensar duas vezes. Ela acreditava em sua força e habilidade de esquiva, e de algum jeito sabia que se daria bem. Ela correu, e por ser pequena e rápida, conseguiu o arco e a aljava. Jogou-os em suas costas, e agarrou a primeira mochila que conseguiu achar. Era laranja, bem difícil de camuflar se ela tentasse. Virou, e olhou para a campina de onde viera. Ela mantinha uma grande vantagem em relação aos outros tributos. Ela conseguiu pegar uma faca antes dos outros chegarem.

A luta começou em volta dela, com ela correndo em direção à floresta à sua direita. A floresta era bem espessa, com árvores bem juntas e com folhas bem grandes, que tampavam a visão do seu interior. Ela parou, e contemplou a visão da matança. Já escapei, pensou. E foi exatamente nesse momento que um vulto pulou em cima dela.

Ela caiu de costas, mas conseguiu empurrá-lo com suas pernas. Ele não foi muito longe, mas foi tempo o suficiente para que Hanna visse seu rosto doentio, de quem havia enlouquecido, e acertar uma flecha bem no seu olho direito. E depois de se levantar observou ele se contorcer até um canto da Cornucópia, e viu o número seis estampado no seu casaco preto, igual ao de todos os outros. E finalmente voltou a correr. Ela já estava bem próxima ao seu destino quando olhou pra trás e caiu no chão, a dor se espalhando pelo corpo. Sua mão foi direto à lateral de seu corpo, perto de suas costelas. Ela sentiu a forma de estrela do objeto metálico em sua barriga, e tentou olhar, mas seus olhos embaçaram, e não conseguiu enchergar. Uma lágrima de dor solitária escorreu pelos seus olhos, e ela sentiu o calor da garota correndo em sua direção. Ela esfregou os olhos, clareando a visão, e voltou a correr em direção à floresta. A menina do distrito três continuava correndo atrás de Hanna, mas a raiz de uma árvore a fez tropeçar, e ela perdeu Hanna de vista.

63° Jogos Vorazes: SurvivalOnde histórias criam vida. Descubra agora